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Canal FDR estreia documentário sobre a força artística de Fortaleza
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Canal FDR estreia documentário sobre a força artística de Fortaleza

Nas comemorações dos 295 anos da Capital cearense, Fundação Demócrito Rocha estreia o média documental "A Fortaleza da Cultura", que celebra manifestações populares da Cidade
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O Mestre Kiliano representa o reisado Nossa Senhora de Fátima, da Barra do Ceará (Foto: reprodução)
Foto: reprodução O Mestre Kiliano representa o reisado Nossa Senhora de Fátima, da Barra do Ceará

Fortaleza, substantivo feminino. Em minúsculas, fala da qualidade da força, da solidez, da capacidade de resistir. Com a inicial maiúscula, diz da Cidade que chega hoje aos 295 anos, criada e recriada diariamente pela ação de muitas e muitos que nela vivem. Para celebrar a Capital, a Fundação Demócrito Rocha lança o documentário em média-metragem "A Fortaleza da Cultura", um olhar à força pulsante de expressões artísticas que se espalham pelo território urbano e mesclam ambos os significados da palavra. O filme estreia na programação do Canal FDR hoje, às 19 horas, e também fica disponível on-line.

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O documentário integra o projeto "Estratégias de Cultura e Arte para o futuro: capacitação de agentes culturais", feito em parceria entre a FDR e a Secretaria da Cultura de Fortaleza. Ao longo de 2020, foi realizado um curso e, agora, o filme é lançado como fruto do processo.

"Nele, nós reconhecemos estes agentes culturais, mostrando como vivem e sobrevivem, dando ênfase nas pessoas e, também, nas linguagens", explica Raymundo Netto, gerente editorial e de projetos da FDR. Para tanto, foram escolhidos sete universos culturais e simbólicos da Cidade, destacando pluralidades não apenas territoriais, mas de tipo de expressão. O que une todos é a força de existência pela resistência.

Participam do documentário o mestre Zé Pio, do Boi Ceará (Barra do Ceará); o mestre Kilano, do reisado Nossa Senhora de Fátima (Barra do Ceará); o músico Bruno Perdigão, do bloco carnavalesco Luxo da Aldeia (Mercado dos Pinhões); o quadrilheiro Zé Testinha, da quadrilha homônima (Vila União); Edmar Freitas, ligado às quadrilhas juninas (Messejana); mestre Lula e mestra Carla, capoeiristas da Associação Zumbi Capoeira (Granja Portugal); e Raimundo Praxedes e Janaína Baobab, do Maracatu Nação Baobab (Bela Vista).

O foco é ressaltar as culturas tradicionais e populares que se desenvolvem em regiões periféricas da Capital. Cada pessoa e iniciativa convidada, ressalta Raymundo, representa também a expressão artística geral. "Não é só a quadrilha Zé Testinha, são todas as quadrilhas. Não é só o Nação Baobab, é todo o maracatu. Há a intenção de dar mais amplitude", aponta.

A Associação Zumbi Capoeira tem quase 40 anos de atuação na Capital
Foto: reprodução
A Associação Zumbi Capoeira tem quase 40 anos de atuação na Capital

Nas visitas, as conversas se desvelam a partir das experiências de cada iniciativa cultural. "Sempre focando na ideia da importância da cultura, de como eles sobrevivem - porque a gente sabe que não é fácil - e, também, no futuro", destaca, citando a constante busca pela permanência de cada expressão. "Há a ideia de passar o bastão, do bebê no colo já vestido para o reisado", exemplifica.

"A nossa Associação tem pouco mais de 37 anos e durante todo esse tempo ela foi resistindo. A gente atua na luta da resistência e da permanência com muito amor, respeito e trazendo nosso melhor", destaca Mestra Carla, em entrevista ao O POVO. "O filme 'A Fortaleza da Cultura' fala da cidade e da fortaleza enquanto resistência dos grupos. Como estar no presente e não perder a tradição?", aponta Raymundo.

Algumas respostas possíveis são divididas na obra, como a força que ecoa no discurso de Zé Testinha: "A gente está vivo, forte culturalmente". Bruno Perdigão, do Luxo da Aldeia, finaliza: "Valorizar a cultura, valorizar suas tradições, é valorizar a si mesmo e à cidade". "Ficou bem emotivo, forte e verdadeiro, porque são pessoas que não estão fazendo cultura por brincadeira. É a vida deles", atesta Raymundo.

A Fortaleza da Cultura

Quando: hoje, às 19 horas; reprise nos dias 24 e 28 de abril, às 18 horas
Onde: Canal FDR: 48.1 (aberta) | 23 (Multiplay) | 24 (Net) | 138 (Brisanet)
Ao vivo em fdr.org.br/canalfdr

Quando a saudade rima com a cidade

A Fundação Demócrito Rocha (FDR) resgata, difunde e celebra anualmente Fortaleza e seus patrimônios material e imaterial nas ações e atividades que realiza. Nos 295 anos da Capital, a Fundação lança dois presentes para o aniversário da Cidade em parceria com a Secultfor. Além do documentário, a FDR também publicou o álbum "Fortaleza Ilustrada", que reúne, em ilustração e texto literário, representações de bens da Capital feitas por mais de 80 artistas radicados na Cidade. Tanto o filme quanto a publicação podem ser acessadas on-line.

Link: fdr.org.br/fortalezailustrada

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