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Duda Franklin: A cientista e empreendedora que quer mudar o mundo
Reportagem Seriada

Duda Franklin: A cientista e empreendedora que quer mudar o mundo

Maria Eduarda Franklin, potiguar de 25 anos, possui diversas condecorações acadêmicas e reconhecimentos de publicações de ciência e mercado. Desde que lançou a Orby.Co entrou no mundo dos negócios implementando suas descobertas na área de neurociências para reabilitação e redução de dores de pacientes

Duda Franklin: A cientista e empreendedora que quer mudar o mundo

Maria Eduarda Franklin, potiguar de 25 anos, possui diversas condecorações acadêmicas e reconhecimentos de publicações de ciência e mercado. Desde que lançou a Orby.Co entrou no mundo dos negócios implementando suas descobertas na área de neurociências para reabilitação e redução de dores de pacientes
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Se preparar desde a infância para deixar um legado para a humanidade é um dos objetivos que movem a jovem cientista potiguar Maria Eduarda Franklin, de 25 anos.

O que inicialmente pode parecer abstrato ganha forma: Duda é cofundadora de um negócio que desenvolve um sistema pioneiro para reabilitação e redução de dores de pacientes com disfunções neuromotoras.

O negócio da Orby.Co deve beneficiar pessoas que sofreram acidentes e foram parar em cadeira de rodas ou que desenvolveram doenças como Mal de Parkinson e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O foco é em restaurar movimentos e prover uma vida sem dores.

Maria Eduarda (Duda) Franklin, cientista empreendedora (Foto: Hermínio Nunes/Sebrae)
Foto: Hermínio Nunes/Sebrae Maria Eduarda (Duda) Franklin, cientista empreendedora

As diversas condecorações acadêmicas e reconhecimentos no mundo dos negócios inovadores renderam a indicação de Duda Franklin à lista Forbes Under 30 de 2023 para pessoas que se destacaram em suas áreas de atuação com menos de 30 anos.

A Orby.Co venceu a Brazil Conference at Harvard and Massachusetts Institute of Technology (MIT) no ano passado e passou a integrar o Microsoft Founders Hub.

Neste ano, a "cientista-empreendedora" (como ela mesmo se identifica) foi incluída na lista de pessoas inovadoras abaixo de 35 anos para ficar de olho, segundo o MIT.

Em entrevista ao O POVO durante participação no Startup Summit 2024, em Florianópolis-SC, Duda conta a trajetória de vida quando decidiu ainda criança ser cientista, suas inspirações, a dificuldade com o bullying dos colegas e o sonho de inspirar crianças cientistas no Nordeste.

“Eu quero ser alguém que vai marcar uma geração, eu quero deixar um legado, um trabalho positivo para a sociedade”, afirma. 

 

O POVO - Duda, você foi uma criança com uma condição de aprendizagem acima da média. Como foi o processo de desenvolvimento?

Duda Franklin - Eu acho que nunca pensei muito assim sobre uma condição diferenciada em que sou mais inteligente que a média.

Nunca pensei nisso porque quando falamos sobre alguém inteligente, sobre alguém com uma habilidade numa determinada área, é muito mais sobre treinamento.

Quanto mais treinamos, claro que depois teremos uma outra "disposição", vamos colocar entre aspas, para fazer uma determinada coisa.

E quando se treina muito, essa pessoa se torna excepcional naquilo. Sempre tive isso comigo.

Eu quero ser alguém que vai marcar uma geração, eu quero deixar um legado, um trabalho positivo para a sociedade e eu quero que a minha ciência, a minha pesquisa e meu legado sirva como uma ferramenta para empurrar a humanidade para frente.

Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co(Foto: Herminio Nunes/Sebrae)
Foto: Herminio Nunes/Sebrae Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co

OP - Você tem algum objetivo neste sentido?

Duda - Acho que essa deveria ser a grande missão da boa parte dos desenvolvedores, dos cientistas, de empurrar a raça humana para frente (a partir dos seus conhecimentos).

Desde pequena eu sonhava em ser cientista e que queria deixar um legado. Antes, eu pensava que ia fazer todo mundo viajar para Marte e não rolou, mas tudo bem.

Mas eu sempre fui muito focada e muito atenta ao que minha mãe e minha tia falavam sobre a gente evoluir pelos estudos.

Eu quero vencer pela ciência, assim como outras pessoas que me inspiram, como Rosalind Franklin (química britânica, que viveu entre 1920 e 1958, que contribuiu para o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA, vírus, carvão mineral e grafite) e outros cientistas brilhantes.

Eu quero entregar uma solução para as pessoas, que não precisam nem lembrar meu nome, mas que usem o que desenvolvi e falem: "Isso mudou minha vida".

OP - Imagino que o processo para chegar a esse ponto foi e ainda é complicado...

Duda - Para falar a verdade, foi muito complicado. Eu tive que estudar e trabalhar muito. Sair de casa às 5 horas da manhã para ir à faculdade e voltar para casa meia-noite.

Chegava em casa tarde e ainda estudava mais um pouco. Neste processo, eu pegava cinco ônibus lotados, ficava duas horas e meia na condução.

Eu estava em pé lendo para as minhas provas porque eu não tinha tempo de ler em qualquer outro minuto. Eu não tinha fim de semana, nem nada.

Eu ficava sempre sentada estudando, muito focada. Eu lembro que vi uma frase num filme e guardei, que falava sobre como a obsessão vence a inteligência quando você está muito obcecado naquilo.

E na ciência treinamos tanto uma habilidade, começamos a aprimorar até ficar muito habilidoso em estudar e adquirir conhecimento.

Minha mãe repetia muito que a gente vence pelos estudos e aquilo ficou colado no meu inconsciente e também porque via elas trabalhando muito e ainda estudando sem nunca desistir.

OP - Você falou que sua mãe e tia são inspirações para sua trajetória...

Duda - Eu fui criada por minha mãe Marileide e minha tia Gorete. As duas tiraram diploma superior sendo de uma família de cinco mulheres e um homem.

As duas foram as primeiras a conseguir um diploma porque queriam vencer pelo estudo. Hoje, minha mãe já tem o segundo diploma e ajudou minha tia no mestrado após uma carreira consolidada e ter seus 50 e poucos anos.

Minha mãe repetia muito que a gente vence pelos estudos e aquilo ficou colado no meu inconsciente e também porque via elas trabalhando muito e ainda estudando sem nunca desistir.

Eu sempre fiquei muito impressionada do quanto elas amavam estudar. Quando eu disse pequenina para minha mãe que queria ser cientista, ninguém duvidou, todas me apoiaram.

Minha família me animava, me ajudava com maquetes, trabalhos e pesquisas. Com oito anos, na feira de ciências da escola, enquanto os outros alunos tinham projetos simples, eu empolgada queria fazer meu primeiro tomógrafo.

Nesse projeto, o meu primo Lenilson (que hoje é advogado) me ajudou e sempre foi uma das pessoas que mais me tolerou, porque minha mãe trabalhava e ele cuidava de mim.

E trabalhava nos projetos de ciências comigo e eu via o Lenilson lendo os livros de ciências porque eu perguntava demais e ele queria me ensinar.

OP - Você é vinda de família pobre que morava numa área periférica de Natal (RN), como era a vida na escola? Teve acesso a escolas especiais?

Duda - Comecei numa escolinha de bairro e depois fui para a escola pública. Por eu ter altas habilidades, eu tinha muita dificuldade interpessoal.

Logo no início, eu não conseguia fazer amiguinhos. Eu assumo: eu era uma criança esquisita aos olhos dos outros coleguinhas.

Eu sempre estava muito focada em estudar muito, vivendo no meu próprio universo. E esse universo não se relacionava muito com o das outras pessoas.

Eu ficava muito trancada no meu mundo e lembro de uma vez que a diretora chamou minha mãe e falou que eu era brilhante, mas que competia comigo mesma e que precisaria buscar ajuda.

Minha mãe só respondeu dizendo que eu era daquele jeito mesmo. Eu já deixei de ir ao balé porque não conseguia falar com as colegas.

Lembro que à época das "boy bands" não conseguia entender porque as meninas amavam o One Direction, não fazia sentido para mim.

Então foram muitos anos de terapia, de trabalhar nisso, o teatro ajudou bastante para que eu conseguisse mitigar esses problemas e ser mais sociável, mas enquanto isso eu tive que sofrer muito bullying porque temos a questão da aceitação das outras pessoas também...

Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co(Foto: Herminio Nunes/Sebrae)
Foto: Herminio Nunes/Sebrae Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co

OP - Como foi essa convivência difícil com os colegas na escola e o bullying?

Duda - Foi muito bullying, muita repressão. Acho que não tive uma escola em que eu não sofri bullying. Mas o pior, com certeza, foi no Ensino Médio, que é quando somos mais velhos. Em que você ser estranho incomoda mais.

Não temos boas políticas contra bullying. É um processo doloroso para quem sofre, não é brincadeira, cria realmente um trauma e que muitas dessas pessoas só conseguem curar os traumas na fase adulta, às vezes, nem isso.

O bullying vai além do dano físico, pois envolve também o abuso psicológico, são traumas muito violentos.

As escolas precisam estar mais bem preparadas para lidar com essa questão, não é justo com nossas crianças e adolescentes passar por esses processos dolorosos.

OP - Sua vida na universidade começou aos 14 anos. Me explica como foi esse processo de transição ainda no início da adolescência...

Duda - Foi bem interessante. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem a Escola Técnica dentro da universidade, em que alguns professores do meu Ensino Médio davam aulas na UFRN.

Então, eles já viam minha pré-disposição de estudo e pesquisa, de querer ser cientista e eles me chamaram para ser bolsista, enfim uma pesquisadora júnior (enquanto cursava o Ensino Médio).

E aí, eu já estava dentro dos laboratórios para trabalhar, fazer pesquisas e auxiliar. Aprendi muito e digo que a universidade foi uma mãe que me ensinou muita coisa.

Eu me dediquei demais a entregar cada pesquisa e fazer cada estudo valer a pena. Na graduação, eu fui para vários laboratórios, de robótica, telemedicina, e tudo mais que conseguia para agregar conhecimentos.

Fui tutora de novos alunos do primeiro ano de Engenharia, nos laboratórios de Física, ensinando Física Experimental.

Assim, eu aprendi muito e transitei por muitas áreas, principalmente focando na Neurociência e desenvolvimento de tecnologias médicas, que foi a área que mais gostei e me dediquei dentro do Instituto do Cérebro da UFRN, trabalhando com Neuromodulação e Neurodinâmica.

Tive o prazer de conviver com professores e cientistas brilhantes, como Sidarta Ribeiro, um dos principais neurocientistas do Brasil, além de outros, uma galera que lia nos livros e que tive a oportunidade de dividir sala de aula.

Tentei me dedicar o máximo possível e hoje sou técnica em informática (com láurea), neurocientista de formação (formada um semestre antes do padrão), engenheira biomédica e mestre em neuroengenharia e em ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

Duda Franklin figurou na lista Forbes Under 30 2023  (Foto: Hermínio Nunes/Sebrae)
Foto: Hermínio Nunes/Sebrae Duda Franklin figurou na lista Forbes Under 30 2023

OP - Quando foi a decisão de deixar a academia para começar a empreender?

Duda - Eu sempre soube que eu iria ser empreendedora em algum momento, porque eu hiperfoquei numa série chamada "Gigantes da Indústria".

Na época, eu tinha 15 anos de idade e lembro que uma professora me deu uma atividade na matéria de Empreendedorismo, em que a gente deveria fazer um pitch sobre determinada empresa.

A ideia era defender o negócio, como se fosse nosso, perante os colegas, que eram investidores nessa atividade.

Eu fiquei com o Youtube e defendia a ideia do negócio como se tivesse sido criado por mim, me preparei por duas semanas inteiras.

Me senti fazendo uma coisa incrível aquele dia e lembro de ter dito assim para os meus colegas: "Vocês ainda vão me ver na Forbes".

Eu ficava brincando na graduação e falava para todo mundo. Durante a minha trajetória, me foquei totalmente na vida científica acadêmica, mas por ser uma "maker", eu gostava de construir coisas e comecei a ficar chateada porque eu estava fazendo, criando a tecnologia, publicando estudos, o que é muito incrível, mas eu não via sendo aplicado.

Eu ficava: "Ué, por que então eu criei?". Eu quero que as soluções cheguem às pessoas. Lembro que conversei com um professor físico, que é falecido.

Ele foi meu orientador do mestrado e a primeira pessoa a dizer para mim em uma das nossas últimas conversas que um dia eu seria uma grande empresária e me presenteou com um livro sobre investimentos.

Eu não entendi nada na época, achei que ele queria dizer que eu não era uma boa cientista.

Eu fui para o mestrado continuar estudando Neuromodulação e o meu orientador, professor André Dantas - que na minha concepção é a pessoa mais inteligente da vida -, também falou para mim que achava que eu deveria ser uma empreendedora, que eu seria a pessoa perfeita para passar da bancada dos laboratórios para chegar ao mercado.

Me questionei como faria aquilo. Daí lembrei e assisti novamente o "Gigantes da Indústria", comecei a ler livros de empreendedorismo e decidi fazer um mestrado de empreendedorismo.

Passei a seguir essa vibe de ser uma executiva de empresa de base tecnológica. Comecei a entender que a ciência fazia sentido ali dentro de mim e acabei me declarando essa pessoa "cientista-vendedora" e tá tudo bem.

Aprendi que não precisamos ser somente uma coisa, que posso ser várias coisas ao mesmo tempo e todas essas coisas se complementam e convivem num único universo.

As pessoas diziam que não dava para ser neurocientista e engenheira. Mas dá, sim! Eu sou. Agora eu sou uma cientista e empreendedora.

E dá, sim. Foi empreendendo que consegui montar uma equipe da qual me orgulho muito, somos complementares e eles sabem de coisas que eu não faço ideia além do básico.

Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co(Foto: Herminio Nunes/Sebrae)
Foto: Herminio Nunes/Sebrae Duda Franklin, cofundadora da Orby.Co

OP - A sua sócia, Kalynda Gomes, é uma cearense. Como iniciou a relação entre vocês?

Duda - Sabe aquela pessoa que você olha, admira e tem orgulho de trabalhar junto... Minha sócia dá uma aula de marketing e branding absurda! Sou muito honrada de ter a Kaká na equipe, por ela me ajudar naquela missão.

A família dela é de Fortaleza e somos amigas desde a infância. Já fui a Fortaleza várias vezes ficar na casa da avó dela - que hoje já é uma avó para mim também.

Quando eu decidi que iria montar uma empresa, a gente foi para um hackathon para testar e descobrir como era o universo.

Chamei a Kaká, o Aldrén Martins e o Jerry Leandro, que são dois amigos. O Aldrén é um cara excepcional, graduado em Física e o grande diferencial dele é a capacidade de resolver problemas, de física, computacional, biotecnologia...

E o Jerry é um engenheiro de software, o cara da programação, um gênio do desenvolvimento em Java.

Fomos nesse hackathon no Rio de Janeiro, chamado Hacking.Rio (que é considerado o maior da América Latina), achando que não íamos ganhar, somente querendo descobrir aquele universo.

Criamos um chatbot com inteligência artificial para atendimentos no setor de saúde, mas eu nem assisti o resultado.

Quem viu o final foi a Kaká, que me ligou gritando que a gente tinha ganhado. Eu nem acreditei e parece que nem os organizadores que um grupo de estudantes da UFRN poderia conseguir.

Depois dali, aprendi mais sobre startups e liguei para Kaká e perguntei: "Topa fazer isso?".

Eu pensei que ela iria perguntar se eu estava ficando louca, mas não. Ela topou. No início captamos recursos de editais, com o Sebrae em formato de subvenção econômica de R$ 150 mil.

Daí começamos a trabalhar, contratamos equipe e fomos captando mais. Hoje já conseguimos captar alguns milhões para poder rodar e desenvolver a pesquisa.

OP - O negócio de vocês, a deeptech Orby.Co, gera uma alta expectativa no mercado. Em que ponto estão a pesquisa e o desenvolvimento?

Duda - O legal de ser uma empresa de tecnologia é que a gente ainda tem essa veia muito forte com o P&D, então estamos sempre fazendo pesquisas.

Somos focados em reabilitação do movimento e modulação da dor para pessoas com limitações motoras e a gente ainda tenta entregar uma solução para reabilitação não invasiva.

Hoje já fomos investidos pelo Google, a gente faz parte da Microsoft Hub e conta com um board bem estruturado.

OP - Quando deveremos ver o lançamento das primeiras soluções da Orby.Co?

Duda - Já passamos por rodada e com uma característica de senioridade para conseguir em breve ir para produção em série.

Eu ainda não consigo prever e cravar um prazo exato porque dependemos de regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A regulamentação é muito bem-vinda e necessária e por causa desse trâmite devemos chegar ao mercado no meio do próximo ano.

OP - O seu sonho para o futuro do negócio é ver a Orby.Co se transformar num unicórnio?

Duda - Acho que mais do que isso. O sonho é poder continuar construindo coisas para ajudar as pessoas. A Orby.Co mexe com qualidade de vida das pessoas.

Imagine parar de andar e ouvir de um médico que não tem mais jeito. E por meio da ciência encontramos uma solução para poder ajudar. Isso é mais do que qualquer tesouro para o paciente.

Eu coloquei isso na minha mente: Viver vai muito além de sobreviver. Às vezes uma tecnologia como essa é transformadora na vida de alguém e isso é mais do que transformar o mundo. Claro que quero que a Orby.Co se transforme numa gigante mundial, que gere bilhões, esse é o sonho de qualquer empreendedor.

Mas eu quero que ela faça tudo isso entregando sempre a melhor solução para ajudar as pessoas porque no fim do dia é sobre empurrar a raça humana para frente e não só sobre cifras financeiras.

OP - Você entrou na lista Forbes Under 30 e MIT Innovators Under 35 aos 24 anos. Onde imagina estar quando, enfim, chegar aos 30 anos?

Duda - Quem sabe possa estar no telão da Bolsa de Valores tocando o sino de IPO (abertura de capital) com a Orby.Co.

Como Duda, espero ser uma líder melhor, uma cientista melhor. Espero ser uma pessoa melhor. Acho que devemos sempre buscar a nossa própria evolução.

Eu espero que as pessoas também olhem e possam me ver como um exemplo para outras menininhas que também sonham em ser cientistas e que muitas vezes levam um banho de água fria por não se enxergarem nesses lugares.

Eu quero usar a minha imagem de exemplo para dizer que, sim, é possível ocupar esses lugares. Eu quero mais meninas cientistas ocupando bancadas de laboratórios, mais meninas astronautas.

Hoje é muito fácil para os pais identificarem filhos gênios, mas quase nunca uma filha gênia. Muitos sonhos de meninas são retirados pois não acreditam que dá para ser uma cientista, sendo uma mulher da zona periférica e nordestina.

Eu digo isso também para os meninos do Nordeste, que não precisam necessariamente chegar até São Paulo.

Eu fiz boa parte da minha trajetória acadêmica no Nordeste, reconhecendo que São Paulo é um polo importante, que tem muito mais investimento de capital, mas não é necessário dizer que a pessoa que nasce no Nordeste não tem capacidade. (O jornalista viajou a Florianópolis-SC a convite do Sebrae Nacional)

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