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Margareth Menezes destaca economia criativa como motor do novo Minc
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Vida & Arte

Margareth Menezes destaca economia criativa como motor do novo Minc

Margareth Menezes, ministra da Cultura, aponta a economia criativa como peça central de transformação social e reconstrução institucional do MinC
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 04-12-2025: Margareth Menezes, Ministra da Cultura do Brasil, visita do Jornal O POVO para entrevistas no OP NEWS e O POVO CBN. (Foto:Aurelio Alves / Jornal O POVO) (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES FORTALEZA, CE, BRASIL, 04-12-2025: Margareth Menezes, Ministra da Cultura do Brasil, visita do Jornal O POVO para entrevistas no OP NEWS e O POVO CBN. (Foto:Aurelio Alves / Jornal O POVO)

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, reconheceu, durante entrevista realizada na sede do O POVO, que, desde sua entrada no cargo, o tema economia criativa é tratado como prioridade dentro de um plano de nacionalização do Ministério da Cultura (MinC). Segundo a gestora, é fundamental entender o setor não apenas como um grande gerador de emprego e renda, mas também de transformação social.

"Eu acho que é essa compreensão que nós, brasileiros, precisamos ter sobre o grande potencial dessa joia que possuímos, que é a diversidade cultural brasileira", afirmou.

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O setor criativo - que vai do design ao audiovisual, da moda ao artesanato, da gastronomia às manifestações populares - vem ganhando protagonismo, a ponto de ser apresentado pela ministra como eixo central para a retomada institucional de um novo modelo proposto para a cultura brasileira.

Entrevista com Margareth Menezes

Ela ressalta que, desde o início da atual gestão, a pasta vem passando por um processo de reconstrução após anos de "desmontes e paralisações". No plano, o setor criativo surge como um pilar indispensável. "Então, o Ministério da Cultura, desde quando chegamos, fizemos toda a recriação e, graças a Deus, estamos a passos longos do que nos encontramos, mas estamos focando em algumas políticas que para nós são muito importantes. E a economia criativa é uma delas", declarou Margareth. Durante a passagem pelo O POVO, ela foi recebida por jornalistas no programa O POVO News (transmitido no canal do O POVO Youtube) e na Rádio O POVO/CBN.

Secretaria de Economia Criativa

A reativação da Secretaria de Economia Criativa (SEC), extinta em gestões anteriores, é apontada como uma das medidas mais significativas dessa retomada. Para Margareth, reavivar essa estrutura não era apenas uma correção administrativa, mas um "passo estratégico" para reorganizar políticas e redes que sustentam o setor.

A SEC foi inicialmente criada em 2011 como parte do então Ministério da Cultura. Em 2019, o MinC foi rebaixado e suas funções, incluindo a economia criativa, foram incorporadas a outras pastas. Em maio de 2025, a SEC foi recriada através de decreto, após a atual gestão do MinC atestar que a economia criativa movimenta cerca de R$ 230 bilhões anualmente e emprega mais de 7,8 milhões de pessoas.

"O mercado não é uma promessa; é uma materialidade", afirma Margareth, ao reforçar que cultura e arte já são fenômenos expressivos dentro e fora do Brasil. Porém, ela reconhece ser preciso avançar no fortalecimento das bases econômicas que sustentam essa produção.

É com essa missão que a ministra esteve em Fortaleza para a terceira edição do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR), evento que reúne artistas e agentes culturais do Brasil e da América Latina. Segundo Margareth, a programação é um exemplo prático de como ações estruturadas podem transformar potenciais criativos em oportunidades reais.

 

"Precisamos agir em conjunto", diz ministra

Margareth Menezes considera que Fortaleza possui uma base sólida na cultura, porém, avaliou que qualquer avanço depende de cooperação. Segundo ela, o alinhamento é essencial especialmente no momento em que o País regulamenta o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura. "Para que tudo aconteça, precisamos agir em conjunto. Não pode ser responsabilidade apenas do Governo Federal".

A ideia é que cada ente federativo e o próprio setor cultural assumam suas responsabilidades. Ela lembra que o MinC vem abrindo caminhos, mas que o esforço precisa partir de todos: "As portas estão abertas, as pessoas precisam também fazer seus esforços".

A ministra criticou a "desconstrução" de políticas culturais ocorrida em anos anteriores, processo que, segundo ela, atrasou o País. "Cada vez que entra alguém no poder e desconstrói a política, é prejuízo para o povo brasileiro", afirma. Apesar dos desafios, ela afirma que o ministério tem atuado para reconstruir e impulsionar o setor: "Estamos abrindo janelas em várias direções".

 

Minc prepara estudo para detalhar impacto

A ministra defendeu a Lei Rouanet, afirmando ser preciso acabar com a narrativa de "demonização da legislação cultural". "Precisamos acabar com a perseguição a uma política cultural que existe há 33 anos no Brasil", disse. Para ela, a desinformação em torno do mecanismo gerou prejuízos reais ao setor e ao próprio desenvolvimento nacional.

Como resposta a esse cenário, no dia 11 de dezembro, o MinC prepara a divulgação de um estudo inédito sobre o impacto econômico da Rouanet. "Vamos entregar uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, mostrando todo o impacto, desde quando a pessoa vende o tecido usado para fazer os figurinos", anunciou. Segundo a ministra, a pesquisa utiliza métricas já aplicadas em países que possuem políticas consolidadas na área, permitindo uma análise comparável e tecnicamente qualificada.

Margareth Menezes afirma que o objetivo é apresentar dados concretos que comprovem o alcance da lei e sua relevância econômica e social. "O objetivo é provar, de forma didática e com dados, o que é o impacto da Lei Rouanet no desenvolvimento econômico do País: quantas vidas são impactadas, em quantos lugares, e quem realmente utiliza essa lei", destacou. Para ela, não se trata de financiamento à cultura, mas de compreender que cada projeto movimenta cadeias produtivas inteiras.

 

MICBR

  • Quando: até domingo, 7
  • Programação completa, com horários e locais: gov.br/micbr

 

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