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Mesmo em tempos de mídias sociais, material impresso ainda é vedete nas eleições
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Adailma Mendes é editora-chefe de Economia do O POVO. Já foi editora-executiva de Cidades e do estúdio de branded content e negócios, além de repórter de Economia

Mesmo em tempos de mídias sociais, material impresso ainda é vedete nas eleições

Boca de urna está entre os principais crimes investigados no Ceará (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Boca de urna está entre os principais crimes investigados no Ceará

Excesso de candidatos, exposição curta ao público pela TV e rádio e a impossibilidade de se mover pela cidade como era possível fazer em eleições do passado pedem criatividade na hora da propaganda eleitoral e, sem dúvida, capital para investir em publicidade. Só nesta última semana, recebi 2 kits de candidatos a vereadores, na minha caixa de correio, que mais pareciam uma demonstração de artigos de papelaria.

Marcador de página, adesivos de todo formato, panfletos e os velhos “santinhos”. Linguagens para crianças e adultos. O mais curioso é ver que as investidas desses dois, por exemplo, trazem frases por toda a papelaria que levantam as bandeiras sociais mais discutidas no momento. “Ninguém vai poder querer nos dizer como amar.” “Pai de pet vota.” “Lute como uma garota.” Cada material com artes que usam também de figuras de desenhos animados a personalidades políticas do passado. Tem para todos os gostos. O intuito é atrair seja quem for para ganhar votos no dia 15 de novembro.

Prova da grande investida em material impresso está em site de divulgação das contas de cada candidato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todos os vereadores com quantias altas já investidas na campanha - teto para vereadores é de R$ 524 mil - têm a divisão dos recursos pendendo mais para material impresso. Em algumas prestações de conta até se vê mais de 40% do investimento da campanha nesse tipo de propaganda. O modelo pode parecer antigo, pois temos as mídias sociais, mas ainda é o papel que pode chegar a todos sem barreiras impostas pelas condições econômicas ou sociais dos eleitores.

O uso de propaganda impressa também pode ser a última forma de conseguir o voto dos indecisos, mesmo infringindo a Lei. E olha que o percentual de indecisos é alto em Fortaleza e merece atenção dos candidatos. Pesquisa O POVO/ Datafolha de quarta-feira, 11, indicava metade dos eleitores de Fortaleza ainda sem ter decidido em quem votariam para vereador na Capital. Ao todo, 45% dos entrevistados admitiram que ainda não decidiram o voto para vereador em Fortaleza. Outros 5% não souberam responder o questionamento.

A entrega do “santinho”, seja com layout antigo ou repaginado, ainda deve ser a cara da boca de urna. Amanhã veremos pela quantidade de papel no chão dos arredores das seções eleitorais.

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