O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Carlos Mazza
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
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Assunto frequente no noticiário local, a interminável guerra judicial entre o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) teve novo episódio nas últimas semanas. Na semana passada, teve entrada na Justiça duas novas ações movidas pelo pedetista contra o emedebista, ambas envolvendo áudios supostamente gravados por Eunício que teriam circulado no aplicativo de mensagens WhatsApp.
Nas gravações, uma voz que seria do emedebista faz uma série de ofensas e acusações contra Ciro, no que a defesa do pedetista classifica como "condutas que ultrapassam os limites da liberdade de expressão e opinião". "No caso, o Senhor Eunício Lopes Oliveira explicitou que o Senhor Ciro Ferreira Gomes seria 'cínico', 'mentiroso', 'corrupto', 'batedor de carteira' e 'desonesto'", diz a defesa, que destaca uma série de trechos dos áudios.
A ação destaca que os áudios foram reproduzidos em páginas das redes sociais, chegando a alcançar altos índices de acessos. No processo, o advogado de Ciro destaca ainda que a prática de divulgação de áudios no WhatsApp para veículos de imprensa e páginas das rede sociais já virou uma espécie de "modus operandi" adotado pelo adversário político, já tendo sido registrada em diversas outras ocasiões.
"Sublinhe-se que, para fins de esquivar-se de eventuais responsabilizações legais, o ora requerido (Eunício) é contumaz em esboçar o modus operandi de gravar áudios em detrimento da honra do Requerente e divulgá-los à imprensa", reforça a defesa do pedetista. O curioso é que argumento semelhante vem sendo usado pela defesa de Eunício nas várias ações movidas pelo emedebista contra o ex-aliado.
As disputas entre Ciro e Eunício não são exatamente novidade na política cearense. Desde 2014, quando os dois líderes romperam politicamente na eleição de sucessão de Cid Gomes (PDT) no Governo do Ceará, os dois moveram quase 40 processos um contra o outro. O fato de Ciro aparecer como autor do processo, no entanto, costuma ser mais raro. Na maioria das vezes, foi Eunício quem processou o pedetista em ações por dano moral.
Em maio de 2021, o ex-ministro chegou inclusive a ser condenado a pagar R$ 100 mil ao emedebista por tê-lo chamado de "corrupto". O caso, no entanto, ainda tem recursos em julgamento. Outros processos envolvem ataques e acusações diversas partindo de Ciro, desde "lambanceiro" a "pinotralha" - "uma mistura de pinóquio com irmão metralha", explica -, e ainda estão em tramitação da Justiça do Ceará. Em vários deles, Ciro também obteve vitórias, com Eunício sendo condenado a pagar honorários e despesas processuais.
Foi publicada na última sexta-feira, 10, ato da presidência da Assembleia Legislativa prorrogando por até 120 dias os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do motim, que investiga se recursos de associações ligadas a policiais militares financiaram atos do motim de 2020 no Ceará. Com isso, o grupo poderá continuar os trabalhos até data próxima às eleições estaduais deste ano, em outubro.
Integrantes do grupo, no entanto, afirmam que as atividades do grupo deverão acabar bem antes do prazo previsto de 120 dias. Eles afirmam que a prorrogação de quatro meses é uma exigência do Regimento Interno da Assembleia, uma vez que uma CPI só pode ser prorrogada pelo mesmo tempo inicial dos trabalhos, em 120 dias. Apesar disso, a ideia é que os trabalhos sejam encerrados bem antes deste prazo - e antes do início efetivo da campanha eleitoral -, ainda em julho ou agosto
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