O Teatro Dragão do Mar, na próxima sexta-feira, 26, recebe um espetáculo musical em homenagem ao álbum "Massafeira", de 1980.
O show é dirigido por Mona Gadelha, com arranjos de Mimi Rocha, e tem início às 19h30min, trazendo a potência de vozes femininas cearenses de diferentes gerações, acompanhadas por uma banda completa.
“Massafeira” foi um disco histórico que marcou a trajetória da musicalidade cearense. O projeto reuniu diversos nomes de peso da cena artística do Ceará, dos anos de 1970 e 1980, em um trabalho que exalta os traços da musicalidade nordestina.
A apresentação no Teatro Dragão terá a performance vocal das artistas Alice David, Claudine Albuquerque, Marta Aurélia e Mona Gadelha. Na ocasião, as cantoras serão acompanhadas pelos músicos Joana Lima (nos teclados), Naiara Lopes (na bateria), Vitoriano (no baixo) e Mimi Rocha (guitarra e bandolim).
Leia também | Vencedor do Grammy, grupo Boca Livre anuncia show em Fortaleza
Mona Gadelha, que participou da gravação do projeto aos 18 anos de idade, hoje, quatro décadas após o lançamento, expressa a importância do trabalho para a música nordestina.
“'Massafeira' foi um momento singular da música, não só do Ceará, mas do País [...] Participar da 'Massafeira' foi um verdadeiro presente da vida. A cada ano que passa percebo esse momento como único” comunica a artista.
O projeto, que nasceu no final dos anos 1970, resultou na reunião de grandes cantores, compositores e poetas, como: Ednardo, Fagner, Ângela Linhares, Mona Gadelha, Patativa do Assaré, Fausto Nilo e Belchior.
Além dos nomes reconhecidos no Estado, o disco também contou com músicos como Tutty Moreno, Antônio Adolfo, Rui Motta, Túlio Mourão, Robertinho de Recife, dentre outros.
“O álbum tem uma marca da identidade cearense - seja no modo de cantar, seja no modo de compor, os temas comuns, as afinidades, as harmonias. É o disco que apresenta a geração do rock e do blues. E precisa ser descoberto ou redescoberto”, comunica Mona, acerca do conteúdo do projeto musical.
Leia também | Pernambucano radicado no Ceará, Pedro Dias lança primeiro EP solo
Em entrevista dada ao Vida & Arte, Mona Gadelha compartilha diversos pontos que dão o valor histórico que a obra “Massafeira” possui.
“Pela abrangência de gêneros musicais, pelo grande número de pessoas envolvidas de modo coletivo ocupando um espaço sagrado da arte, que é o Theatro José de Alencar. Pelo desdobramento da gravação do álbum duplo lançado em 1980... Por reunir jovens artistas ao lado dos compositores e intérpretes do Pessoal do Ceará, que haviam se lançado nacionalmente na década de 1970, e sobretudo, por permanecer como uma obra que é referência estética para artistas e memória afetiva para muita gente”, explica a artista, enaltecendo o trabalho.
Acerca do show que acontecerá na próxima sexta-feira, 26, Mona explica que os ensaios que antecedem a apresentação estão sendo “divertidos e emocionantes”, com “conversas inspiradoras”.
Para a artista, um dos principais objetivos da apresentação de sexta é compartilhar com a atual geração “pérolas escondidas pelo tempo e que permanecem atuais”.
Apesar do disco, em sua época de lançamento, não ter recebido a divulgação à altura de sua relevância cultural, Mona reforça que as composições “ultrapassam a barreira do tempo e seguem encantando artistas atuais”.
Entre os artistas que já reconhecem o valor do projeto, Gadelha menciona nomes como Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, e Karina Buhr. “No disco, que é contemporâneo, como disse uma vez Rodger Rogério, os temas atuais estão lá. Basta ouvir pra descobrir.” finaliza.
Leia também | Com Alexandre Pires, Só Pra Contrariar faz show em Fortaleza em maio