
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
No primeiro dia de trabalhos após o Diretório Estadual do PT Ceará decidir expulsar o vereador Ronivaldo Maia dos quadros do partido, pelo menos dois vereadores do PDT saíram em defesa do colega na Câmara Municipal de Fortaleza. Enquanto petistas e até o próprio Ronivaldo silenciaram sobre o assunto, sobraram para os pedetistas Carlos Mesquita e Adail Júnior falas de "solidariedade" ao colega de Legislativo.
"Me permita fazer uma verdadeira louvação ao meu amigo leal, fiel, que estou antes dele nessa Casa aqui e nunca vi um deslize ou um comportamento sequer de diferente daquilo que o seu partido apregoa. Defensor do seu partido, defensor dos candidatos do seu partido, que é o meu amigo Ronivaldo Maia", destacou Mesquita.
Preso no ano passado após avançar um automóvel contra uma mulher com quem mantinha um relacionamento, o petista chegou a passar cinco meses afastado da Câmara Municipal, mas voltou à Casa no final de abril. Em discurso de retorno ao Legislativo, ele disse ter "certeza e a consciência tranquila" de que não atentou contra a vida da parceira.
O vereador, que ainda responde criminalmente sobre o caso na Justiça, foi afastado do PT por decisão da executiva municipal de Fortaleza ainda em novembro do ano passado. Após a instalação de um processo disciplinar contra ele no Conselho de Ética do partido, Ronivaldo acabou tendo sua expulsão do PT confirmada na noite desta quarta-feira, 22.
Apesar de não ter tratado do assunto na tribuna, Larissa Gaspar (PT) lançou nota sobre o caso. "No PT não tem espaço para agressores de mulheres!", diz. Desde o início, fiz questão de me posicionar pelo afastamento e julgamento do vereador Ronivaldo Maia por tentativa de feminicídio no Conselho de Ética da Câmara. Se no parlamento o processo foi arquivado sumariamente, a decisão pela expulsão foi tomada pelo PT!", continua.
Carlos Mesquita rebate: "Isso me doeu tanto, porque ele nunca deixou de levantar a bandeira do partido", diz. "Espero que minha fala chegue até o Lula e ele, como nome maior do PT, faça uma intervenção. Que é isso? Esse cara que me defendeu? Que foi para a rua, eu lá preso e ele me defendendo. Agora vamos virar as costas, botar para fora?", afirma.
Vice-presidente da Câmara Municipal, Adail Júnior parabenizou o colega pela fala e disse "se solidarizar" com Ronivaldo. "E não é só o vereador Adail não, a grande maioria dessa Casa se solidariza pelo nosso amigo Ronivaldo Maia", destacou ainda o pedetista.
Em discurso na tribuna do Legislativo, Ronivaldo não abordou o assunto e focou fala no recente escândalo envolvendo a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira, 22, acusado de tráfico de influência durante gestão no Ministério da Educação.
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O advogado Deodato Ramalho (PT), responsável pela defesa de Ronivaldo no processo interno do PT, lamentou nesta quinta-feira, 23, a decisão da sigla que determinou a expulsão do parlamentar dos quadros do partido. O vereador deve recorrer ao Diretório Nacional do partido
Em entrevista à coluna, Deodato disse que não pode comentar detalhes do caso, que corre em segredo de Justiça no Judiciário, mas comparou a decisão do PT ao que o ex-juiz Sergio Moro e a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) teriam feito com o ex-presidente Lula (PT) durante a Operação Lava Jato. "Criaram narrativas falsas e alimentaram a imprensa para achincalhar a imagem dele e crucificar", afirma. "E depois os processos acabaram anulados".
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