Há um ano, o Outra Casa Coletiva funciona como um lugar de acolhimento para jovens LGBTQIA+ de Fortaleza que estão em situação de vulnerabilidade social. Localizado no Benfica, oferece apoio psicológico, moradia e alimentação. Mas a instituição sem fins lucrativos também surge como um centro de promoção da cultura e, por isso, iniciou o projeto de construção da denominada "Biblioteca Gilmar de Carvalho".
A proposta é elaborar um ambiente de leitura de livros com temática LGBTQIA para as pessoas atendidas na organização. "O foco da biblioteca são os próprios abrigados. A Outra Casa é um abrigo temporário, em que se passa no máximo três meses. Neste tempo, damos todo o suporte psicológico. Existe também a questão de estimular a leitura, de apresentar tudo aquilo que, de alguma forma, está ligado à leitura", explica Hugo Francisco Ramos Nogueira, psicólogo da instituição.
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É possível doar obras de diversas maneiras. Há, por exemplo, a opção de comprar os títulos na Livraria Lamarca, que se responsabilizará por fazer a entrega na república de acolhimento. O doador ainda pode entregar os livros pessoalmente nos dois locais.
"Não poderíamos deixar passar o Mês do Orgulho LGBT. Mas algumas atividades estão limitadas por causa da pandemia. Uma atividade que foi possível estabelecer foi essa", explica o profissional.
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Para ele, era importante beneficiar a Lamarca com a parceria. "É um lugar de resistência na cidade, que estimula a leitura. Para nós, é muito importante essa colaboração", comenta.
O objetivo com a biblioteca, porém, não é acumular livros. A meta é que possa se tornar um espaço lúdico e de transmissão de conhecimento. "A leitura tem essa capacidade de fazer com que você usufrua muito de outras realidades", pontua.
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A biblioteca também busca apresentar o hábito da leitura aos que são atendidos no abrigo. "A gente precisa colocar os livros à mostra, apresentá-los e estimular a curiosidade. Precisamos fazer esse esforço. A maioria deles não foi para a escola, se foi, ficou pouco tempo ou não teve estímulo e possibilidades dentro de casa. Como despertar o interesse e o gosto pela leitura?", reflete.
Por isso, a homenagem a Gilmar é simbólica. "Ele marcou uma geração. Todo mundo que conheceu Gilmar sabe que ele permitiu abrir portas para muitas pessoas. Ele estimulou o conhecimento de todas as formas que pôde, possibilitando que as pessoas tivessem acesso à cultura, à arte e ao conhecimento", indica Hugo.
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Outra Casa Coletiva
Doações de livros: na Lamarca ou na Outra Casa Coletiva
Mais informações: no perfil do Instagram @outracasacoletiva
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