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Com foco na dança contemporânea e batalha feminina, Festival Internacional de Danças Urbanas inicia programação
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Com foco na dança contemporânea e batalha feminina, Festival Internacional de Danças Urbanas inicia programação

Com workshops e apresentações, Festival Internacional de Danças Urbanas na Cena expande espaço dos artistas de hip hop em Fortaleza
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Retornando em 2025, o Fiduc ocorreu nos anos de 2014, 2018 e 2019, com convidados internacionais na programação (Foto: Divulgação/ Rickson Barros)
Foto: Divulgação/ Rickson Barros Retornando em 2025, o Fiduc ocorreu nos anos de 2014, 2018 e 2019, com convidados internacionais na programação

É das periferias que, assim como o funk e o rap, vêm as danças urbanas. Abrindo espaço para que essas expressões artísticas se manifestem para além dos territórios periféricos, polos de produção cultural de Fortaleza, o Festival Internacional de Danças Urbanas na Cena (Fiduc) ocorre nesta quinta, 11, e sexta-feira, 12, em um dos principais pontos turísticos da Cidade: a Praia de Iracema.

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Sediada no Centro Cultural Belchior (CCBel), a quarta edição do evento corre na contramão de um cenário em que a dança urbana "historicamente, sempre teve menos espaço, muito pela situação geográfica, política, social", conforme Jorge Luiz de Alves de Lima, diretor artístico do Fiduc, conhecido como Loly Pop. "São danças que vêm de periferias para periferias. Então, durante muito tempo, as periferias produziam suas danças para o seu meio só".

Realizado por meio de edital público voltado para a cultura hip hop e as práticas urbanas, da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), o festival volta a acontecer após um hiato de cinco anos.

De acordo com Loly, o objetivo de torná-lo um evento anual não foi realizado devido a dificuldades de acesso a recursos. Para ele, o edital "específico para práticas da cultura hip hop" é um marco que, entre outros elementos, mostra uma "evolução da política cultural da Cidade".

Workshops são destaque em programação 

Este ano, o Fiduc volta com workshops de House Dance e Danças Tradicionais Brasileiras, ministrados pela professora e artista de dança Simone Vieira, mineira que reside em São Paulo. "O festival acredita que é necessário trazer profissionais de outros estados, de outros países, muito na necessidade de se apresentar como um circuito dentro dos festivais nacionais", afirma o também dançarino e coreógrafo. Ele explica que o valor do recurso de 2025 não foi suficiente para trazer artistas de fora do Brasil.

Outro destaque da programação são as batalhas de dança, que ocorrem no segundo dia do evento. Montadas entre as modalidades All Style - quando os participantes ficam livres para dançar no estilo de sua preferência - e Hip Hop, a primeira batalha é voltada exclusivamente para mulheres cis ou trans e para pessoas não binárias, com curadoria da artista e coreógrafa Fran Córnio. A ideia era projetar um espaço para as mulheres na cena das danças urbanas de Fortaleza.

"A gente sentia a necessidade de ter um olhar para esse lugar da batalha feminina, de que fosse uma mulher da cena que tivesse essa representatividade de acolhimento e de visibilidade", diz Loly Pop, que organiza o festival ao lado de Luís Alexandre, coordenador geral, e de Fabiana Lima, responsável pela coordenação pedagógica. "A gente traz a Fran nesse sentido de gerar uma curadoria e uma busca ativa dessas artistas da Cidade, a partir de alguém que representasse de fato", continua.

Com o improviso como premissa, as inscrições ocorrem no dia do evento. Os artistas fazem uma apresentação de 30 segundos e passam pelo crivo do júri para batalhar ou não. Uma vez formado o quadro geral de participantes, começam os sorteios para os duelos. O DJ solta o som, os competidores dançam e os seis jurados - em sua maioria, mulheres -, avaliam quem se saiu melhor entre os "ataques" e "respostas".

O coreógrafo explica que, normalmente, eles fazem batalhas com 16 pessoas. A depender da quantidade de inscritos, esse número pode aumentar para 24. Ao mesmo tempo que os organizadores buscam promover intercâmbio com artistas de fora, o professor e dançarino pontua o propósito do evento de "fazer com que os artistas locais tenham o mesmo tipo de reconhecimento".

Na nova edição, Loly Pop também destaca a necessidade de "fortalecer um cenário mais novo". Ele conta que o próprio nome do festival alude a "um desejo de aproximar os grupos de danças urbanas do cenário cênico, para os artistas observarem esse espaço como uma oportunidade de manutenção dos trabalhos".

É neste contexto que o espetáculo "Um Ponto de Vista do Concreto", montado em 2013, entra na programação da sexta-feira, 12. Inspirado no documentário "Graffiti Wars", que mostra um conflito crescente entre dois grafiteiros de Londres, os artistas dançam e grafitam ao mesmo tempo, abordando disputas territoriais e questões políticas.

Festival Internacional de Danças Urbanas na Cena 2025

Quinta-feira, 11

  • O que: Workshop de House Dance, workshop de Danças Tradicionais Brasileiras e espetáculo "Um Ponto de Vista do Concreto"
  • Quando: a partir das 14 horas
  • Onde: Centro Cultural Belchior (Rua dos Pacajús, 123 - Praia de Iracema)
  • Gratuito, com inscrições presenciais
  • Instagram: @f.i.d.u.c e @centroculturalbelchior

Sexta-feira, 12

  • O que: Batalha de All Style e batalha de Hip Hop
  • Quando: 18 horas
  • Onde: Centro Cultural Belchior (Rua dos Pacajús, 123 - Praia de Iracema)
  • Gratuito, com inscrições presenciais
  • Instagram: @f.i.d.u.c e @centroculturalbelchior
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