O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Afastado dos holofotes desde o resultado da eleição do ano passado, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) retomou na última semana forte agenda com eventos e discursos políticos, tratando principalmente sobre a conjuntura do Ceará. No melhor "estilo Ciro", o retorno do primogênito Ferreira Gomes contou com críticas e acusações envolvendo o bloco político de Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT), hoje desafetos do pedetista no Estado.
Em entrevista ao Diário do Nordeste na última quinta-feira, o ex-ministro voltou a culpar adversários pelo rompimento entre PT e PDT na eleição de 2022 e acusou Camilo de usar cargos para "conchavos políticos" de olho em manter um "monopólio do poder" no Ceará. Horas depois, em abertura de evento do PDT em Fortaleza, defendeu a recondução de André Figueiredo (PDT) na presidência do partido no Estado - mesmo que o próprio irmão de Ciro, o senador Cid Gomes, seja hoje o grande adversário de Figueiredo no pleito.
Entre pedetistas ouvidos pela coluna, a sensação é de que Ciro "arrebentou de vez" a possibilidade de qualquer recomposição entre lados rompidos no PDT do Ceará. Atualmente, o partido se divide entre um grupo - liderado por Cid e pelo presidente da Assembleia, Evandro Leitão, que defende reaproximação com petistas no Estado, e outro - liderado por Ciro e o ex-prefeito Roberto Cláudio - que já atua na oposição a Elmano.
"É péssimo, porque tem uma expectativa grande de todo mundo para uma reaproximação. Mas com esse nível de ataques, fica inconciliável. É bastante triste, principalmente porque essa expectativa aumentou com o evento do partido em Fortaleza", disse um deputado.
Ele também destaca que a "intervenção" de Ciro ocorre em meio ao acirramento da disputa entre André Figueiredo e Cid Gomes pelo comando do PDT local, algo que também parece, a preço de hoje, de difícil resolução. Na última quinta-feira, reunião sem consenso entre os dois terminou com Cid cancelando participação no evento pedetista, o que acabou esvaziando o ato.
Neste fim de semana, o próprio evento do PDT Nacional em Fortaleza, que oficialmente tinha como pauta discussão de temas diversos, acabou tomando ares de ato pró-Figueiredo. Em discurso no ato, o ex-prefeito Roberto Cláudio chegou até a classificar como "tentativa de golpe" a investida de cidistas e aliados pelo comando do partido.
"Há uma indisfarçável tentativa de golpe. O André Figueiredo tem um mandato até o final deste ano. É uma tentativa de golpe coordenada e liderada por alguns que já traíram o partido no ano passado contra o André que é um dos mais respeitados e históricos líderes do diretório nacionais do PDT", afirmou.
Em novo gesto de aproximação com os petistas Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT), o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (UB), liberou o seu vice, Neton Lacerda (Pros), para fechar filiação junto ao Republicanos.
Atualmente, o partido é comandado no Ceará pelo ex-senador Chiquinho Feitosa, um dos dirigentes partidários mais alinhados com Camilo e Elmano. Com a mudança, Neton deixará o Pros, sigla que em 2020 era alinhada ao líder oposicionista Capitão Wagner (UB).
Segundo a coluna apurou, a própria migração do vice ocorreu a pedido de Pessoa. Vale lembrar que, atualmente, Wagner é secretário de Saúde de Maracanaú.
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