"Only Murders in the Building" une nova trama e base "testada" na 2ª temporada
João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.
"Only Murders in the Building" une nova trama e base "testada" na 2ª temporada
Segunda temporada da comédia de suspense "Only Murders in the Building" aposta em renovação da trama mantendo mesma base: fazer graça a partir do formato
Parte essencial do êxito de “Only Murders in the Building” — série de comédia e suspense protagonizada por Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez — em 2021 veio das referências metalinguísticas e das piadas bem contemporâneas dispostas ao longo dos 10 episódios da primeira temporada. A trama acompanha Charles, Oliver e Mabel, três vizinhos distantes que, após uma misteriosa morte no prédio onde moram, decidem investigar o caso por conta própria a partir da paixão comum que nutrem pelo mesmo podcast de crime real. Unindo bom humor e mistério, ela foi um sucesso e rapidamente garantiu sequência. Com a estreia recente dos dois primeiros episódios da segunda temporada, “Only Murders in the Building” já reforça a bem sucedida “receita”, apontando para novas tramas ao mesmo tempo em que aproveita a base exitosa de fazer graça pelo formato.
Propondo uma realidade em que ouvintes transformam-se, num só golpe, em produtores de conteúdo e investigadores, a série brincou na primeira temporada com o interesse e consumo de obras que recontam crimes famosos, com a própria lógica de repercussão delas e, ainda, com os conhecidos e reconhecidos recursos narrativos típicos do suspense.
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São inúmeras as hilárias referências autoconscientes e contemporâneas que o roteiro desfia, sobre temas tão diversos quanto linguagem inclusiva, redes sociais, ostracismo e trauma. A junção dos elementos citados, enfim, rendeu recordes de audiência para a série na plataforma de streaming original, a Hulu, o que rapidamente rendeu a confirmação de uma segunda temporada.
Mesmo antes do sinal verde para a sequência, porém, é possível que os criadores da série, John Hoffman e Steve Martin — que estreou no formato, apesar da célebre carreira no cinema, com a obra — já contavam com a continuidade da produção.
Isso porque — alerta de revelações da trama a partir deste ponto! —, após encerrar de forma redonda o mistério que move a primeira temporada, a série traz nos minutos finais dela um segundo crime, cometido contra a síndica do prédio onde mora o trio protagonista e que o coloca em xeque.
Na segunda temporada, então, “Only Murders in the Building” aperta o botão de “reset”, redefinindo tramas e relações com novos mistérios, mas aproveitando a já referida “base” da essência da produção. Implicados no novo assassinato, Charles, Oliver e Mabel precisam lidar com a fama repentina após o sucesso do podcast e as suspeitas de envolvimento no caso.
A graça metalinguística é reforçada já de partida na continuação da série. O recurso narrativo do “callback”, por exemplo — em termos básicos, uma referência a algum evento, fala ou personagem antigo —, é diretamente citado mais de uma vez nos diálogos, reforçando a autoconsciência do roteiro.
Além disso, e principalmente, a série também brinca com a busca constante por conteúdos já conhecidos, seja pela nostalgia ou pela adaptação. Enquanto Charles recebe um convite para um “reboot” da série policial que o alçou ao sucesso décadas antes — mas agora como o “tio” da protagonista —, Oliver é abordado pela humorista Amy Schumer com a proposta de “converter o podcast em uma série de streaming com oito a dez episódios”.
Até o fato da série ter tido uma sequência é motivo de piada na nova temporada, uma vez que os próprios personagens decidem, por força das circunstâncias, dar uma continuidade ao podcast produzido por eles.
Os dois primeiros episódios da temporada, lançados no mesmo dia, já dão a perspectiva dos caminhos de “Only Murders in the Building” para a nova temporada: união de roupagens novas para elementos e estruturas reconhecidas, identificáveis e, principalmente, aprovadas.
Entre as novidades “de fato” novas que compõem a sequência da produção, o destaque inegável — e até emocionante — é a presença da atriz Shirley MacLaine, reconhecida por longas clássicos como “Se Meu Apartamento Falasse” (1960), “Infâmia” (1961), “Laços de Ternura” (1983) e “Flores de Aço” (1989). Aos 88 anos, a artista retorna às séries após quase dez anos desde o último trabalho, uma participação em “Downtown Abbey”.
A segunda temporada de “Only Murders in the Building” terá 10 episódios no total, seguindo com episódios semanais disponíveis na plataforma Star+ até 23 de agosto.
Only Murders in the Building
Quando: episódios às terças
Onde: Star+
Podcast Vida&Arte
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