A nova "era de ouro" da mídia esportiva brasileira
clique para exibir bio do colunista
Locutor esportivo da Rádio O POVO CBN. Radialista formado e acadêmico em jornalismo pela Universidade Estácio, já trabalhou em diversas rádios de Fortaleza, atuando como narrador e em outras funções, incluindo a parte técnica. Esta coluna trata sobre mídia esportiva e analisa os avanços das transmissões esportivas em todas as plataformas
A nova "era de ouro" da mídia esportiva brasileira
Nunca o torcedor teve tanto esporte gratuito ao alcance de um clique — na TV aberta ou no YouTube. CazéTV, XSports, GE TV e tantos outros canais colocam o futebol (e muito mais) de volta na casa de quem não podia pagar por TV fechada ou streaming. Mas será que esse movimento é sustentável ou apenas uma onda passageira?
Foto: LIONEL BONAVENTURE / AFP
Nesta foto de arquivo tirada em 28 de junho de 2013, uma webcam está posicionada em frente ao logotipo do YouTube em 28 de junho de 2013 em Paris
O torcedor brasileiro nunca teve tanto esporte gratuito à disposição. Entre TV aberta e plataformas digitais, vivemos um momento que lembra os anos 1990 — mas agora com desafios que vão muito além da televisão. Naquela década, a Band era conhecida como “o canal do esporte”. Futebol, vôlei, basquete, Fórmula Indy, esportes olímpicos: o cardápio era vasto, gratuito e popular. Manchete, Globo, SBT e Record também exibiam competições. O brasileiro ligava a TV e sempre encontrava emoção. Hoje, curiosamente, o cenário se repete de outra forma.
A oferta atual é abundante. A Globo ampliou seu alcance e lançou a GE TV, canal digital com foco no YouTube. O XSports estreou na TV aberta trazendo campeonatos europeus em parceria com a ESPN. A CazéTV se consolidou como fenômeno digital, mostrando que a internet já rivaliza com grandes canais em audiência e faturamento. Além disso, surgiram no YouTube opções como Goat, TV Green e SportyNet, transmitindo diferentes competições. E a própria TV aberta segue exibindo Brasileirão, Libertadores, Champions League, Copa do Brasil e Eliminatórias. Nunca houve tanto conteúdo esportivo gratuito ao mesmo tempo.
Esse movimento é positivo e inclusivo: recoloca o esporte — especialmente o futebol — ao alcance de quem não pode pagar por pacotes de TV fechada ou serviços de streaming, além de oferecer uma alternativa à pirataria. A democratização é inegável e, para o público, a sensação é de renascimento.
Mas há um ponto a ser discutido: até quando esse ciclo se sustenta? A fragmentação da audiência é um desafio real. O mercado publicitário, cada vez mais voltado para métricas digitais e engajamento imediato, tem muito mais opções de investimento, o que pode gerar dispersão e escassez. Isso ameaça a sobrevivência de projetos que dependem apenas da televisão tradicional, exigindo novos caminhos de rentabilidade.
Estamos, sim, em uma “nova era de ouro” da mídia esportiva brasileira. Mas é uma era diferente da dos anos 90: mais veloz, volátil e dependente de inovação constante. O torcedor já saiu ganhando — e isso é indiscutível. O desafio, agora, é saber se essa abundância será sustentável ou se estamos apenas vivendo uma euforia que, em breve, pode dar lugar a uma nova revolução.
Análises sobre mídia e os avanços das transmissões esportivas. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.