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Eita, Ceará moleque!
Reportagem Seriada

Eita, Ceará moleque!

CEARENSIDADE| No imaginário popular, não tem povo mais gaiato que o cearense. Afinal, por que o Ceará é considerado a Terra do Humor?
Episódio 2

Eita, Ceará moleque!

CEARENSIDADE| No imaginário popular, não tem povo mais gaiato que o cearense. Afinal, por que o Ceará é considerado a Terra do Humor?
Episódio 2
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Era 30 janeiro de 1942. Em Berlim, aviões de combate rasgavam o céu no auge da Segunda Guerra Mundial. Em Fortaleza, o que comia de esmola era a chuva: conta-se que chovia forte há dois dias, água muita, e as nuvens pesavam breu. No terceiro dia, irrompendo contra a fúria desmedida de São Pedro, o Sol surgiu — chegou cabreiro, meio amuado, mas enfim o astro-rei.

Passando pelo Centro à caminho da redação do jornal O POVO, entre calçadas molhadas, um repórter demorou-se na Praça do Ferreira e registrou um dos causos mais conhecidos da história do Ceará: a vaia ao sol.

“Olhando para o alto e apontando, começaram uma demonstração estrondosa, vaiando o astro vencido e apagado, naquele momento, num grito uníssono de várias bocas. Mas afinal o velho Rei das alturas venceu, botando todo corpo vermelho para fora das nuvens e dispersando os vaiadores”, grafou à época. O nome do jornalista se perdeu, mas a molecagem do cearense atravessa gerações no estridente "iêêêêêêêêêii!".

>> Em vídeo, Carri Costa e Tarcísio Matos refletem sobre o humor na história do povo cearense

O epíteto "Ceará Moleque" nasceu ainda no século XIX: na obra A Afilhada, publicada em folhetim no jornal Libertador no início de 1889, Manuel de Oliveira Paiva (1861–1892) utiliza o apelido “moleque” para designar o “Ceará”. Fortaleza, para o autor, nunca fora uma “cidade nobre”, metida a desenvolvida, e moleque era adjetivo pejorativo.

Escritor cearense Manoel de Oliveira Paiva usou pela primeira vez a expressão Ceará Moleque no século XIX(Foto: Acerto Pessoal )
Foto: Acerto Pessoal Escritor cearense Manoel de Oliveira Paiva usou pela primeira vez a expressão Ceará Moleque no século XIX

Ao longo do século XX, entretanto, o movimento modernista promoveu uma valorização do popular e o termo "moleque" passou a significar "alegre", "irreverente" — pense num povo invocado, sem frescura, dez ano! Para compreender a construção imagética do cearense como engraçado, contudo, é fundamental abandonar estereótipos e essencialismos. Afinal, por que o cearense é considerado galhofeiro?

"O cearense é um povo forte que criou mecanismos de sobrevivência contra as agruras: o gracejo, a brincadeira, o exagero, o apelidar, a espontaneidade... Nessa irreverência, nesse humor, também tem uma dose de imensa de solidariedade", afirma o jornalista, compositor, produtor e pesquisador de cultura popular Tarcísio Matos.

"Tem dois matutos, um mora numa casa aqui e outro mora numa casa acolá: se eles forem amigos, eles não passam fome porque o outro dá ou empresta a colherada de café, o quilo de farinha...", pondera. 

Jornalista Tarcísio Matos pesquisa o humor e a linguagem popular dos cearenses há anos(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Jornalista Tarcísio Matos pesquisa o humor e a linguagem popular dos cearenses há anos

Dedicado há mais de 40 a mapear expressões, dizeres e trejeitos do Litoral Norte do Estado ao Cariri, Tarcísio é autor do Grande Dicionário da Fala Cearense, obra que reúne entre 10 e 12 mil verbetes do mais autêntico cearês.

"Uma coisa que me deixa encantado é como o cearense encara a vida de uma forma não cabisbaixa, não entregando o lombo ao açoite das adversidades, mas com muito trabalho, responsabilidade, senso de humor e espiritualidade incomuns", complementa.

A mania de comparação, a metáfora do cearense, por exemplo. Quando o cabra diz assim: 'Meu irmão, ontem eu vi o cabra dançando com a namorada dele e pareciam duas bilas dentro de um prato, imagine! Esse é um traço único no mundo, muito bem expresso no Chico Anysio, no Tom Cavalcante, no Renato Aragão, no Falcão, mas também em muita gente anônima dentro da família, nos bares, nos estádios, na praia, no açude, na pescaria, na serra, no barco, nos velórios…

Tarcísio Matos, jornalista e produtor cultural

Para Tarcísio, o humor se apresenta no comunicar mais corriqueiro e cotidiano do cearense. "A mania de comparação, a metáfora do cearense, por exemplo. Quando o cabra diz assim: 'Meu irmão, ontem eu vi o cabra dançando com a namorada dele e pareciam duas bilas dentro de um prato, imagine!'", convida o produtor cultural.

"Esse é um traço único no mundo, muito bem expresso no Chico Anysio, no Tom Cavalcante, no Renato Aragão, no Falcão, mas também em muita gente anônima dentro da família, nos bares, nos estádios, na praia, no açude, na pescaria, na serra, no barco, nos velórios…", complementa.

"Cearense não diz 'apressado', diz 'avexado'; cearense não joga fora, 'rebola no mato', cearense não luxa o ombro, ele desmente. Diante das adversidades da natureza e da sociedade, restou ao cearense sobreviver fazendo gracejo até na morte: a visagem, a alma, bora beber o morto. O cearense é uma marmota, uma arrumação! Ô bicho pra falar alto, fazer comparação, botar apelido no povo. É uma forma de resistência", adiciona o pesquisador.

Nada tira da minha cabeça, pelas minhas pesquisas e pelo meu entendimento, que essa molecagem genuinamente cearense é sertaneja, sabe? Ela é do sertão porque o sertanejo é aquele que ainda se junta no final da tarde na calçada para um bate-papo com os amigos, falando das revelações e piadas, sempre banhado de riso, graça, jocosidade e sem pejorativismo porque o sertanejo tem a sutileza do frescar. Eu acredito que vem daí o que nós somos.

Carri Costa, ator e diretor

Ator e diretor Carri Costa, proprietário do Teatro da Praia(Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Ator e diretor Carri Costa, proprietário do Teatro da Praia

Ator, diretor, produtor cultural e fundador do Teatro da Praia, Carri Costa resgata a vocação ao humor das brenhas do sertão. "Nada tira da minha cabeça, pelas minhas pesquisas e pelo meu entendimento, que essa molecagem genuinamente cearense é sertaneja, sabe? Ela é do sertão porque o sertanejo é aquele que ainda se junta no final da tarde na calçada para um bate-papo com os amigos, falando das revelações e piadas, sempre banhado de riso, graça, jocosidade e sem pejorativismo porque o sertanejo tem a sutileza do frescar".

"Eu acredito que vem daí o que nós somos. De certa forma, após passar o dia inteiro capinando numa terra seca ou plantando, você está junto com seu compadre, com a sua comadre, e diz que o calango passou de cabeça erguida como se tivesse acabado de chover — aí puxa o riso, 'e fulano? E beltrano?'. A gente tem que trabalhar uma autoestima mais fortalecida e tirar proveito de ser considerado a Terra do Humor. Acho fundamental", opina o diretor de Tita e Nic, peça há 22 anos em cartaz.

A visão acadêmica sobre este traço do povo cearense

Marcio Acselrad, coordenador do Laboratório de Estudos do Humor e do Riso da (LABGRAÇA) da Universidade de Fortaleza (Unifor), defende que o humor é uma poderosa estratégia comunicacional e cultural.

O humor é uma ótima maneira de mostrar que coisas sérias podem ser tratadas não sem importância, mas sem esse peso. Com humor sempre é mais gostoso, é mais interessante, é uma boa maneira de atrair atenção das pessoas... Humor também é uma estratégia pensamento. Uma boa piada, bem elaborada, envolve um um refinamento no pensamento.

Marcio Acselrad, coordenador do Laboratório de Estudos do Humor e do Riso

"Essa é uma das principais características do humor, a estratégia de comunicar. O humor é uma ótima maneira de mostrar que coisas sérias podem ser tratadas não sem importância, mas sem esse peso. Com humor sempre é mais gostoso, é mais interessante, é uma boa maneira de atrair atenção das pessoas... Humor também é uma estratégia pensamento. Uma boa piada, bem elaborada, envolve um um refinamento no pensamento. Leon Eliachar (1922-1987), humorista carioca, dizia que o humor é arte de fazer cócegas no pensamento. Humor é fazer o pensamento rir", aponta o pesquisador.

O coordenador do LABGRAÇA alerta, entretanto, que apesar de o Ceará ser conhecido como a Terra do Humor, é importante evitar fundamentalismos: "Generalizações, muitas vezes, acabam incorrendo em estereótipos, preconceitos e possivelmente discriminação. A gente sabe que nem todo cearense é engraçado".

Rossicléa e Carri Costa: a voz da experiência 

A responsabilidade sobre o fazer humorístico, há 32 anos, guia Valéria Vitoriano. A intérprete de Rossicléa luta pelo reconhecimento do humor enquanto arte que exige ética e, sobretudo, muito estudo. "Existe essa chancela que todo cearense é humorista, é engraçado. Não é, sabe? Tem uma galera que não tem noção do respeito necessário para subir ao palco", desabafa. Segundo a artista, não existe uma escola informal de comédia, mas "um artista ver o outro funcionando faz crescer".

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Dama do Humor do Ceará, Valéria ressalta: "Nós queremos que todos desenvolvam talento, mas muitos não tiveram sequer a preocupação de olhar para si e fazer uma coisa original, desenvolver sua potencialidade, ver onde se encaixa. Nós que já temos experiência podemos ajudar nisso, mas às vezes o cara não te ouve porque você é mulher ou porque acha que você está com inveja. O que faz o humor é a tentativa e erro. Você quer um resultado diferente, mas continua agindo igual? Não dá".

Ator e diretor Carri Costa, proprietário do Teatro da Praia(Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Ator e diretor Carri Costa, proprietário do Teatro da Praia

Nas palavras de Carri, "de fato, não existiu essa escola do humor: o que existiu foi realmente um incentivo muito grande do mercado. Quando se abriu esse filão e percebeu-se que isso poderia contribuir economicamente para aquelas pessoas — artistas ou não — que contam piadas muito bem a nível de família, de turma, de rua, houve uma entrada de cabeça dessa galera que precisava aditivar seu orçamento sem nenhum entendimento, sem nenhum estudo, sem nenhuma compreensão do que é o humor. Munidos desse repertório que estava no vocabulário popular, na cearensidade e na oralidade, pegavam piadas que fulano contava e assumiam para si", analisa.

"Existe uma política de domínio de piadas. Alguns humoristas se apropriam de algumas piadas e fazem dela o seu carro-chefe ou o seu show e outros humoristas preferem não contar porque é uma questão de compromisso ético não assinado". O boom de humoristas descompromissados com a arte de contar piadas gerou uma perigosa consequência: a ridicularização do outro.

Reflexos de um tempo

"Eu acho que, agora, o humor tem um papel de entretenimento e também uma função de denúncia, de crítica, de sátira. O humor tem que ser reflexo do seu tempo, o humor tem que ser reflexo da sua história, sabe? Nós não podemos querer fazer humor em 2020 como nós fazíamos em 1990. Não cabe mais. A gente tem que ter o entendimento daquilo que nos torna mais humanos e acho que o politicamente correto nos liga à humanidade", finaliza Carri Costa.

"A partir do momento que você quer desumanizar uma outra pessoa através do riso, você está sendo um tremendo fela, uma artista mediano, um artista medíocre, um artista sem raiz, um artista sem propriedade, um artista sem sentimento. A pior coisa que existe para o humorista é ele não se colocar no lugar de uma plateia. Toda vez que um palhaço de um circo se propõe a puxar o riso, ele se mistura com a plateia e permanece plateia. Por isso que ele cai tanto, por isso que ele se bate tanto, por isso que ele apanha tanto — porque ele é o alvo, ele é a mola propulsora, não a plateia", considera Carri.

"O falso palhaço é aquele que fresca com o peso, com a cor, com a sexualidade de alguém que está na plateia. Isso é absurdamente medíocre, frágil. Hoje, nós temos que repensar e discutir muito sobre isso para que a gente seja muito coerente com ser a Terra do Humor", critica

Humor movimenta turismo, mas não recebe

apoio estatal 

Valéria Vitoriano e seu filho e sócio João Vitor na fachada do Autoral Comedy Bar, localizado no bairro Aldeota. (Foto: Beatriz Boblitz)
Foto: Beatriz Boblitz Valéria Vitoriano e seu filho e sócio João Vitor na fachada do Autoral Comedy Bar, localizado no bairro Aldeota.

Com o slogan "Beber do Riso", o Autoral Comedy Bar nasceu de um sonho antigo de Valéria Vitoriano, maturado durante anos: promover a volta do cearense aos shows de humor. Desde a década de 1990, a comédia se consolidou como uma das principais atrações turísticas da Capital — algumas casas de humor, inclusive, vendem pacotes de shows em agências de viagens.

Barracas de praia, teatros temáticos, churrascarias e restaurantes da orla atraem turistas do mundo inteiro, interessados em praias, frutos do mar e as autênticas piadas da Terra do Humor. Apesar de a atividade ser essencialmente turística, entretanto, o setor não conta com apoio da Setfor, a Secretaria Municipal do Turismo de Fortaleza.

"O Autoral é uma casa pensada para o cearense voltar a frequentar o show de humor como na década de 1990", destaca Valéria, intérprete de Rossicléa. "Uma casa pequena, intimista, são 100 lugares, um preço nada exorbitante. Eu fiz com o Autoral o que eu fiz com a Rossicléa: criei um bar que eu gostaria de frequentar. A proposta é de movimentar e incluir também o stand up", complementa.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 07-01-2020:  Retratos da humorista Valéria Vitoriano em seu bar  Autoral Comedy Bar, localizado no bairro Aldeota. (Foto: Beatriz Boblitz/ O POVO)(Foto: Beatriz Boblitz)
Foto: Beatriz Boblitz FORTALEZA, CE, BRASIL, 07-01-2020: Retratos da humorista Valéria Vitoriano em seu bar Autoral Comedy Bar, localizado no bairro Aldeota. (Foto: Beatriz Boblitz/ O POVO)

Localizado ao número 2035 da Av. Santos Dumont — fora do tradicional circuito turístico —, o Autoral Comedy Bar abriu as portas no dia 9 de janeiro deste ano, mas paralisou as atividades em 17 de março em virtude da pandemia de Covid-19. "Quando eu me percebi dentro da pandemia, tendo inaugurado recentemente uma casa de humor, tendo 12 funcionários na folha, eu perdi. Eu amanheci e não tinha mais o meu trabalho, não tinha a certeza de que conseguiria me sustentar com a minha reserva. Não tive uma segunda opção. Passei a minha vida toda fazendo um negócio que eu não posso fazer agora, que é aglutinar. Vocês percebem a grandeza, o peso dessa constatação para um artista que só fez isso a vida toda? É um buraco", desabafa a proprietária. Com a gradual reabertura do setor cultural, o Autoral voltou a funcionar presencialmente no último 18 de setembro.

No encontro das ruas Osvaldo Cruz e Av. Beira-Mar, entre hotéis e restaurantes, o Teatro do Humor e Cultura Cearense é um espaço voltado aos turistas. Fernanda Gomes, produtora cultural, foi proprietária da casa de 2005 a 2015 e destaca que diversas famílias são beneficiadas pela arte de fazer rir.

"O Ceará sempre foi um dos destinos mais escolhidos pelo turista brasileiro e boa parte desse público busca por shows de humor; exemplo disso são as casas de show que se firmaram nos trechos turísticos na última década. O humor movimenta toda uma cadeia produtiva, desde os consultores de vendas que ficam na orla, passando por recepcionistas de hotéis, guias, taxistas, bilheteiros, garçons, músicos, técnicos de som e luz até o proprietário pelo estabelecimento. O turista sempre gostou da nossa molecagem, do personagem transvestido, mas nos últimos anos houve um grande crescimento pela busca do stand up comedy", assegura.

"O Teatro do Humor foi o primeiro teatro temático de humor do Brasil, está no mercado desde 2005 e nunca recebeu nenhum incentivo fiscal, sempre sobrevive da venda de ingressos. O humor cearense nasce da molecagem do nosso povo: depois de três dias de chuva, o sol resolve aparecer e o povo vaia... Isso só acontece no Ceará. Os humoristas e comediantes têm talento de sobra, precisam de apoio para o desenvolvimento da escrita, de roteiros. Acredito sim que o poder público possa contribuir com isso, com escolas de circos, de música, de teatro. Precisamos de escolas de formação para essa linguagem, pois a maioria dos humoristas nunca fez um curso formativo", defende Fernanda.

Show do humorista Superedson no Teatro do Humor, em Fortaleza(Foto: MARCOS CAMPOS em 07/01/2011)
Foto: MARCOS CAMPOS em 07/01/2011 Show do humorista Superedson no Teatro do Humor, em Fortaleza

Procuradas pela equipe do O POVO, as secretarias de turismo do Estado e do Município informaram por telefone que as pastas não possuem ações específicas voltadas ao incentivo e fomento do humor. Carri Costa, ator, diretor, produtor teatral e fundador do Teatro da Praia, concorda com as pontuações de Fernanda Gomes: "É muito pertinente falar sobre a ausência do poder público, principalmente neste momento histórico que vivemos. Eu acho que o poder público comete um pecado terrível em não tirar proveito daquilo que temos com tanta fluidez, que é provocar o riso nas pessoas", analisa.

O humor movimenta toda uma cadeia produtiva, desde os consultores de vendas que ficam na orla, passando por recepcionistas de hotéis, guias, taxistas, bilheteiros, garçons, músicos, técnicos de som e luz até o proprietário pelo estabelecimento. O turista sempre gostou da nossa molecagem.

Fernanda Gomes, produtora cultural

"Quando você não estabelece políticas públicas, quando você não estabelece dotação orçamentária para pesquisa, estudo, fomento de produções cômicas para aquele artista que está começando e para aquele humorista que já está neste mercado, você perde muito — principalmente com a qualidade daquela obra, que poderia ser um produto genuinamente de exportação e turístico que colocaria nosso Estado em um patamar turístico de qualidade. A ausência do poder público não impede que o humor e esse mercado fruam, mas obviamente a intervenção do poder público pode qualificar este trabalho e proporcionar diretrizes mais cearenses no sentido literal", pondera.

Superedson e Ruanito em espetáculo no Teatro do Humor, em janeiro de 2011 (Foto: MARCOS CAMPOS)
Foto: MARCOS CAMPOS Superedson e Ruanito em espetáculo no Teatro do Humor, em janeiro de 2011

"Eu acho que a gente tem que qualificar para que o turista chegue aqui e analise todo esse cenário como uma coisa de interesse cultural, de interesse artístico; isso é muito mais interessante do que o puro entretenimento. Nós temos essa forma espontânea de provocar o riso no sangue do cearense, os símbolos da nossa cultura estão dentro da gente e precisamos passar isso pro resto do Brasil e para o mundo inteiro. Nada melhor como ter parceiros como o poder público para que a gente conheça de onde veio. Isso vai provocar uma revolução no entendimento que a gente entende como cearensidade", finaliza o artista.

 

 

 

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