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Atriz cearense Fátima Macedo vai dos palcos para o cinema e a TV
Vida & Arte

Atriz cearense Fátima Macedo vai dos palcos para o cinema e a TV

Atriz cearense Fátima Macedo ganha destaque com papéis em produções audiovisuais relevantes de 2025, mostrando talento nas telas do cinema e da televisão
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Atriz cearense Fátima Macedo ganha destaque com protagonismo em grandes produções em 2025, (Foto: Jamille Queiroz/DIVULGAÇÃO)
Foto: Jamille Queiroz/DIVULGAÇÃO Atriz cearense Fátima Macedo ganha destaque com protagonismo em grandes produções em 2025,

Quando criança, Fátima Macedo pensava em ser muitas coisas. Num dia, queria ser veterinária. No outro, professora. No outro, médica. Foi então que teve o estalo: "Já sei! Eu vou ser atriz. Aí posso ser tudo o que eu quiser". Mas foi somente na adolescência que teve contato pela primeira vez com o teatro. Filha de um marceneiro e de uma agente de saúde, a artista é natural de Fortaleza e cresceu entre serragem, terreiro de Umbanda e escolas públicas.

Se, ao prestar vestibular, Fátima teve dúvidas sobre a faculdade que escolheria, tanto que sua primeira opção foi História, o destino a levou a estagiar no Theatro José de Alencar (TJA) e logo ela percebeu em que lugar se sentia mais em casa. Concluiu a formação em teatro e sua trajetória como artista começou nos palcos, passando por teatro, dança e educação popular, até chegar ao audiovisual.

Este ano, ela trabalha em grandes produções brasileiras: como os filmes "A Praia do Fim do Mundo" e "Manas", finalista para representar o Brasil na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2026, e as séries "Guerreiros do Sol", na Globoplay, e "Pssica", na Netflix.

"A Praia do Fim do Mundo", de Petrus Cariry, estreou este mês nos cinemas após uma trajetória de mais de 20 prêmios em festivais, incluindo Melhor Filme de Crítica e melhor coadjuvante. No longa, ela é Alice, jovem ambientalista que quer sair da casa em que vive, em uma cidade ameaçada pelo avanço do mar.

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Fátima Macedo: filmografia em 2025

Em "Manas", longa que denuncia os impactos dos abusos sexuais na infância, Fátima vive Daniele, uma mãe jovem que tem a história marcada pela violência e vê a filha seguindo o mesmo caminho. A obra é inspirada em histórias reais de abuso e exploração sexual e conta com Dira Paes e Rômulo Braga, além da estreante Jamilli Correa.

O longa foi exibido pela primeira vez, mundialmente, no Festival de Veneza, em 2024, e conquistou o GDA Director's Award, principal prêmio da mostra paralela Giornate Degli Autori. Desde então, acumula mais de 20 prêmios internacionais.

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"O processo de viver Daniele foi um mergulho muito intenso", diz Fátima. "Porque 'Manas' não é um filme que você assiste e esquece. É um filme que realmente vai te causar muitas provocações, sabe? Você não sai a mesma pessoa do cinema".

A atriz comenta sobre a retomada do cinema nacional e sua crescente visibilidade no mundo. "Parece que tivemos que recuar para avançar com essa força, com essa potência, e ganhar esse reconhecimento internacional. Para mim, é uma honra poder ocupar esse lugar de visibilidade do cinema nacional, de visibilidade para artistas que não estão no centro, no eixo Rio-São Paulo. É uma alegria e uma responsabilidade muito grande também", conta.

Em relação às séries que participou, Fátima segue nas telas cumprindo papéis que mostram a potência de mulheres complexas e transformadoras. Em "Guerreiros do Sol", inspirada em fatos históricos do cangaço e da luta política no sertão, a artista interpreta uma mulher que leva seu nome, outra Fátima, marcada por opressões e violências simbólicas. Já em "Pssica", ela vive Daiane, uma mulher autônoma e assertiva. A série, ambientada na Amazônia, é baseada na obra do autor paraense Edyr Augusto e mergulha em temas como violência digital, tráfico humano e sororidade.

"Mas eu acho que todas elas (personagens), em alguma medida, também estão conectadas pelas marcas da violência do feminino que sofremos historicamente. E cada uma reage de uma forma", explica. "Essas obras são unidas pela força do feminino em resistência. São histórias que gritam, que convidam à reflexão, que colocam mulheres no centro, como autoras de si. Tenho muito orgulho de fazer parte desse movimento", resume.

Como próximos passos, Fátima já está preparada para seguir em movimento no encontro com novas histórias e acredita que a arte pode ser um instrumento de transformação social. "Cada personagem me permite dar voz a histórias silenciadas. O cinema é também um espaço de cura e de luta coletiva", conclui.

*Texto da jornalista Maria Babini

 

Acompanhe a artista

  • "A Praia do Fim do Mundo" no Cinema do Dragão
  • "Manas" no Telecine
  • "Guerreiros do Sol" na Globoplay
  • "Pssica" na Netflix
  • Instagram: @fatimamacedoatriz

 

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