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Santa Dulce dos Pobres passou 45 dias em mosteiro de Quixadá
Reportagem Especial

Santa Dulce dos Pobres passou 45 dias em mosteiro de Quixadá

Problemas respiratórios acompanharam a religiosa durante anos e a trouxeram para um tratamento na serra

Santa Dulce dos Pobres passou 45 dias em mosteiro de Quixadá

Problemas respiratórios acompanharam a religiosa durante anos e a trouxeram para um tratamento na serra
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Atualizada às 15 horas para acréscimo de informações

Canonizada no último domingo, 13, a Santa Dulce dos Pobres, "anjo bom da Bahia", dedicou a vida a cuidar dos mais pobres e necessitados. Trabalhando sem descanso durante longos períodos, em jejum, a religiosa tinha uma saúde debilitada e os problemas respiratórios a acompanharam por anos. Devido a eles, a santa passou cerca de 45 dias no Mosteiro Santa Cruz, na Serra do Estevão, zona rural de Quixadá.

Segundo documentos do mosteiro, a então Irmã Dulce chegou no dia 8 de agosto. 

"Procedente da Bahia onde exerce o cargo de supervisora na Casa do Círculo dos Operários, chegou em nossa serra a Irmã M. Dulce afim de gozar por algum tempo estes ares amenos, no dia 8 de agosto", diz o livro com registros sobre o que acontecia no local. Segundo o mesmo documento, Dulce "seguiu para seu destino" em 24 de setembro.

A santa fazia parte da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e esteve no mosteiro em 1942, como explica irmã Genilva, diretora do Colégio da Imaculada Conceição em Quixadá.

"Nesse período foram tiradas algumas fotos, mas sequer se sonhava que ela se tornaria beata e santa", lembra. "Em fevereiro deste ano, levamos o quadro com as fotos para Salvador, para integrar os documentos da canonização", relata a diretora. O retrato que guarda a passagem de Santa Dulce pelo Ceará deve voltar ao Estado na próxima semana com as freiras que participarão da homenagem à santa no próximo domingo, 20, na capital baiana.

"Na época, a casa tratava de pessoas com problemas de pulmão. Por ser na serra e pelo ambiente, os médicos indicavam o tratamento aqui", explica irmã Maria de Jesus, que atualmente vive no mosteiro. 

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A perspectiva é que, aos poucos, o mosteiro se torne local de peregrinação e visitas de fieis da Santa Dulce dos Pobres. No local, na serra da região central do Estado, há um oratório dedicado a ela. O templo foi construído por um devoto de Santa Dulce e neste domingo se tornou capela após benção do bispo diocesano dom Angelo Pignolio.

A saúde frágil

Em 1955, Irmã Dulce prometeu que se a irmã escapasse de uma gravidez de alto risco dormiria o resto da vida sentada. Assim, dormiu em uma cadeira de madeira durante 30 anos até voltar a repousar em cama, a partir de 1985, por ordem médica.

A religiosa começou a apresentar problemas respiratórios mais graves, sendo internada no Hospital Português da Bahia em novembro de 1990; logo depois, foi transferida à unidade intensiva do Hospital Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio, em Salvador. Em 20 de outubro de 1991, recebeu a visita do papa João Paulo II para receber a bênção e a extrema-unção.

Irmã Dulce morreu em seu quarto, de causas naturais, aos 77 anos, no dia 13 de março de 1992. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro da instituição beneficente baiana fundada por meio de suas obras sociais.

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