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Giannis Antetokounmpo, o orgulho de um país que não o queria
Reportagem Especial

Giannis Antetokounmpo, o orgulho de um país que não o queria

O atual campeão da NBA pelo Milwaukee Bucks passou 18 anos sem ter nenhuma nacionalidade e precisou, ainda criança, trabalhar como camelô nas ruas de Atenas, na capital da Grécia, para ajudar a sua família

Giannis Antetokounmpo, o orgulho de um país que não o queria

O atual campeão da NBA pelo Milwaukee Bucks passou 18 anos sem ter nenhuma nacionalidade e precisou, ainda criança, trabalhar como camelô nas ruas de Atenas, na capital da Grécia, para ajudar a sua família
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"Todos os dias que eu piso em quadra, eu penso no meu pai". Com os olhos marejados, o ala-pivô grego Giannis Antetokounmpo lembrou das origens ao receber o prêmio de melhor jogador da temporada 2018/2019 da NBA. O nigeriano Charles Antetokounmpo falecera dois anos antes e não pôde acompanhar a ascensão do filho à estrela da maior liga de basquete do mundo, mas o preparou para esse momento.

Conhecido como "greek freak" (algo como “aberração grega”, em inglês), o gigante de 2,11 metros de altura do Milwaukee Bucks venceu dois prêmios de melhor jogador da liga (MVP) em temporadas consecutivas, 2018/2019 e 2019/2020 — nesta, foi ainda melhor defensor da temporada. Na história, só outros dois jogadores foram MVPs e melhores homens de defesa no mesmo ano: Giannis, Hakeem Olajuwon e Michael Jordan.

Na temporada passada, 2020/2021, comandou os Bucks no título da NBA, quebrando jejum de 50 anos da franquia, além de ganhar o MVP das finais, tornando-se o quarto estrangeiro da história a conseguir a façanha, ao lado do alemão Dirk Nowitzki (2011, pelo Dallas Mavericks), do francês Tony Parker (2007, pelo San Antonio Spurs) e do nigeriano Hakeem Olajuwon (1994 e 1995, pelo Houston Rockets).

 

A trajetória até este momento, de prêmios pessoais, estatísticas incríveis e títulos, no entanto, não foi fácil. Começou com seus pais, antes mesmo de ele e seus outros quatro irmãos nascerem. Em 1991, Charles e Veronica Antetokounmpo emigraram da Nigéria rumo a Grécia buscando melhores condições de vida, já que o país natal passava por um período de crise econômica e instabilidade política.

 

 

A difícil vida em Atenas


Giannis Sina Ugo Antetokounmpo nasceu em 1994, três anos após a chegada dos pais em Atenas, capital da Grécia. Por terem entrado no país de forma ilegal, Giannis e outros quatro irmãos, Francis, Thanasis, Kostas e Alex — todos nascidos no país mediterrâneo — não tinham nacionalidade grega. Apesar da ascendência,  tampouco eram considerados nigerianos, por não terem nascido na nação africana. Cresceram nas periferias de Atenas, portanto, como apátridas. 

A situação irregular de Charles e Veronica tornavam restritas as oportunidades de emprego. Ao longo da década de 1990, cerca de 2 milhões de imigrantes foram deportados da Grécia, que também enfrentou imensa crise econômica. O medo e a insegurança da família Antetokounmpo eram constantes, assim como a dificuldade financeira.

 

Giannis Antetokounmpo, camisa 34 do Milwaukee Bucks, posa para foto enquanto segurava o Troféu Larry O'Brien(Foto: ANDREW D. BERNSTEIN / Getty Images via AFP)
Foto: ANDREW D. BERNSTEIN / Getty Images via AFP Giannis Antetokounmpo, camisa 34 do Milwaukee Bucks, posa para foto enquanto segurava o Troféu Larry O'Brien

 

“Por 20 anos, eles (meus pais) viveram em situação ilegal. É muito difícil viver 20 anos sem documentos. Muito, muito difícil. Você tem filhos e precisa buscar trabalho, mas sem documentos é impossível achar algo decente. A qualquer momento os policiais podem te parar e dizer: ‘Venha aqui que vou te mandar de volta para o seu país'”, contou Giannis no documentário "Finding Giannis".

Para ajudar financeiramente os pais, Giannis e os irmãos Thanasis e Kostas — hoje também jogadores da NBA —, passaram a vender óculos escuros, CDs, relógios e outros tipos de produtos falsificados pelas ruas da capital grega. Em paralelo, precisavam lidar com os frequentes ataques racistas e xenofóbicos. 

Nos momentos de lazer, Giannis e os irmãos gostavam de praticar seu esporte preferido, o futebol. Charles chegou a atuar profissionalmente e passou essa paixão para a prole, que também gostava de jogar basquete devido à estrutura corporal favorável. O mais velho, Thanasis, tem 1,98m e 2,08m de envergadura. O do meio, Giannis, tem 2,11m e 2,21m de braços. O terceiro, Kostas, mede 2,08m e 2,14, respectivamente.

 

 

Em uma tarde de 2007, em um parquinho no subúrbio de Atenas, Giannis, na época com 13 anos, brincava de basquete com os irmãos. Naquele dia, sua vida mudaria. Spiros Velliniatis, responsável por descobrir o agora astro da NBA, descreveu o que sentiu ao ver o jovem Antetokounmpo.

“A minha vida não foi fácil, passei por muitas coisas. Então, quando eu vi Giannis Antetokounmpo eu logo entendi quem estava na minha frente, quem ele seria e como eu poderia desenvolvê-lo. Foi um milagre”, revelou em entrevista à ESPN.

Velliniatis fazia parte da comissão técnica do Filathlitikos, time da terceira divisão da liga amadora grega, e estava buscando novos talentos para a equipe. “Ele não queria saber de jogar basquete, estava focado mesmo no futebol. Então, a minha estratégia foi prometer que encontraria bons empregos para o pai e para a mãe dele. Foi como uma isca que eu precisei jogar.”

 

"Os times não aceitavam imigrantes facilmente, independentemente da qualidade. Achavam que tinham problemas de comportamento" Spiros Velliniatis, responsável por revelar Giannis Antetokounmpo

 

Para ajudar a família, o “greek freak”, ao lado do irmão Thanasis, aceitou a proposta e ambos passaram a atuar juntos no Filathlitikos. Segundo Velliniatis, eles dividiam um único par de tênis — quando um estava em quadra, o outro ficava de fora. Por causa da distância do local em que treinavam para a casa deles, cerca de 8 quilômetros, optaram por dormir diversas noites em um colchão de exercícios no ginásio.

“Os times não aceitavam imigrantes facilmente, independentemente da qualidade. Achavam que tinham problemas de comportamento. Não estavam acostumados a treinar crianças tão talentosas quanto Giannis, então podavam suas asas. Antetokounmpo tem questões que ninguém pode falar por ele”, ressaltou Velliniatis à ESPN.

A situação financeira melhorou, mas não o suficiente. A família Antetokounmpo ainda sofria com dificuldades. Giannis e Thanasis precisavam de uma boa alimentação para conseguir se desenvolver fisicamente, mas a realidade era outra. "Lembro de muitas vezes abrir a geladeira e ela estar totalmente vazia. Em alguns dias, a gente simplesmente não tinha dinheiro para se alimentar", contou Giannis, em uma entrevista ao The New York Times.

 

Giannis Antetokounmpo faz cesta contra o Phoenix Suns no Jogo Seis nas finais da NBA de 2021(Foto: Mark J. Rebilas-Pool / Getty Images / AFP)
Foto: Mark J. Rebilas-Pool / Getty Images / AFP Giannis Antetokounmpo faz cesta contra o Phoenix Suns no Jogo Seis nas finais da NBA de 2021

 

“Você se depara com um novo Mozart e vê que ele não tem comida em casa. O que você faz? Isso é um dilema... A resposta certa não é dar um piano. A resposta é: um pão", salientou Velliniatis, também ao jornal nova-iorquino.

A força de vontade e a determinação de se tornar o melhor jogador de basquete do mundo eram maiores que qualquer adversidade. Em 2012, Giannis passou a fazer parte do elenco profissional do Filathlitikos, onde recebeu maior visibilidade pelas boas atuações.

“Ele (Giannis) não saía nunca do ginásio. Nós chegávamos para o treino da manhã e ele já estava lá, depois íamos para casa e voltávamos para o treino da tarde, e ele continuava lá. Então o time perguntava se ele havia almoçado, e ele dizia que tinha comido um lanche ou um salgadinho daqueles de máquina”, contou Christos Saloustros, um de seus melhores amigos, à ESPN.

 

 

Chegada à NBA, cidadania grega e debate sobre o racismo

Aos 18 anos, já com mais de dois metros e atuando como principal jogador do Filathlitikos, Giannis passou a ser observado por olheiros da NBA. Alex Saratsis, atual agente do atleta, se impressionou ao vê-lo em quadra durante uma viagem à Grécia. O agente levou o jovem grego para os Estados Unidos para participar do draft da principal liga de basquete norte-americana — e mundial.

Em 2013, dias após chegar ao país estadunidense, foi selecionado pelo Milwaukee Bucks como a 15ª escolha geral, assinando seu primeiro contrato com a franquia. Na mesma época, o então ministro do Esporte da Grécia, Giannis Ioannidis, enfrentou o movimento anti-imigração que crescia no país e fez um pedido especial para que a família Antetokounmpo tivesse sua situação legalizada.

Após anos vivendo sem nacionalidade, Giannis, irmãos e pais finalmente viraram cidadãos gregos. A situação gerou revolta no líder do "Aurora Dourada", Nikolaos Michaloliakos, partido de extrema-direita da Grécia. "Se você dá a um chimpanzé de zoológico uma banana e uma bandeira, isso faz dele um grego?", disse o político conservacor.

 

Giannis Antetokounmpo é o principal dos Bucks(Foto: Hannah Foslien/AFP)
Foto: Hannah Foslien/AFP Giannis Antetokounmpo é o principal dos Bucks

 

Antonis Samaras, então primeiro-ministro do país, defendeu Giannis e respondeu Nikolaos. “Giannis não se tornou grego porque ganhou documentos. Ele lutou para ser grego. Ele foi à escola desde muito jovem e aprendeu a falar grego melhor que muitos gregos. Ninguém pediu a ele que fizesse isso, mas ele escolheu ser batizado como cristão ortodoxo. Ele começou jogando nos parquinhos de Atenas e hoje está na NBA. Ele é um de nós e nos deixa orgulhosos. Ele é mais grego do que todos aqueles que falam mal dele por causa da cor de sua pele e queimam nossa bandeira. Essas pessoas sim é que são uma desgraça para nosso país.”

Thanasis e Kostas também seguiram a carreira de jogador profissional de basquete. Ambos atuaram na NBA, onde também foram campeões, ainda que como coadjuvantes — o primeiro junto a Giannis, pelos Bucks, em 2021, e o segundo um ano antes, pelo Lakers. O trio costuma defender a seleção da Grécia. Os ataques racistas e xenofóbicos, porém, nunca não cessaram. Em 2018, o comentarista esportivo Takis Tsoukalas fez comentários racistas para Thanasis durante a partida entre os tradicionais Panathinaikos e Olympiakos.

 

"Eles têm um macaco. Aquele cara do Antetokounmpo é um macaco — é o que estou dizendo" Takis Tsoukalas, comentarista esportivo

 

Giannis, através do seu Twitter pessoal, repudiou a atitude do comentarista e ressaltou o orgulho dele e de seus irmãos em serem greco-nigerianos.

“Se esse tipo de coisa pode acontecer com Thanasis, que representa a seleção nacional grega e (então) o Panathinaikos com orgulho e sempre com um sorriso, podemos imaginar o que acontece com as outras pessoas de cor na Grécia. Estou extremamente triste e desapontado, mas não vamos deixar esses comentários negativos mudarem essa família e o nosso amor pelo país onde crescemos. Meus irmãos e eu estamos orgulhosos de sermos greco-nigerianos, e se alguém não estiver contente com isso, o problema é seu.”

Entre os comentários ofensivos e positivos, Giannis se manteve focado no seu principal objetivo: fazer história na NBA.

 


A ascensão ao topo da NBA

 

Giannis evoluiu conforme jogava, a cada nova temporada, melhorando as capacidades físicas e desenvolvendo habilidades técnicas. No seu ano de estreia na liga norte-americana, alcançou média de 6,8 pontos, 4,4 rebotes, 1,9 assistências, 0,8 roubadas de bola e 0,8 toco em 77 jogos, números suficientes para que o Milwaukee Bucks renovasse seu contrato pela primeira vez.

Na temporada seguinte, 2014-2015, a evolução foi notória. Ficou de fora de apenas um jogo durante todo o ano, conseguindo médias de 12,7 pontos e 6,7 rebotes. Naquele ano, os Bucks chegaram até os playoffs, mas foram derrotados por 4 a 2 na série para o Chicago Bulls.

O ano em que Antetokounmpo realmente passou a ganhar notoriedade na liga foi em 2015-2016. O grego se tornou o titular da equipe e teve números expressivos na campanha, com médias de 16,9 pontos, 7,8 rebotes e 4,4 assistências, cravando cinco triple-doubles durante a competição, que ocorrem quando um jogador consegue atingir, em uma única partida, dígitos duplos em três das principais estatísticas do jogo (em geral, pontos, rebotes e assistências). Nesta temporada, ele ganhou o apelido que o acompanha desde então: greek freak.

 

 

 

A excelente temporada rendeu o primeiro contrato milionário de Giannis. O grego assinou com o Bucks por 100 milhões de dólares em quatro anos, o maior, até aquele momento, da história da franquia.

Em 2016-2017 o jogador recebeu o prêmio de Most Improved Player (MIP) da NBA, dado ao atleta que mais evoluiu na liga. Nas edições seguintes, Giannis se tornou ainda mais implacável em suas atuações, firmando-se entre os maiores da atualidade.

Conduziu os Bucks às finais da conferência Leste em 2018-2019, algo que não acontecia desde 2000-2001, e recebeu a maior premiação individual da NBA: o título de Most Valuable Player (MVP) da temporada.


Giannis Antetokounmpo, camisa 34 do Milwaukee Bucks, posa para foto enquanto segurava o Troféu Larry O'Brien(Foto: JESSE D. GARRABRANT / AFP)
Foto: JESSE D. GARRABRANT / AFP Giannis Antetokounmpo, camisa 34 do Milwaukee Bucks, posa para foto enquanto segurava o Troféu Larry O'Brien

 

O grego repetiu a façanha na temporada seguinte, em 2019-2020, quando conduziu os Bucks à melhor campanha da fase regular, com 29,5 pontos por jogo, além de 13,6 rebotes, vencendo, novamente, o MVP da NBA, além de ser eleito o melhor defensor do ano.

No fim de 2020, Giannis acertou uma extensão de contrato com os Bucks por cinco anos no valor de 228 milhões de dólares, mais de 1,1 bilhão de reais, entrando para o rol de maior contrato da história da liga norte-americana de basquete.

A recompensa por todo o esforço, dedicação e vontade de se superar a cada temporada foi conquistada neste ano, em 2020-2021. O “greek freak” comandou a equipe até a final da NBA, onde se impôs e foi soberano, superando até uma hiperextensão de joelho que deveria ter lhe deixado semanas "de molho". Com atuações dignas de comparação com outras lendas do esporte, Giannis alcançou, na série final diante do Phoenix Suns, média de 35,2 pontos e 13,2 rebotes, 5 assistências e apenas 2,3 em desperdícios de bola por partida.

No último jogo da série, que decretou o título do Milwaukee Bucks por 4 a 2, encerrando um jejum de 50 anos, Giannis marcou incríveis 50 pontos, além de 14 rebotes, quebrando diversos recordes da liga e sendo eleito o MVP das finais, tornando-se o quarto estrangeiro da história a conseguir esse prêmio.

 

 

 

“Quando vejo o passado, minhas conquistas pessoais, o que já consegui, lá está o meu ego. Quando olho para o futuro, aí estamos falando de orgulho, mirando o que ainda quero realizar. Por isso procuro sempre focar no presente, no exato momento em que vivo sempre. Aqui, no presente, está a humildade, sem expectativas, apenas aproveitando ao máximo cada instante” disse Giannis Antetokounmpo em entrevista coletiva após o quarto jogo da final contra o Suns.

 

 

O que dizem os especialistas

 

“O Giannis Antetokounmpo é o exemplo clássico da pessoa que nasceu com o dom para o esporte, com um biotipo magnífico, insuperável para a prática do basquete. Ele não é apenas um jogador que foi MVP três vezes de uma NBA, ele tem talento e garra. É um dos maiores jogadores da história”. Assim Alberto Bial, treinador do Fortaleza Basquete Cearense, descreve o astro grego, em entrevista ao O POVO.

O ex-jogador de basquete, que atuou entre 1966 e 1972 em clubes como Fluminense e Flamengo, vê em Giannis um dos grandes exemplos do esporte, desde sua difícil infância até se tornar um fenômeno da NBA.

 

Giannis Antetokounmpo é apelidado como “greek freak”, na tradução para o português: “monstro grego”(Foto: AFP)
Foto: AFP Giannis Antetokounmpo é apelidado como “greek freak”, na tradução para o português: “monstro grego”

 

"Ele nasceu em um país que não o registrou (Nigéria) e passou por uma situação de penúria na infância e no começo da juventude. Mal poderia se dizer um grego. Quando ele teve a oportunidade de ir aos Estados Unidos, deram a nacionalidade grega para ele. Foi para um time pequeno, que não ganhava há 50 anos, e batalhou até chegar no auge da sua performance e da performance do Milwaukee Bucks. Mais um grande exemplo que o esporte dá pra gente”, ressalta Bial.

LeBron James comandando seu time em uma virada histórica na final da NBA, anotando 50 pontos no jogo do título? Não. Foi Giannis Antetokounmpo quem realizou tal façanha. Karine Nascimento, colunista de basquete do O POVO, traçou este paralelo e analisou a forma como jogadores estrangeiros são tratados pela liga americana e pela mídia local em relação aos atletas que nasceram nos Estados Unidos.

“O Giannis é gigante, dentro e fora das quadras. Ele é mais uma prova do quanto a NBA ainda é xenofóbica. Se um jogador como LeBron James ou Kevin Durant tivesse virado uma série que estava 2 a 0 para o adversário e feito 50 pontos em um jogo de título, provavelmente estariam comentando até hoje.”

Para Karine, o “greek freak” está longe de ser, como seu próprio apelido diz, apenas um “monstro grego” que se resume às suas características físicas. Segundo a jornalista, Giannis é um jogador completo e que está entre os maiores nomes da história do basquete.

“Muito se dizia que o Antetokounmpo só teria habilidades físicas (o famoso ‘só corre e enterra’), mas a explicação de como ele calculou em décimos de segundos o que devia fazer para dar aquele toco histórico em cima do Ayton nas finais, foi só uma prova de como é um jogador muito inteligente e capaz de fazer leituras rápidas durante o jogo. Aos 26 anos, ele já soma um título da NBA, sendo o maior protagonista do time e com prêmios individuais como MVP e MVP de finais. É facilmente um dos candidatos entre os grandes da liga, e um dos favoritos para ser o maior estrangeiro de toda a história da NBA.”

 

 

A influência de Giannis no debate sobre migração

 

“Ainda hoje, os imigrantes, mesmo de segunda e terceira gerações, têm imensas dificuldades em assegurar um visto legal de residência para si, quanto mais a cidadania grega. Os Antetokounmpo só receberam a cidadania porque Giannis estava indo para a melhor liga de basquete do mundo. É isso que você precisa conseguir para obter a cidadania grega? Ser um dos melhores atletas do mundo? Precisamos aproveitar o exemplo deles para buscar mais meios que favoreçam a regularização de imigrantes e seus descendentes na Grécia”, disse Nikos Odubitan, ativista social que defende os direitos dos imigrantes e refugiados na Grécia, em entrevista ao New York Times.

Motivo de inspiração, Giannis e seus irmãos participam de organizações solidárias na Grécia que defendem os direitos dos imigrantes no país, além de financiar os estudos e a prática de esportes de jovens descendentes de imigrantes não documentados, assim como eles foram durante toda a adolescência.

“Dou esperança para as pessoas na África, na Europa e no mundo. Pode ser feito. Espero que isso dê esperanças a todos no mundo. Acredite nos seus sonhos. Foi uma longa jornada. Fiz de tudo. Estar aqui e não jogar. Vir do banco. Jogar de armador, de defensor no corner. Essa noite, precisei fazer de tudo. Os Bucks me draftaram, me fizeram sentir em casa aqui. Khris Middleton, Jrue Holiday, o técnico Bud (Mike Budenholzer), sempre me colocaram para frente. E eu não posso parar. É o meu jeito. Eu sou assim”, ressaltou Giannis, na entrevista após o título da NBA.

CRÉDITOS

  • Edição André Bloc e Regina Ribeiro
  • Texto Mateus Moura
  • Recursos Digtais Wanderson Trindade
  • Recursos visuais Isac Bernardo
  • Imagens Fotos AFP
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