Sobre os quatro titulares que frequentaram o gabinete do Ministério da Educação bolsonarista, cada um polemizou a seu modo. O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez ficou 98 dias no cargo (de 1º/1 a 8/4 de 2019). Chegou a pedir, em carta do MEC, que as escolas filmassem crianças perfiladas cantando o Hino Nacional. A Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) rejeitou de imediato. Vélez negou que tenha havido ditadura militar, disse em entrevista que "brasileiro viajando é um canibal" e que "universidade para todos não existe".
O economista Abraham Weintraub (9/4/2019 a 19/6/2020) demorou mais: 14 meses. Foi o mais polêmico, um bolsonarista radical. Sempre preferiu disparar contra divergentes ideológicos a gerir a pasta. Disse que havia "balbúrdia" nas universidades federais e bloqueou 30% das verbas das instituições. O Enem de sua época errou 6 mil notas nas correções. Numa reunião de ministros, disse: "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF".
Carlos Alberto Decotelli, o ministro que mentiu sobre seu próprio currículo (um pós-doutorado não cursado), durou apenas cinco dias no cargo. Já o atual chefe da pasta é Milton Ribeiro, pastor evangélico. Está desde 16/7/2020. Este já falou que universidades deveriam ser "espaço para poucos" e que "crianças com deficiência atrapalham os colegas de classe", mostrando-se contra o inclusivismo nas escolas. Deverá se explicar no Senado sobre as declarações.
Tanta troca como as do MEC e na Cultura só na pasta da Saúde. E deu no que deu.