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Taxação do aço ameaça planos de expansão do Ceará
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Jornalista, repórter especial do O POVO, tem mais de dez anos de experiência em jornalismo econômico

Taxação do aço ameaça planos de expansão do Ceará

Para Eduardo Neves, CEO da Unipar BR Consultoria, o momento é de observar os próximos passos e as negociações propostas por Trump
Tipo Opinião
Exportação de placas de aço domina a balança comercial cearense (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Exportação de placas de aço domina a balança comercial cearense

Passado o período de silêncio veio a surpresa, como classificou o Instituto Aço Brasil sobre a impressão do setor frente a decisão do presidente Donald Trump (EUA) de elevar os impostos de importação que incidem no aço. No Ceará, avalia Eduardo Neves, economista e CEO da Unipar BR Consultoria, é hora de mensurar os riscos.

Ele aponta atenção ao que surge como "um impacto violento" para a economia cearense, uma vez que o aço representa mais da metade das exportações do Estado e ancoram uma importante frente industrial local. Com PIB acima de 5% previsto para 2024 e projeção de superar esta marca neste ano, como o próprio governador Elmano de Freitas (PT) já mencionou, ter um baque em uma das principais indústrias pode ameaçar a expansão.

"Tudo é assustador no começo. Mas essa tem sido a forma como ele (Trump) trabalha.É considerado um grande negociante", pondera Neves, apontando a estratégia que tem sido revelada no segundo mandato do americano: ao invés de guerra comercial, o presidente dos Estados Unidos usa a taxação como pretexto para negociar vantagens nas relações internacionais.

No caso do Brasil, ele diz esperar algo semelhante. Porém, é um momento de atenção, pois o mercado local não tem potencial para absorver o aço enviado aos EUA e um comprador internacional de mesmo porte é pouco provável. Apenas o Ceará negociou US$ 284,049 milhões do produto com os americanos no último ano.

Ao mesmo tempo surge uma nova dúvida: qual a moeda de troca que Trump vai colocar na mesa de negociação com o Brasil e como isso afeta o Ceará? A negociação será crucial para o momento e a postura de observação do governo brasileiro se mostra adequada.

O modelo de negócio da Arcelormittal Pecém também é algo a ser conhecido. A empresa atua em 12 estados americanos, então, é possível que compre de unidades espalhadas pelo mundo, como a do Ceará. Além disso, a siderúrgica goza de benefícios de exportação por estar instalada - e ser a principal indústria - da Zona de Processamento de Exportação do Ceará, e não se sabe até onde uma elevação da taxação por Trump pode "ferir de morte" as operações no Estado.

"A gente precisa ver como vai ser o andar da carruagem. O Trump está dando esses sustos em todo o mundo para renegociar. Ele diz querer a América grande de novo e faz isso para que a troca com os países seja vantajosa para ele. Vamos ver se algum bloco econômico pode ter musculatura para brigar de igual para igual", conclui.

 

"O Governo Trump será o maior entrave à agenda ambiental do planeta. Não acredito que seja capaz de revertê-la (como ele deseja), mas sem dúvida nenhuma será capaz de retardá-la alguns anos. Nesse caos e atraso da implantação dessa agenda o Brasil pode ser prejudicado"

" Jose Aldemir Freire Diretor de Planejamento no Banco do Nordeste do Brasil, após ler sobre o fim do programa de carregadores elétricos para carros nos Estados Unidos

Menos dívidas

O endividamento em Fortaleza caiu 3,6 pontos percentuais entre fevereiro e janeiro, adiantou a Fecomércio-CE. Mesmo assim, o Índice de Confiança do Consumidor caiu 2,2% em fevereiro. Hoje, a partir das 9h, a instituição divulga a pesquisa com dados detalhados sobre o comportamento do consumidor do comércio da Capital.

Moda e imóveis

Com 80% do espaço lançado já vendido, o Estação Fashion faz uma apresentação exclusiva para o mercado imobiliário cearense hoje, 12. O evento reúne entidades representativas e players do setor no cinema do Shopping Iguatemi Bosque e mira impulsionar o empreendimento que terá 1,3 mil lojas em área estratégica do Centro de Fortaleza.

60

milhões de reais serão investidos pela cearense Homem do Sapato no plano de expansão de 2025, diz Jhonatan Rêgo, sócio-fundador e diretor criativo da empresa do setor de calçados. Rodolfo Cardoso, diretor de expansão, conta que a meta é chegar a 25% de crescimento no ano, "com visão estratégica para Aracaju, Maceió, Natal, Salvador e Recife.

Educação

A Edtech especializada na formação de profissionais para o mercado financeiro Melver está de olho nas escolas cearenses. O CEO Raony Rossetti conta sobre a capacitação de professores e coordenadores de escolas para a educação financeira em Santa Catarina e diz que negociações do tipo já estão em curso em prefeituras de cidades cearenses.

 

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