Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Entre flertes e estremecimentos, Capitão Wagner (Pros) caminha célere para ter apoio do presidente Jair Bolsonaro na campanha a prefeito de Fortaleza. Wagner deseja esse apoio, embora aja com cuidado. Seu adversário, o grupo Ferreira Gomes busca com intensidade para vinculá-lo ao presidente. O cálculo faz sentido: os governistas locais sabem não terão o voto bolsonarista. A estratégia é aproveitar o desgaste - o presidente, afinal, tanto atrai seguidores quanto detratores - a medida de uns e outros a eleição sinalizará.
No fim de semana, o Capitão recebeu apoio da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), a mais importante aliada do presidente no Congresso Nacional sem sobrenome Bolsonaro. Ela se referiu a ele como "próximo prefeito de Fortaleza".
A fala de Zambelli não é declaração de apoio de Bolsonaro. Há ligações pessoais. É casada com o coronel Aginaldo de Oliveira, da Polícia Militar do Ceará, hoje comandante da Força Nacional. Em março, Zambelli já havia agradecido a Wagner por defender Aginaldo de críticas por ter chamado os policiais amotinados de "gigantes". Há um vínculo que é da família com o capitão e não necessariamente passa por Bolsonaro.
Mas, é certo que ela não faria declaração de apoio à revelia de Bolsonaro. A costura, todavia, não é simples. Wagner negocia com a ala bolsonarista e também com o comando do PSL no Ceará. Grupos separados por intrigas nacionais e locais. Quem comanda o PSL cearense é Heitor Freire, que recentemente fez detalhadas descrições sobre o envolvimento de cearenses com o chamado "Gabinete do Ódio" do Planalto. Dele depende o apoio que pode levar tempo de TV ao palanque.
Até por falta de opção, Wagner pode unir PSL e bolsonaristas no mesmo palanque contra os Ferreira Gomes.
O que há contra Fernandes
O deputado estadual André Fernandes (PSL) afirmou estar prestes a ter mandato suspenso por: 1) "Exercer meu papel"; 2) "Falar a verdade"; 3) "Ser oposição ao governador do Ceará, do PT"; 4) "Enfrentar com coragem, ferrenhamente, os Ferreira Gomes". É uma versão.
A acusação é por quebra de decoro: dizer que um colega é envolvido com facções. No caso, o deputado Nezinho Farias (PDT). Fernandes argumenta uma coisa com razão - não divulgou o nome do deputado. Apresentou ao Ministério Público e pediu sigilo. Mas, o MP tornou pública a acusação, por entender que não cabe ao denunciante estabelecer o sigilo.
Ocorre que também É complicado dizer genericamente que um deputado supostamente tem ligação com facção. Ao não dar o nome, os outros 45 deputados ficam sob desconfiança. Deixa o Poder Legislativo sob suspeita.
Punido por ser oposição?
Qual o peso para Fernandes ser punido do fato de ele ser oposição? É uma boa questão. Fosse ele governista, haveria punição? Há outra representação no Conselho de Ética contra Osmar Baquit (PDT) e Leonardo Araújo (MDB), pela troca de acusações aos gritos em pleno plenário. Envolvimento com quadrilha de criminosos e compra de votos foram algumas das acusações trocadas. Como serão tratados?
Igrejas podem funcionar desde ontem em Fortaleza, com até 20% do público, mas a arquidiocese de Fortaleza decidiu que os templos católicos seguem fechados. O arcebispo do José Antonio Aparecido Tosi pontuou boa questão: quem decidiria quem pode e quem não pode participar das missas? O entendimento foi de que ainda não há segurança para a saúde e a vida dos fiéis. Ainda mais que muito do público é idoso, particularmente vulnerável. Há formas de levar a mensagem com segurança. Essa devia ser a preocupação de todos os credos.
Os estilos são muito diferentes, mas dom José Antonio fez o que imagino que Aloísio Lorscheider teria feito.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.