Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
A movimentação do Governo do Ceará para viabilizar a criação de um cluster halal de ovinos e caprinos no estado foi a notícia da semana que indignou a comunidade de proteção animal no estado e ativistas de todo o país. Embalado como projeto de vanguarda para ampliar as exportações cearenses, o plano envolve alocação de dinheiro público para incentivar a exploração e assassinato de animais inocentes. Investimento que poderia ser feito em outras oportunidades também lucrativas, sem exploração de animais. O que seria mais inteligente.
Inicialmente, o projeto prevê a exportação de animais vivos para serem mortos em países do Oriente Médio, seguindo rituais religiosos cruéis, com a morte do animal, sendo sangrado sem insensibilização prévia. Mesmo sendo inconstitucional, a exportação de animais vivos acontece no Brasil e tem sido uma pauta de embate dos movimentos de proteção animal, devido ao sofrimento imposto aos animais. Enquanto países como Nova Zelândia e Reino Unido proibiram a prática, o Brasil tornou-se o maior exportador de animais vivos do mundo. Um marco de vergonha internacional que o Ceará não precisa participar.
No ritual Halal de morte de animais, o assassinato é feito sem atordoamento prévio, com um corte com faca afiada no pescoço do animal, para atingir as artérias carótidas e jugulares, para exsanguinação do animal. Durante o ritual, o animal deve estar com a face virada para a Meca e o abatedor deve ser um mulçumano. O processo de certificação halal abrange toda a cadeia produtiva para assegurar que os produtos não contenham ingredientes proibidos, como carne de porco.
Diversas pesquisas, entre elas a publicada em 2015 na revista Society and Animals, revelou que pessoas que trabalham nos matadouros são mais propensas a serem insensíveis ao sofrimento, o que pode torná-las mais propensas a serem violentas contra seres humanos. O estudo descobriu que cidades com matadouros têm taxas mais elevadas de violência doméstica e crimes violentos, incluindo assassinato e estupro. Outro estudo de 2010, realizado pela criminologista canadense Amy Fitzgerald, descobriu que crimes violentos, incluindo agressão sexual e estupro aumentam nas cidades quando um matadouro é instalado.
Inscrições abertas para a 2a. edição do curso relâmpago "O essencial sobre ética animal", promovido pelo Instituto de Educação Antiespecista - INEA, em parceria com a ONG Ética Animal, o Núcleo de Estudos Animalistas - NEA da Universidade Federal de Uberlândia/CNPQ. Com início em 1o./nov, o curso será ministrado pelo Professor Luciano Carlos Cunha, é 100% on-line, autogerido, gratuito, aberto ao público e trará os argumentos filosóficos que sustentam a defesa dos animais, aprofundando suas reflexões sobre a moralidade das nossas relações com eles. Inscrições no link even3.com.br/essencial-etica-animal-2.
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