Editora-adjunta do O POVO+ especializada em ciência, meio ambiente e clima. Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é premiada a nível regional e nacional com reportagens sobre ciência e meio ambiente. Também já foi finalista três anos consecutivos no Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar na região Nordeste. É diretora administrativa financeira da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA) 2025-2027
COP30: entram indicadores de adaptação, sai roadmap sem fósseis
Estabelecer indicadores de adaptação é um passo positivo, principalmente com o acordo de triplicar o financiamento destinado à adaptação de países em desenvolvimento
Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
Participantes ouvem o presidente da COP30, André Correa do Lago, durante sessão plenária da COP30 em Belém, em 21 de novembro de 2025
A resolução da COP30, finalizada no sábado, 22, colocou florestas tropicais e adaptação em protagonismo. Financiamento para ambas as temáticas foi prometido, e firmou-se o Plano de Ação de Gênero de Belém, para empoderar mulheres nas políticas climáticas.
Estabelecer indicadores de adaptação é um passo positivo, principalmente com o acordo de triplicar o financiamento destinado à adaptação de países em desenvolvimento. No entanto, a ausência de guias focadas em agricultura sustentável e em pecuária vulnerabiliza as ações. O sistema alimentar é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, e, ao que parece, as partes ainda querem manter essa discussão difusa.
O mesmo vale para o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, endossado por 80 países. Era desejo expresso do presidente Lula (PT) que a COP30 estabelecesse um roadmap para combater o maior vilão da crise climática, mas ele ficou de fora da decisão final. Agora, o Brasil irá defendê-lo em reuniões paralelas. É precoce declarar que a matéria foi vencida, mas a resistência das partes, como Emirados Árabes, Rússia e China, aponta que um net-zero deve estar longe de vista.
Na prática, esta COP demonstrou a preferência dos países em combater o sintoma, não a doença. Para eles, é menos difícil investir no enfrentamento dos efeitos cada vez mais intensos da crise climática — arriscando principalmente os países do sul global —, a transicionar de uma economia fóssil para uma renovável e zerar as emissões.
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