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Leonilson: 30 anos após morte, artista cearense segue presente mundo afora
Vida & Arte

Leonilson: 30 anos após morte, artista cearense segue presente mundo afora

Três décadas após a morte de Leonilson, a obra do artista cearense segue em movimento de redescoberta nas galerias, livros e passarelas
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Leonilson e Leda Catunda em julho de 1985  (Foto: Arquivo pessoal / Leda Catunda )
Foto: Arquivo pessoal / Leda Catunda Leonilson e Leda Catunda em julho de 1985

A linha do bordado nunca foi cortada. A tinta parece não ter acabado. Os escritos nunca cessaram e as gravações continuam a ecoar. Leonilson (1957 -1993) segue entre nós. Três décadas se passaram desde sua partida precoce, aos 36 anos, vítima de aids, e sua arte ainda se faz presente em exposições, espetáculos, desfiles de moda, pesquisas universitárias, coleções particulares e no corpo de muita gente.

Ele sabia o queria. O cearense que se interessou cedo pelos pincéis - na busca da curiosidade sobre si e sobre o outro - desbravou territórios. Conhecido como viajante, ele se mudou com a família ainda novo para São Paulo, estudou artes, teatro e moda. Mais tarde, morou na Espanha, na Itália e na Alemanha, conheceu dezenas de artistas e fez, de cada mala feita, arte.

"Ele queria ser artista e não queria ser qualquer artista. Ele queria ser o mais importante. Ele se dedicou à vida de artista diariamente. Todos os dias, ele trabalhava bem cedo, ele era organizado. O que não tirava dele o caráter poético, talentoso e expressivo. Ele tinha essa consciência de que ele era um artista que ele era o dono da bola. É difícil encontrar uma pessoa assim. Essa confiança que ele tinha contaminava a gente, era contagiosa", lembra Leda Catunda, artista e amiga de "Leo", em entrevista ao O POVO.

Notado desde suas primeiras exposições, os holofotes vieram em sua direção com a exposição que retomou o olhar para a pintura na década de 1980, a chamada "Como vai você, Geração 80?". Suas obras refletiam sua existência, debatia sentimentos, escancarava dúvidas e desejos e expunha angústias e medos. É arte contemporânea que hoje estampa mais de 200 exposições pelo mundo entre museus da Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e Espanha.

O homem que se apaixonou e preconizou sentimentos. Leonilson era um homem gay tímido, mais facilmente apaixonado. "Ele era um homem que se apaixonava muito. Ele era quase bobo porque ele se apaixonava pelos caras do filme, da novela, por algum músico. Mas não é que ele fosse atirado, pelo contrário ele era tímido", revela Leda. Os sentimentos que corriam nas veias do coração, transbordou na arte. "Leonilson preconizou na obra falar de um amor, um amor que não é aceito. Nem que fosse uma coisa muito aberta, mas é sentimentos que as pessoas compartilham até hoje", descreve.

"As palavras que eu junto nos trabalhos são palavras amorosas. Eu escrevo pra dedicar pra eles, pros caras que eu amo e nunca vou deixar de amar. Toda vez que eu escrevo frases apaixonadas, eu quero escrever um livro (...) essa escrita ia ser uma autobiografia (...) parece que só existe eu, mas eu me preocupo bastante com as pessoas", palavras de Leonilson em "Com o Oceano Inteiro Para Nadar" (livro publicado em 1997).

Ele se deixou ser eterno. Entre 1990 e 1993, Leonilson registrou sua autobiografia audível. Nos áudios, ele relatava a vida, fim de relacionamentos, acontecimentos políticos, a relação com a família e questões da própria saúde. Em 1992, é diagnosticado com o HIV, logo evoluindo para a aids. "Com o diagnóstico, a mudança foi drástica, ele passou a viver a angústia de outros artistas da época, porque nós perdemos muitas pessoas de aids. Então essa angústia de você tentar deixar no mundo a sua marca com pouquíssimo tempo", relembra Leda. Lisette Lagnado, jornalista e curadora brasileira, define esse período da vida do artista como "Alegoria da doença" (1991-1993). Uma das obras desta fase traz, na folha branca, uma pequena gota de seu sangue coagulado acompanhada da inscrição do título: "O Perigoso".

O que Leonilson diria se estivesse vivo? O artista ainda experimentou o sucesso de suas obras, mas segundo a amiga não havia nem sonhado com tamanha importância e reconhecimento se seu trabalho em vida. "Eu acho que se ele estiver enxergando do céu, tá ali admirado. Ele ganhou uma importância que nunca nem sonhou. Muitas pessoas do Brasil e no mundo se identificam profundamente com as coisas que ele fez", defende Leda.

 

Obra
Obra "Jogos Perigosos" (1990), de Leonilson

As letras de Leonilson

Parte das obras de Leonilson utilizava palavras, frases e textos que complementaram a criação de seu imaginário poético e comunicam as mensagens existentes em seus trabalhos. As letras de Leonilson são objeto de estudo que resultaram no projeto “Leonilson Expandido”, dissertação de mestrado do professor e pesquisador cearense Lúcio Flávio Gondim.
“Ele era uma pessoa muito ligada à palavra escrita, que escrevia no verso das obras, escrevia nas obras em relação à palavra e imagem. Ele tem um gravador que ele faz registrando a palavra verbal, ele queria escrever o romance, ele tem poemas escritos que nunca foram divulgados pela família. Então era alguém que precisava de tudo que estava ao seu redor para tentar colocar para fora de si um pouco”, explica Lúcio.
A expansão também se eternizou nos corpos. O projeto também pesquisa e reúne obras do artista tatuadas. “Comecei a perceber que as pessoas que conhecem o Leonilson se apaixonam e levam aquilo para outros aspectos da vida. Vai produzir obras a respeito, vai fotografar, vai performar, vai fazer teatro, cinema ou, sobretudo, vai colocar isso no corpo então. A quantidade de pessoas com tatuagem a partir das obras do é impressionante. Parece que tem uma potência de vida tão grande que não consegue morrer e as pessoas não deixam com que aquilo padeça”, comenta Lúcio.
Agora, o projeto de curadoria virtual busca empresas para captação de recursos na Lei de Mecenato Estadual para publicação da tese homônima.
Acompanhe o projeto e confira registros das tatuagens inspiradas nas obras de Leonilson através do perfil no Instagram @leonilsonexpandido.

Peça da marca Neriage inspirada nas obras de Leonilson
Peça da marca Neriage inspirada nas obras de Leonilson

À moda de Leonilson

A costura da arte de Leonilson se justificava em um passado afetivo e simbólico. Filho de um comerciante de tecidos e de uma costureira, ele foi criado entre amontoados de retalhos e tecidos.
Em 1976, um fanzine chamado Vogue Ideal, em alusão a esta revista, era criado por suas mãos. Na década de 1980, em apresentação para a Fiorucci, ele comunicava sua visão para essa indústria. Antes de morrer, sua última instalação reunia peças masculinas bordadas com escritos que refletia a homossexualidade e questionava os tabus sociais.
Em agosto deste ano, a arte de Leonilson invadiu as passarelas. A coleção de verão “Cartas para Ítaca”, da marca Neriage, foi a primeira com permissão para reproduzir as obras do artista em suas peças. O desfile aconteceu na Pinacoteca de São Paulo e contou com familiares do artista.
Em homenagem ao artista, a marca trouxe à passarela algumas peças bordadas à mão e estampando obras de Leonilson. Ao todo, as roupas são divididas em três categorias. A primeira, intitulada Pérola, traz a fluidez. Já a segunda, nomeada Andarilhos, trabalha com alfaiataria, enquanto âncora utiliza tons terrosos.
Segundo informações da revista Vogue, a estilista Rafaella Carniello estudou em um acervo de mais de 3.500 obras para construção da coleção. As peças tiveram pouca tiragem e parte dos lucros de vendas será revertida para o Projeto Leonilson.

Torre da Praia - popularmente conhecida como Caixa d’Água dos Peixinhos
Torre da Praia - popularmente conhecida como Caixa d’Água dos Peixinhos

O cearense da terra do sol

“Como todo cearense em qualquer lugar do mundo, com uma pequena mala na mão e, no meu caso, com uma pasta de desenhos”, assim se definia José Leonilson Bezerra Dias, nascido no dia 1º de março de 1957, em Fortaleza. Apesar de radicado em São Paulo e ser viajante pelo mundo, Leonilson sempre voltava à terra do sol em suas férias e visitava a casa do casal Bete Dias e Ricardo Bezerra, na Maraponga. No bairro, até os dias de hoje está a Praça das Artes Leonilson. Do outro lado da Cidade, na Praia de Iracema está a única obra pública deixada por ele, A Torre da Praia - popularmente conhecida como Caixa d’Água dos Peixinhos.
Da exposição que lhe gerou holofotes em São Paulo, quem o enxergou e trouxe para expor em sua terra natal foi a curadora e pesquisadora Dodora Guimarães. Em 1983, ela inaugurava a “Arte Galeria”, a primeira galeria voltada para a arte contemporânea em Fortaleza. No dia 8 de março daquele ano, na Rua Barão de Aracati, 80, na Praia de Iracema, Leonilson expunha cinco obras.
“Eu estava trabalhando na montagem da galeria, aí me aparece Leonilson e ele me aparece com uma camiseta, calção, com sandália havaiana. E eu quando eu vejo isso era um menino, eu vi o menino. Para mim ficou sempre essa imagem do menino com o cara de moleque, o menino não tinha aquela cara de artista. A gente ficou amigos e eu contei do meu projeto de galeria. Ele ficou entusiasmado”, relembra Dodora Guimarães em entrevista ao O POVO.
30 anos depois, as obras de Leonilson não param de ser expostas em Fortaleza. Sob a curadoria de Dodora e Pablo Guterres e montagem de Ramiro Mendes, a exposição “O menino Leonilson” reúne 23 obras e 15 objetos pessoais do artista no "Desconexo Design". A mostra tem como objetivo trazer a luz a intensidade vivaz e lúdica do artista cearense com obras pouco vistas.
“A gente quer mostrar o Leonilson alegre, feliz, o Leonilson menino. Tem desenhos e pinturas dele, também tem objetos da coleção pessoal. Ele era um colecionador. Tem brinquedos para mostrar essa ludicidade dele o interesse que ele tinha pela brincadeira”, descreve Dodora. Além dos brinquedos como aviões e carrinhos, as linoleogravuras, a exposição também traz a bolsa vermelha que Leonilson utilizava em suas viagens. A mostra ficará disponível até dezembro com abertura de segunda à sexta, das 9 às 19 horas, e no sábado, de 9 às 14 horas, na Rua Joaquim Nabuco, 707, no Meireles.

A partir do dia 9 de dezembro, a Pinacoteca do Ceará também homenageia e demarca Leonilson no Ceará com uma nova exposição no equipamento. O espaço será preenchido com pinturas, desenhos, instalações, bordados e - segundo informações prévias - obras inéditas do artista. A curadoria é do historiador Ricardo Resende e da artista visual Aline Albuquerque.

Logo do Projeto Leonilson
Logo do Projeto Leonilson

Projeto Leonilson

O Projeto Leonilson (@projeto.leonilson) foi fundado em setembro de 1993 - e oficializado em 1995 - por amigos e familiares do artista para atuar como um centro de referência de sua vida e obra. A iniciativa busca catalogar e conservar a arte de Leonilson e construir um acervo biográfico, bibliográfico e pessoal.
Com desenhos, pinturas, bordados, esculturas, gravuras, assemblages e colagens, garatujas e estudos, o projeto já catalogou cerca de 3.800 trabalhos atribuídos ao artista, distribuídos em aproximadamente 550 coleções, públicas e privadas. Possui registro de cerca de 900 exposições e eventos, e mais de 5.000 itens bibliográficos e documentais.
“É atemporal, desperta interesse, emoção e empatia em público de todas as idades. Recebemos através de agendamento curadores, galeristas, estudantes, jornalistas e interessados em conhecer mais sobre ele”, destaca Ana Lenice de Fátima Dias Fonseca da Silva, irmã de Leonilson. “A família tem papel fundamental, apoia o Projeto Leonilson disponibilizando obras para exposições e eventos, e por não termos patrocínio, mantemos financeiramente o projeto. Fez parceria com museus, doando ou facilitando aquisição de suas obras e está sempre colaborando em todas as suas demandas”, explica.
A pesquisadora Dodora Guimarães, curadora da exposição “O menino Leonilson”, em Fortaleza, ressalta que a iniciativa é a grande responsável por manter a memória do artista viva. “Se não fosse o Projeto Leonilson, certamente, o Leonilson não teria a ressonância que tem até hoje. O projeto é esse grande responsável pela permanência da obra do Leonilson estar tão viva, tão presente na vida e na cultura brasileira”, defende.

Leonilson: marco da arte contemporânea brasileira

Dotadas de um caráter autobiográfico, imprimindo suas visões com humor e poesia, a obra de Leonilson registra sua subjetividade, como um diário cartográfico íntimo. Há 65 anos, no dia 1 de março de 1957, nasceu José Leonilson Bezerra Dias. Com trabalhos em mais de 200 exposições pelo mundo e 4 mil obras catalogadas, Leo ou Leó - como era chamado - deixou sua marca: um ser múltiplo e aberto.

“Se você quiser uma descrição de mim, eu acho que eu sou um curioso. E sou ambíguo, completamente. Os trabalhos são todos ambíguos. Eles não entregam uma verdade diretamente, mas mostram uma visão aberta. Eu nunca me conformei com um lado único das coisas. Sabe esses andarilhos vagabundos na estrada? Que correm o mundo? Sou mais um curioso que artista”, declarou, em 1992, para o livro “Leonilson: são tantas as verdades”, escrito por Lisette Lagnado.

Leó tinha uma característica anti-mercado, presenteava ou trocava seus quadros com amigos e colegas. Mesmo abominando o mundo das galerias de arte, seu trabalho integrou 267 exposições pelo mundo, 65% das mostras foram póstumas, o levantamento é da Central de Jornalismo de Dados do O POVO - DATADOC, com base em dados do Itaú Cultural.

As obras estão presentes no acervo de museus nacionais e internacionais, tais como: Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte do Condado de Los Angeles (Lacma), Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Galeria Municipal da Lenbachhaus em Munique (Alemanha) e Tate Modern de Londres (Inglaterra).

Estima-se que ele tenha participado de 72 exposições coletivas, a primeira aconteceu em 1980, onde expôs "Desenho jovem", no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC - USP). No mesmo ano, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) , esteve no Panorama da arte atual brasileira/Desenho e gravura. Um ano depois, em 1981, em Madri, realizou uma exposição individual na Galeria Casa Brasil.

Do bordado a gravura da Revolução Francesa

Experimentação de materiais e técnicas e expressividade são marcas do trabalho de Leonilson. As constantes viagens pelo Brasil e exterior eram fontes de pesquisa, inspiração e diálogo, além de exposições. Em 1989, o Ministério da Cultura da França o convidou para produzir a gravura comemorativa dos 200 anos da Revolução Francesa.

Leo teve diversas influências, ao conhecer o artista plástico paraibano Antônio Dias, que o apresentou a cena da arte contemporânea, teve a visualidade da obra influenciada. A amizade perdurou por toda vida, sempre visitando-se ao longo dos anos.

Durante a curta carreira, sua obra transitou nas formas de pintura, desenho, bordado, escultura e instalação. Destaca-se a inserção de palavras na elaboração de linguagem própria, a partir da obra "O Pescador de Palavras", em 1986. Críticos de arte e artistas ressaltam algumas de suas produções: "Favourite game; Se você sonha com nuvens"; "Ponte" (1982); "Sua Montanha Interior Protetora" (1989); "Oceano, Aceita-Me?" (1991); "O Perigoso" (1992).

Vítima das complicações decorrentes da aids, o artista faleceu aos 36 anos deixando prolífica produção. As obras de Leonilson foram digitalizadas pelo Itaú Cultural e fornecidas ao Projeto Leonilson, entidade sem fins lucrativos criada por amigos e parentes para identificar, preservar e divulgar sua obra.

Ninguém pode cuidar dos meus cortes

Em agosto de 1991, foi detectado com o vírus HIV, da descoberta a manifestação da doença foi um baque e influiu decisivamente na intensa produção artística. Na época, ter aids era uma sentença de morte anunciada, os tratamentos médicos não mostravam eficiência e qualidade de vida. Em depoimento a série "O Perigoso", expôs a fragilidade de sua condição:

Eu sou uma pessoa perigosa no mundo. Ninguém pode me beijar. Eu não posso transar. Se eu me corto, ninguém pode cuidar dos meus cortes, eu tenho que ir numa clínica. Tem gente perigosa porque tem uma arma na mão. Eu tenho uma coisa dentro de mim que me torna perigoso. Não preciso de arma”.

Devido à doença e ao forte cheiro da tinta - que lhe causavam constantes dores de cabeça e tonturas - ele passou a trabalhar unicamente com bordados, os dois últimos anos de vida foram de intensa produção, cerca de quatro mil obras foram identificadas em sua casa.

O último trabalho, em 1993, foi uma instalação concebida para a Capela Morumbi (SP), e fazia referência à fragilidade da vida. Por esse trabalho e outro realizado no mesmo ano, ele recebeu homenagem póstuma e prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

Do Ceará para o mundo

Nascido José Leonilson Bezerra Dias, em 1 de março de 1957, em Fortaleza. Mas chamado por amigos e família de Leo ou Leó, era o quarto filho de uma prole de cinco. Os pais – Theodorino Torquato Dias e Carmem Bezerra Dias - eram originários de Manaus, e vieram à capital cearense procurando melhores condições de educação à família. Depois de três anos em terras cearenses migram para Porto Velho (Rondônia) e um ano depois se fixaram em São Paulo, em 1961.

Em matéria publicada no O POVO, em 2009, a irmã Ana Lenice de Fátima Dias Fonseca da Silva, traçou um breve perfil da criança Leonilson: “para ficar quieta a mãe colocava nas mãos lápis e papel”. Já na companhia do pai, comerciante de tecidos, regressava das caminhadas às lojas presenteado com retalhos. Com a mãe costureira e as irmãs, aprendeu a bordar. Mesmo não gostando de gibi, adorava a enciclopédia Barsa e os atlas.

Das brincadeiras ao aprendizado formal da arte, o caminho começou a delinear-se ao fazer cursos livres na Escola Panamericana de Arte e ingressar, em 1977, no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Sempre que podia, nas férias, Leonilson aportava no Ceará, na casa do casal Bete Dias e Ricardo Bezerra, na Maraponga. A estada na terra natal permitia passeios pelas praias, Canoa Quebrada, Majorlândia, Paracuru, Jericoacoara.

Foi convidado pela Prefeitura de Fortaleza, em 1984, a participar do projeto Arte Urbana, com a criação em linguagem de tessela da obra Torre na Praia, instalada na Praia de Iracema. No ano anterior, participou da exposição coletiva, na abertura da Arte Galeria, com a curadoria de Dodora Guimarães. Em 1986, aceita convite de Sérvulo Esmeraldo e participa da I exposição internacional de esculturas efêmeras (CE).

Leó faleceu na casa dos pais, em 28 de maio de 1993, aos 36 anos.

Metodologia

Para a extração e visualização das obras e exposições do Leonilson, a central DATADOC utilizou dados disponibilizados pela Enciclopédia Itaú Cultural. Como forma garantir a integridade e confiabilidade deste material, disponibilizamos aqui o conjunto de códigos desenvolvidos, os dados coletados na íntegra e os recortes agregados em cada visualização.

EXPEDIENTE:
Edição Datadoc: Thays Lavor
Texto: Sérgio Falcão (historiador)
Recurso digitais: Roberto Araújo e Michele Medeiros
Extração e Visualização de dados: Alexandre Cajazeira

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