Quando foi preso numa operação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), quase no final de dezembro de 2013, o réu Antônio Gerlando Sampaio Viana , o Toinho das Armas, já respondia a dois processos por tráfico de drogas e cinco por homicídios. E tinha pelo menos 26 anos de condenação por mais casos de homicídios e tráfico de drogas. Ele é considerado o chefe da quadrilha que teria ameaçado pelo menos dois juízes durante a fase de depoimentos do processo. Há cinco anos e meio, ele está recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Na apelação julgada na última terça-feira, sua pena foi mantida em quase 49 anos de reclusão.
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Uma das práticas do grupo, segundo revelou a Polícia no anúncio da prisão de Toinho, era esconder o armamento enterrado na área de uma fazenda em Caucaia. A propriedade, na zona rural do município, era o QG do grupo. Foi onde os investigadores descobriram um considerável arsenal: uma espingarda calibre 12 (escopeta) e uma calibre 36, um rifle de ar comprimido e uma espingarda “socadeira” - ambas usadas para caça -, uma espingarda carabina Ponto 40 fabricada em Israel, um revólver modelo 3.57, uma pistola calibre 380, munições para diversos calibres e carregadores de pistolas.
O armamento era negociado, segundo as investigações, em venda ou aluguel para outros grupos criminosos, do Ceará e de fora do Estado. A prisão de Toinho aconteceu no dia 26 de dezembro de 2013, no Centro de Caucaia. Com ele estavam outros dois réus do processo: Valdeí Rufino Libânio, o ‘Deí’, Francisco Jacinto Ferreira das Flores. Foram apreendidas mais duas pistolas (380 e Ponto 40), celulares, porções de cocaína e uma balança digital de precisão, joias, relógios e R$ 20 mil em espécie.
Mais dois acusados foram presos na fazenda onde as armas eram guardadas - um deles, o réu Alexandre Nascimento da Silva. Uma semana antes da operação, mais três dos réus haviam sido presos: Francisco Cilas de Moura Araújo, Leonardo Chaves Gomes e Francisco Rafael da Silva. O processo teve dez mulheres denunciadas.