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Capitão Wagner e o apoio de Bolsonaro
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Capitão Wagner e o apoio de Bolsonaro

Tipo Opinião
Carla Zambelli deu apoioo o Capitão Wagner no Ceará (Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM)
Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM Carla Zambelli deu apoioo o Capitão Wagner no Ceará

Entre flertes e estremecimentos, Capitão Wagner (Pros) caminha célere para ter apoio do presidente Jair Bolsonaro na campanha a prefeito de Fortaleza. Wagner deseja esse apoio, embora aja com cuidado. Seu adversário, o grupo Ferreira Gomes busca com intensidade para vinculá-lo ao presidente. O cálculo faz sentido: os governistas locais sabem não terão o voto bolsonarista. A estratégia é aproveitar o desgaste - o presidente, afinal, tanto atrai seguidores quanto detratores - a medida de uns e outros a eleição sinalizará.

No fim de semana, o Capitão recebeu apoio da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), a mais importante aliada do presidente no Congresso Nacional sem sobrenome Bolsonaro. Ela se referiu a ele como "próximo prefeito de Fortaleza".

A fala de Zambelli não é declaração de apoio de Bolsonaro. Há ligações pessoais. É casada com o coronel Aginaldo de Oliveira, da Polícia Militar do Ceará, hoje comandante da Força Nacional. Em março, Zambelli já havia agradecido a Wagner por defender Aginaldo de críticas por ter chamado os policiais amotinados de "gigantes". Há um vínculo que é da família com o capitão e não necessariamente passa por Bolsonaro.

Carla Zambelli deu apoio ao Capitão Wagner
Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Carla Zambelli deu apoio ao Capitão Wagner

Mas, é certo que ela não faria declaração de apoio à revelia de Bolsonaro. A costura, todavia, não é simples. Wagner negocia com a ala bolsonarista e também com o comando do PSL no Ceará. Grupos separados por intrigas nacionais e locais. Quem comanda o PSL cearense é Heitor Freire, que recentemente fez detalhadas descrições sobre o envolvimento de cearenses com o chamado "Gabinete do Ódio" do Planalto. Dele depende o apoio que pode levar tempo de TV ao palanque.

Até por falta de opção, Wagner pode unir PSL e bolsonaristas no mesmo palanque contra os Ferreira Gomes.

O que há contra Fernandes

O deputado estadual André Fernandes (PSL) afirmou estar prestes a ter mandato suspenso por: 1) "Exercer meu papel"; 2) "Falar a verdade"; 3) "Ser oposição ao governador do Ceará, do PT"; 4) "Enfrentar com coragem, ferrenhamente, os Ferreira Gomes". É uma versão.

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A acusação é por quebra de decoro: dizer que um colega é envolvido com facções. No caso, o deputado Nezinho Farias (PDT). Fernandes argumenta uma coisa com razão - não divulgou o nome do deputado. Apresentou ao Ministério Público e pediu sigilo. Mas, o MP tornou pública a acusação, por entender que não cabe ao denunciante estabelecer o sigilo.

Ocorre que também É complicado dizer genericamente que um deputado supostamente tem ligação com facção. Ao não dar o nome, os outros 45 deputados ficam sob desconfiança. Deixa o Poder Legislativo sob suspeita.

Deputado estadual André Fernandes
Foto: Instagram / André Fernandes
Deputado estadual André Fernandes

Punido por ser oposição?

Qual o peso para Fernandes ser punido do fato de ele ser oposição? É uma boa questão. Fosse ele governista, haveria punição? Há outra representação no Conselho de Ética contra Osmar Baquit (PDT) e Leonardo Araújo (MDB), pela troca de acusações aos gritos em pleno plenário. Envolvimento com quadrilha de criminosos e compra de votos foram algumas das acusações trocadas. Como serão tratados?

Dom José Antonio, Acebispo de Fortaleza (Foto: Aurelio Alves/O POVO).
Foto: AURELIO ALVES
Dom José Antonio, Acebispo de Fortaleza (Foto: Aurelio Alves/O POVO).

A postura da Igreja

Igrejas podem funcionar desde ontem em Fortaleza, com até 20% do público, mas a arquidiocese de Fortaleza decidiu que os templos católicos seguem fechados. O arcebispo do José Antonio Aparecido Tosi pontuou boa questão: quem decidiria quem pode e quem não pode participar das missas? O entendimento foi de que ainda não há segurança para a saúde e a vida dos fiéis. Ainda mais que muito do público é idoso, particularmente vulnerável. Há formas de levar a mensagem com segurança. Essa devia ser a preocupação de todos os credos.

Os estilos são muito diferentes, mas dom José Antonio fez o que imagino que Aloísio Lorscheider teria feito.

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