Inclusão tecnológica, feminina, PcD nas agendas ESG
Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO
Inclusão tecnológica, feminina, PcD nas agendas ESG
A cearense Priscilla Veras encontrou seu lugar no empreendedorismo tecnológico e destaca-se no universo tecnológico do agronegócio, ambiente tradicional masculino
A pauta de diversidade que a letra S, de social, do ESG, traz inclui não só a inclusão de mais pessoas negras nas empresas, mais vagas para pessoas com deficiência (PcD) ou membros da comunidade LGBTQIA+, mas sim, mais espaços também para as mulheresem diferentes áreas e setores das companhias ou no empreendedorismo.
A 24ª edição do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)que aconteceu em São Paulo, semana passada, deu um bom exemplo ao destacar em todos os painéis a presença de mulheres contando os cases ou mediando os encontros e também no equilíbrio de participantes do sexo feminino na plateia, diferente do que encontramos no mercado financeiro.
O que mais chamou a atenção foi a abertura do congresso que uniu a cantora Sara Bentes, que além da voz, interpretou o Hino Nacional em Libras ao lado do musicista cego, Luan Richard, que acompanhou Sara ao piano.
Outro ponto alto foi o convite que o diretor geral do (IBGC), Pedro Melo, fez a empresária e cadeirante Carolina Ignarra para ser a mestre de cerimônia do evento, que adotou a autodescrição para também incluir a comunidade com deficiência visual.
Carolina, 45, que é cadeirante há 22 anos, contou que comanda quatro empresas voltadas à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho há 18 anos, apesar de não ser sua profissão, a função de mestre de cerimônias ela vê como importante para poder repassar aos demais pontos de atenção sobre pessoas com deficiência.
"Temos avanços, mas ainda sinto que falta o público surdo, cego ou com deficiência ocupando esses espaços como participantes. Acho importante eu chamar atenção para ter mais pessoas usando essas acessibilidade que os eventos promovem", pontou.
Agrotech
Entre os painéis do Congresso do IBGC sobre Governança em startups, a cearense Priscilla Veras, fundadora e CEO da Muda meu Mundo contou como a empresa consegue se posicionar em um ambiente com predominância masculina. Ao seu lado a diretora de tecnologia Laís Xavier.
A plataforma, criada em 2016, conecta pequenos produtores, que muitas vezes possuem dificuldades com a tecnologia e contam com suporte da startup, com o varejo por meio de inteligência de dados para uma alimentação sustentável.
"Fazemos a ponte entre o agricultor familiar e os supermercados. Assim, garantimos uma cadeia justa e com impacto positivo de ponta a ponta, gerando renda para os produtores e análises de ESG para o varejo. Existe muita burocracia e a rede varejista não sabe o que está por traz da cadeia. Quando ela usa nossa tecnologia essa transparência e esses dados se abrem e eles conseguem gerar todo o impacto social e ambiental", resume a Priscilla.
A iniciativa conta, por opção própria, com investimento de fundos vindo de mulheres e, também, de pessoas que estão no Nordeste, já que as fundadoras são mulheres nordestinas.
No Ceará
A Ceo da Muda meu Mundo também esteve em um evento realizado pela Somos Um e o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Conexão ODS, no Beach Park. Por lá, a agenda da Priscilla foi um pouco diferente em debate sobre negócios de impacto com outras empresas, como a rede nacional de farmácias Raia Drogasil.
Para O POVO, Priscilla Veras disse é um privilégio estar em dois grandes eventos de ESG e negócios de impacto na mesma semana no Sudeste e no Nordeste. "A gente está há anos trabalhando com isso e essas oportunidades concretizam o que a gente vem trabalhando durante todos esses anos, além de ser o reconhecimento desse trabalho inovador de impacto", avalia.
Para ela, para alavancar ainda mais os negócios de impacto que nascem no Ceará é importante um maior destaque meios de comunicação, espaços nas universidades e nos programas de aceleração startups. "Redes como o Sebrae podem também colocar isso como algo importante esse é um caminho. Todos falando sobre o que é transformar o mundo", finaliza.
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