A relação do autoconhecimento com o ESG (Ambiental, Social e Governança)
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Adriana Schneider é CEO da Humanare by Cicclos, consultoria referência nacional em Gestão Humanizada e Certificada com Empresa B. É embaixadora do Capitalismo Consciente no Brasil. Membro ativa da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Grupo de Praticantes de Estruturas Libertadoras, Facilitadores do Thinking Environment, Teoria U (MIT), Comunicação Não Violenta (CNV). Psicóloga, pós-graduada em Educação pela PUC-Rio. Foi gerente de grupo de produtos de Educação Corporativa e Sustentabilidade do Senac Rio, gerente de Produtos Online da FGV e diretora de Relacionamento da Etalent.
Foto: Freepik
O conceito ESG surgiu em 2005, ocasião em que a ONU reuniu 20 instituições financeiras de nove países
O autoconhecimento de líderes e colaboradores desempenha um papel fundamental na promoção e na implementação eficaz das práticas ESG - Ambiental, Social e Governança, pois são eles que fazem a estratégia e tomam as decisões organizacionais.
Quanto líderes e colaboradores compreendem a si mesmos, seus valores e suas motivações, tornam-se mais habilitados a vivenciarem e influenciarem decisões e ações mais alinhadas com os princípios de sustentabilidade e responsabilidade social.
Empresas que investem em ferramentas, vivências e treinamentos que compreendam autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades socioemocionais para além das capacitações técnicas para suas lideranças e força de trabalho, buscam adotar práticas mais sustentáveis e responsáveis e na maneira como implementam suas políticas ESG.
E na prática, como o autoconhecimento pode estar relacionado ao ESG?
Alinhamento de valores: O autoconhecimento ajuda os indivíduos a identificar seus valores pessoais, bem como os valores de suas organizações. Quando esses valores são congruentes com os princípios ESG, é mais provável que as empresas adotem e implementem políticas de sustentabilidade e responsabilidade social.
Engajamento dos funcionários: Funcionários que possuem um bom autoconhecimento tendem a estar mais alinhados com a missão e os valores da empresa, o que pode aumentar seu engajamento em iniciativas ESG.
Comunicação transparente: A transparência é um componente importante do ESG. O autoconhecimento pode ajudar os líderes e as organizações a comunicar de forma mais eficaz suas iniciativas ESG, sendo honestos sobre seus desafios e progressos.
Tomada de decisão ética: A autoconsciência ajuda os tomadores de decisão a reconhecer suas próprias tendências e preconceitos. Isso pode ajudar a evitar decisões que possam prejudicar o meio ambiente, a sociedade ou a governança da empresa.
Resiliência emocional: A busca por objetivos ESG pode ser desafiadora e envolver críticas e obstáculos. O autoconhecimento pode fortalecer a resiliência emocional das pessoas, permitindo-lhes enfrentar esses desafios com mais sucesso.
Inovação e adaptação: O autoconhecimento pode incentivar a inovação e a capacidade de adaptação, que são importantes para a resolução de desafios ESG e a criação de soluções sustentáveis.
Por que o mercado tem cobrado que as empresas tenham políticas e práticas de ESG?
Práticas de ESG são cada vez mais regulamentadas pelos governos, novos padrões de sustentabilidade representam a maior mudança nos modelos de gestão empresarial. Isto porque os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas em 2015 como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável estão muito longe de serem alcançados. Temos apenas 6 anos para realizar o que não avançou nos últimos 8 anos.
Esses objetivos abordam uma série de desafios globais, incluindo pobreza, fome, saúde, educação, igualdade de gênero, água limpa, energia sustentável, paz, justiça e ação climática. Os ODS são interconectados e destinam-se a orientar os esforços globais para tornar o mundo mais sustentável, inclusivo e equitativo. Não há como as empresas não fazerem parte da transformação necessária para nos mantermos vivos neste planeta.
Os desafios de negócios atuais vão muito além dos lucros. Desafios como a erradicação da pobreza, a promoção da igualdade de gênero e a mitigação das mudanças climáticas exigem a capacidade de abordar problemas complexos e encontrar soluções criativas. Habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas são cruciais e requerem o desenvolvimento interior de líderes empresariais e profissionais economicamente ativos.
O que é desenvolvimento interior?
O termo desenvolvimento interior foi cunhado pela percepção de que as transformações socioambientais não aconteceram na velocidade necessárias, porque para transformar o mundo é preciso ter seres humanos transformados. É preciso que desenvolvamos novas habilidades transformacionais e isso só acontece a partir do autoconhecimento.
Pesquisadores, políticos, empresários, acadêmicos e profissionais que como eu trabaham com o desenvolvimento humano e organizacional do mundo todo formaram a "Inner Development Goals" (IDGs), uma organização sem fins lucrativos e de código aberto com o objetivo de levar o poder do desenvolvimento interior aos desafios globais enfrentados pela humanidade, para atingirmos os ODS.
Os IDGs e o ESG estão intrinsecamente relacionados, uma vez que ambos buscam criar um mundo mais sustentável, equitativo e responsável. Empresas e investidores que abraçam os ODS estão frequentemente comprometidos com a promoção do ESG em suas operações e estratégias de investimento, reconhecendo que essas duas abordagens se complementam e reforçam mutuamente.
Portanto, a promoção do desenvolvimento interior por meio dos IDGs pode complementar os esforços globais para atingir os ODS, contribuindo para o bem-estar das pessoas e para a capacidade de enfrentar os desafios globais.
É importante considerar a interconexão entre o autoconhecimento, o desenvolvimento interior, a cultura de ESG e os ODS para maximizar seu impacto na construção de um mundo mais sustentável e equitativo.
Quer saber mais? No próximo artigo falarei detalhadamente sobre os IDGs e como eles devem guiar seu desenvolvimento pessoal.
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