O governo estadual fez o aporte de mais R$ 18 milhões para as obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que deverão atender à retomada dos trabalhos nos lotes 1 e 2 do projeto. Os trechos estavam com os trabalhos praticamente parados até a primeira semana de outubro.
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"Apenas o lote 5 (dos túneis) continuava com obras. E já foi concluído. Os lotes 1 e 2 estavam com pouquíssima gente. Podemos dizer que quase paralisados", reconhece o superintendente de Obras Hidráulicas do Estado (Sohidra), Yuri Castro. "Até a primeira semana de novembro, a intenção é que a gente esteja com mais de 300 pessoas na obra, nessa retomada", informa.
Os R$ 18 milhões são referentes à contrapartida estadual e compõem os R$ 25 milhões que estavam previstos neste ano. o Estado já havia transferido R$ 7 milhões no semestre passado. Pelo convênio do projeto do Cinturão, 81% dos recursos são da União e 19%, do Estado.
O dinheiro estadual atenderá a obra do Cinturão em três parcelas de R$ 6 milhões, até dezembro. A primeira quantia já foi depositada, segundo Yuri Castro. No monitoramento da Sohidra, O Lote 1 já tem mais de 94% dos trabalhos finalizados e o lote 2 bateu em 96%. O lote 5 fechou os 100%.
O projeto em andamento segue por 149,85 quilômetros, mas os serviços priorizam o chamado "Trecho Emergencial", de 53 km. É a extensão que permitirá a chegada da água da transposição do rio São Francisco até o açude Castanhão- agora esperadas para maio do ano que vem. O caminho emergencial é o que vai acelerar a água para a Bacia Metropolitana, que atende a população de Fortaleza.
No Trecho Emergencial de 53 quilômetros, entre Jati e o Riacho Seco, em Missão Velha, os acabamentos pendentes são serviços de drenagem e deverão ser encerrados até fevereiro próximo. No trecho total do Cinturão, a Sohidra prevê que os trabalhos prossigam até outubro de 2020.
A quantia depositada pelo Estado ainda é muito aquém do necessário e previsto para a conclusão da obra. A União, que deveria ter feito repasses de R$ 107 milhões desde o início de 2019, previstos no Orçamento federal, só fez duas transferências no ano. Bateram R$ 26,6 milhões (24,85%). Um depósito foi de R$ 10 milhões, ainda no primeiro semestre, e o segundo valor, de R$ 16,6 milhões, chegou à conta do projeto no início de outubro.
Em agosto deste ano, O POVO Online informou que a dívida do Estado com os consórcios empreiteiros do Cinturão estava em R$ 41,8 milhões. O valor decorria do atraso nos repasses federais.
Nesta terça-feira, 29, o secretário estadual dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, esteve o dia inteiro em Brasília. Não foi confirmado oficialmente se ele teria agenda entre os Ministérios do Desenvolvimento Regional e da Economia. As duas pastas conduzem a liberação dos recursos.
Extraoficialmente, há indicações de que a União poderá transferir mais R$ 25 milhões nas próximas semanas, num complemento solicitado pelo Estado emergencialmente. "A gente acredita que esse valor possa vir. É provável. Mas certeza ninguém tem", admitiu o superintendente da Sohidra.