A primeira mulher indígena a se tornar pajé de um povo indígena de etnia cearense, o povo Tapeba. A comunidade, localizada no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), possui cerca de 7.038 indígenas, distribuídos em 20 aldeias. A maestria e o orgulho em falar das origens indígenas são uma das características que a pajé traz consigo e que repassa aos demais.
Raimunda Tapeba nasceu na comunidade do Corte, na localidade de Capuan, em Caucaia. Diante das invasões de terras no território indígena quando a pajé ainda era adolescente, ela passou a viver na comunidade do Trilho e, em seguida, na comunidade da Ponte, às margens do rio Ceará, próximo a CE-085. Ao 42 anos de idade, foi convidada a assumir o principal papel de liderança de um povo indíegna: a de pajé.
A caucaiense destaca a importância passar as origens, tradições e histórias do povo indígena a partir da oralidade com as crianças, jovens e os adultos para manter a "consciência" indígena viva para a geração que vai resistir e levar a história para o futuro. Com olhar no passado, mas pensando no futuro, a pajé de 79 anos de idade afirma que o seu principal desejo ainda em vida é ter as terras indígenas demarcadas.
O POVO - Primeira mulher indígena a liderar um povo e ocupar o papel de pajé. Como foi chegar até aqui e o que a senhora encontrou quando chegou no atual território?
Pajé Raimunda Tapeba: Eu nasci e me criei na comunidade do Corte, em Capuan, aqui em Caucaia, com o pajé, cacique e com os meus pais. Fui expulsa do local com 16 anos por umas pessoas que se diziam donos da terra. Como o pessoal não tinha a missão de ter a terra deles e sempre aguentando a discriminação, saímos de lá para vir aqui para a beira do açude.
Nessa época, ninguém tinha nada, apenas uma panelinhas de barro para cozinhar no fogo da lenha. Eu vim para cá porque meu pai sempre vinha pescar aqui e como eu já tinha me criado dentro do manguezal pescando com ele, eu decidi que iria viver porque já tinha o que comer, pois tinha o peixe e o carangueijo. Quando eu cheguei aqui não tinha nada, só barro e lama, e a gente foi construindo umas cabanas de palha e, em seguida, umas casas de barro.
Eu cheguei até aqui por causa que a minha mãe era rezadeira e curadeira e trabalhava com medicina, com a reza e com a cura. O meu bisavô era cacique e eu convivia, apesar de eu não saber ler e escrever, eu aprendi. O que vale é a consciência da pessoa de querer aprender as coisas e seguir em frente. Eles conversavam e eu escutava.
Quanto eu tinha 14 anos eu comecei a ter umas visões de repente e avisei a minha mãe que eu via gente me chamando. Ela falou que não era gente e dizia que era as encantarias, que eu tinha que ser médium, trabalhar com a Umbanda e cuidar do povo. E eu perguntava: “Mas cuma, mãe?” e ela falava para fazer remédio e rezar.
Naquela convivência, eu me criei. Quando o pajé da tribo morreu, fizeram uma reunião para quem ia tomar conta da pajelança e falaram “vai ser a Raimunda e vocês vão ter que aceitar porque a gente já sabe o trabalho dela e a convivência dela com o povo apesar dela ser nova”. Perguntaram se eu aceitava e eu falei aceito com todo prazer porque meu futuro é trabalhar com o povo, com a reza e com a medicina. Meu jeito é esse!
Vou trabalhar com a minha ciência, com a minha força da encantaria e levar o povo à frente. Até hoje eu estou aqui para fazer a reza, para contar as histórias dos antepassados, para falar sobre cultura, falar das histórias dentro das escolas porque lá eles estão aprendendo a ler e a escrever, mas também tem que aprender a cultura e história indígena, como surgiu os caciques e dos pajés e como era a vida deles.
Isso é o meu dever enquanto eu existir, é passar os ensinamentos para os meus netos, bisnetos e filhos. Eu tenho 40 netos, 26 tataranetos, 38 bisnetos e oito filhos. Precisamos ter uma visão aberta para trabalhar com todo mundo, e não é trabalhar só com a família, mas com a comunidade em geral.
OP - Quais as suas lembranças da infância?
Pajé - Para onde os meus pais, o cacique e o pajé iam, a gente ia atrás, seja para caçar ou plantar. Chegaram a fazer uma enchadinha pequena para mim, e eu ia trabalhar na roça. Quando a gente voltava, a gente ficava dentro da mata com algumas baladeiras matando passarinhos e subindo nas árvores. São lembranças muito boas. Eu tive uma boa infância. A minha mãe teve 15 filhos, mas a maioria morreu e restaram dois, eu e outro irmão.
Naquela época, a gente se reunia ao redor de uma fogueira e escutava muitas histórias até ir dormir. Todo mundo parava para escutar e aprender. A lição era ensinar a história e isso é muito bom porque se eu nunca tivesse aprendido hoje em dia não teríamos o povo Tapeba no município de Caucaia. Eu fui buscar a história desse povo também.
OP - O que é ser uma pajé?
Pajé - Quando eu fui chamada para ser pajé foi uma alegria. Eu tinha 42 anos quando me tornei pajé. Na época, quando o pajé morreu o território ficou preocupado porque ficamos sem pajé e não teria quem faça medicina, reza e cura.
O Dourado - liderança indígena do povo Tapeba - disse que nós tínhamos e era eu. "Ela é rezadeira, tem cultura, trabalha com a Umbanda e é de nascença e ela é a única que nós vamos ter para colocar como pajé do nosso povo".
Ele mandou me chamar em uma reunião e disse que eu era a nova pajé do povo Tapeba. Eu perguntei o porquê e eles falaram que ninguém mais tinha a história e cultura que eu tinha. Falei: "Se vocês confiam, eu vou".
Me sinto muito querida, porque eles me chamam para tudo. Se alguém está doente, pedem para me chamar, se tem alguma reunião, eu preciso estar presente e se eu não estiver, a reunião não acontece porque eles só se sentem bem se eu estiver, como uma forma de proteção e fé.
Eles falam que eu não sou Deus, mas tenho um dom que cura e levanta a nossa comunidade. Eu tenho muito orgulho disso. Pajé é isso, é cuidar do povo de todos os jeitos. É meu dever cuidar.
OP - Qual a sua relação com a medicina natural e a importância dela dentro do território indigena?
Pajé - A medicina é muito importante para a saúde e para a vida. Eu nasci e me criei convivendo com a medicina. Eu nunca fui ao médico para tomar vacina, mas, agora, eu tomei porque era obrigado a tomar. Eu criei todos os meus filhos com a medicina natural, sem precisar levar ao médico. O meu filho mais velho tem dois filhos.
O mais velho, com 1 ano e dois meses, ficou doente e levaram ao médico. Voltaram e pediram para eu rezar nele, e eu disse que não era quebrante e que era uma doença infecciosa. Levaram ao médico de novo e o médico disse que a doença não tinha cura, e que voltasse para casa para morrer.
Chegaram em casa desesperados. E eu perguntei se Deus tinha dito isso? Não acreditem em conversa dos outros e confie em Deus e tenha fé. Pedi para pegar duas folhas de pião na mata para fazer um chá. Lavei, fiz um chá e dei ao menino, que foi tomando fôlego e respirando e respirando. Hoje em dia, ele já é pai. Não era a hora dele, ele só tinha que ser curado.
Remédios caseiros só não levantam se não quiserem. Meu primeiro contato com a medicina natural foi por meio da minha mãe, que fazia os chás. Aqui a gente usa muito aroeira para inflamação, se você tiver um golpe, ele ajuda a fechar.
As folhas de tórem servem para endemia do sangue, para fraqueza da cabeça, que retorna as lembranças. Para cuidar das crianças da pequena, tem a raíz da pepaconha, a cebola branca e a raiz do sambé para fazer lambedor e o mastruz com leite, que cura até a pessoa que está com pulmão enfraquecido.
Mas tem que tomar com fé. Tudo precisa ter fé e acreditar no que a gente faz. Se não acreditar e não ter fé, nada resolve. Tudo que cura a gente é a fé. Eu vou fazer 80 anos e não tenho diabetes e nem pressão alta porque eu me cuido com os remédios do mato. Quando sinto qualquer coisa, eu peço para fazer um chá e logo depois eu já estou boa. Vamos ter fé.
OP - Durante a pandemia da Covid-19, a senhora foi a primeira mulher indígena a receber a vacina no município de Caucaia. Em algum momento existiu algum conflito entre a medicina natural de crença indígena e o imunizante para a doença?
Pajé - Não teve um conflito. Eu sentei com o pessoal e eles me explicaram. Eu, que fui criada com a medicina natural, também acredito nos remédios científicos, dos postos de saúde. Se Deus quiser, a gente fica bom. Vamos tomar uma vacina e esperar o que vai acontecer. Aqui no território, graças a Deus, ninguém sentiu nada. A medicina está em primeiro lugar.
A minha esperança e o meu desejo é de ver a terra demarcada. Eu nasci em uma comunidade lá em cima do corte com meu pai e meus irmãos e meus parentes plantando, vivendo da roça e da natureza. Tudo da gente era com a natureza e eu me criei nessa convivência.
OP - Com mais de quatro décadas vivendo à margem da CE-085 e liderando o povo Tapeba. Qual o seu principal desejo que ainda não foi realizado ao longo dos seus 79 anos de luta indígena?
Pajé - A minha esperança e o meu desejo é de ver a terra demarcada. Eu nasci em uma comunidade lá em cima do corte com meu pai e meus irmãos e meus parentes plantando, vivendo da roça e da natureza. Tudo da gente era com a natureza e eu me criei nessa convivência.
Quando os nossos antepassados foram morrendo, a gente foi sendo expulsos da terra. A gente vive agora na beira do rio porque fomos expulsos por fazendeiros das nossas terras e pra gente não morrer, a gente acatou e por isso meus filhos nasceram aqui.
Eu criei meus filhos e meus netos na beira desse rio caçando caranguejo e peixe porque não tínhamos local para plantar aqui. Em 1982, o arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, o dom Aloísio, começou esse processo para ajudar a gente na demarcação de terras e disse que a Funai ia ajudar a gente também.
Uma pessoa da pastoral da Arquidiocese veio até aqui e eu fiquei com medo porque achei que a gente ia ser expulso de novo. Quando ele falou em Funai, eu achei que o mundo ia se acabar porque eu não sabia o que era, mas ele explicou que era um órgão federal que ia trabalhar com a gente.
Disseram que era para ajudar e que perguntei ajudar em que sentido? E disse que ia ajudar a gente na demarcação de terra e ajudar na saúde e na educação. Eu queria que os meus filhos estudassem, já que eu não aprendi porque vivia na mata.
Porque nunca ninguém nos ajudou a não ser Deus. Pediram para contar a nossa história e eu acho que está toda dentro da pastoral da Arquidiocese. O rapaz da pastoral pediu pra eu ir encontrar o dom Aloísio e eu, apesar do medo, fui. Lá, ele começou a fazer perguntas e eu fui contando a minha história, sobre as expulsões, o porquê de morar na beira do rio e o povo que vive aqui.
Ele mandou um relatório para a Funai para começar ajudar a gente, principalmente na demarcação. Mas, até hoje a demarcação não saiu e continuamos estamos esperando que isso aconteça. A saúde e a educação melhoraram muito, agora a gente tem posto de saúde e escolas, mas queremos lutar por mais saúde, por mais educação e pelo nosso território.
O dom Aloisio conversou com o cacique e com o pajé depois e disse que eu era firme e tinha uma história firme. A arquidiocese passou a nos ajudar até os dias de hoje, mesmo depois que dom Aloisio foi embora. Na despedida dele, fomos até o Castelão para nos despedir. Ele nos deu fogo e vida para ter força para lutar pela demarcação de terra.
Faço 80 anos no dia 24 de novembro e o meu desejo e a minha esperança é a demarcação para que os meus filhos e o meu povo possam criar os filhos deles e tirarem o fruto da vida, como as frutas e os legumes, da própria terra, como no modo de como eu me criei. Quem sabe se eu ainda não vou ver a demarcação. Se eu não ver em vida, eu vou ver de onde eu estiver e abençoar em que estiver em terra.
OP - O marco temporal de demarcação de terras indígenas será votado em outubro deste ano. Como a senhora vê essa medida e os efeitos para os povos indígenas? É um retrocesso ou não para a demarcação das terras?
Pajé - Temos quase dez mil indígenas no município de Caucaia, e em cada local tem as lideranças. Quando temos reuniões, discutimos a demaracação da terra. A gente discute o Marco Temporal e a demarcação da terra, e o quanto é importante a demarcação. Como você vai viver sem um pedaço de chão para criar seus filhos e netos que vão vir se você não tem nem para você morar? A gente discute muito isso.
Não temos tudo, mas temos saúde, a educação, o respeito que ninguém tinha e a discriminação diminuiu. Tudo isso a gente conquistou, mas falta ainda a demarcação, que vem sendo o principal assunto agora. E tem muitas perguntas de como vai ser, quando vai ser e o que eles pretendem fazer com as nossas terras.
Tenho a preocupação com a demarcação do meu povo, mas também com o povo que não é “índio” e que estão nas terras. Nós somos irmãos e temos essa preocupação.
Uma equipe pode chegar no local e você está na sua casa e pega e coloca você para fora. Eu, como "índia" estou aqui do lado, eu vou me sentir bem com isso? Não vou! Todos somos irmãos e no passado todos éramos "índios". Quem sabe se seu tataravó e bisavó não eram "índios" e você nunca soube porque nunca descobriu suas raízes? Essa é a minha preocupação como pajé também.
Tenho a preocupação com a demarcação da terra do meu povo, mas eu também penso no resto do povo que está dentro da terra e diz que não é "índio". Porque são crianças, mulheres gestantes e velhos que também precisam de atenção. E acho que a demarcação não saiu por causa disso também.
Pajé é isso, é cuidar do povo de todos os jeitos. É meu dever cuidar.
OP - Caucaia é a região com o maior número de comunidades indígenas. Em relação a educação, a senhora percebe alguma movimentação na comunidade sobre o número de escolas indígenas em Caucaia? É o suficiente?
Pajé - Eu acho que ainda não é tudo. Temos um grau de estudo mais alto, que o nosso povo ainda não tem acesso. Hoje, nós temos indígenas que estão fazendo cursos para ser professores, educadores, enfermeiros e auxiliares de enfermagem e que estão fazendo faculdade para levar uma vida melhor para poder cuidar do povo. Isso é muito importante, mas para isso acontecer e crescer precisamos de mais ações ainda.
Os nossos governos têm que olhar para a educação indígena através das escolas, assim como também as outras escolas onde o nosso povo está estudando e também olhar para a população que já está estudando também dentro das universidades, dando condições melhores para eles se formarem e oportunidades para eles terem um futuro. Isso é o que a gente deseja. Hoje, nós já temos índio advogado, mas precisamos avançar.
O que eu vou contar para eles é o que eu aprendi na minha cultura e na minha tradição. Ressalto que eles tem que aprender a respeitar, principalmente, a sua mãe, além do povo na rua porque todo mundo quer respeito. Se eu não dou respeito, como as pessoas vão me respeitar?
É preciso aprender a cultura e tradição de vocês. Eu converso com os estudantes das escolas das comunidades do Trilho e do Capuan, principalmente com os mais velhos. Com as crianças, eu falo das histórias.
OP - Qual a importância da passagem de crenças e saberes indígenas pelas gerações e como isso tem sido importante para manter essa “consciência” indígena viva?
Pajé - Para manter essa consciência indígena viva, a gente se reúne para conversar e passar as tradições para não deixar a cultura morrer, principalmente os que estão se gerando agora por meio das escolas e universidades através das ciências, sabedorias e culturas.
Ninguém deve deixar nada morrer, temos que crescer e subir para manter viva essa consciência. Isso é importante porque você é ou pode ser uma pessoa querida dentro da comunidade como uma liderança, um pajé ou uma cacique. Caso alguém adoeça, tem todo mundo se reunir e pedir uma passagem boa para você. Não podemos deixar a cultura morrer.
OP - Os povos indígenas estão ocupando cada vez mais espaços no âmbito governamental, por meio da criação de ministérios e secretarias de atenção aos povos originários no Governo Federal e Estadual. A senhora se sente representada? Como a senhora analisa isso em relação ao avanço da luta indígena?
Pajé - Para mim, é muito importante essa representatividade em Brasília e aqui também. Estamos em uma gestão que, pela primeira vez, tem alguém lá do nosso povo. Se acabar esse mandato e todo mundo ficar de braços cruzados, morreu a nossa luta e a nossa cultura. Não podemos deixar isso acabar e, sim, continuar em frente.
É muito imporante saber quem está nos representando e saber o que estão fazendo por nós. Vou fazer 80 anos e, apesar de não votar mais, sinto na obrigação de ir votar em pessoas que nos representam. A gente tem que lutar, cuidar e olhar para que está olhando para nós. Precisamos ter essa visão para nos proteger. O pajé não faz nada só, é um trabalho de todo mundo junto.
OP - A senhora foi escolhida “mestra da cultura” no Ceará. O que isso representa?
Pajé - Isso representa tudo. A pessoa que recebe o diploma de mestre da cultura é porque existe uma confiança em mim e a força de Deus foi grande. Cheguei até aqui pela minha sabedoria, minha ciência e minha cultura, trabalhando com medicina e com o povo por meio das crianças, dos jovens e dos velhos.
O meu filho, o Sérgio, lutou muito indo atrás desse reconhecimento porque ele disse que eu tinha que ter isso porque começei essa luta indígena assim como tanta outras que têm o reconhecimento. Para mim, é um orgulho muito grande ser uma mestre da cultura pelo Estado do Ceará.
Ser reconhecida pelo Estado e pelo meu povo, com fé e esperança. Tenho muita história para passar, para contar, muita orientação para dar e assim eu vou levando a minha vida.
Em 2019, a pajé Raimunda Tapeba foi escolhida como mestre da cultura do Estado do Ceará por meio da Secretaria da Cultura (Secult). Através da sua memória, ela mantém viva lendas, culinária, ervas, rituais e costumes. A Mestra Pajé Raimunda Tapeba é uma representante valente e incansável dos indígenas do Ceará.
O povo Tapeba está localizado no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Atualmente, o povo Tapeba tem uma populaça o de aproximadamente 7.038 indígenas distribuídos em 20 aldeias. Desde de 1980, o povo indígena Tapeba busca a demarcação do seu território, processo que ainda não foi concluído.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) foi criado na atual gestão do Governo Federal. O órgão federal é liderado pela liderança indígena Sônia Guajajara. É a primeira vez que o País possui um ministério de atenção aos povos originários. No Ceará, foi criado a Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará (Sepince) na atual gestão do Governo Estadual. A pasta é chefiada pela Cacika do povo Jenipapo-Kanindé, Juliana Alves.
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