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Teste para a segurança do Ceará em mau momento
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Teste para a segurança do Ceará em mau momento

Tipo Opinião
Camilo Santana e Mauro Albuquerque terão sistema prisional colocado em teste (Foto: Sandro Valentim)
Foto: Sandro Valentim Camilo Santana e Mauro Albuquerque terão sistema prisional colocado em teste

Retornam ao Ceará 28 chefes de facções criminosas que estavam em presídios federais. A saída deles das penitenciárias estaduais foi determinante para quebrar a rede de comando das facções criminosas no ano passado. A partir dali, o Estado obteve significativa redução da violência. Voltam, porém, em mau momento. A criminalidade disparou. Em um semestre, o número de homicídios foi equiparável ao de 2019 inteiro. As facções se reorganizam e comemoram com fogos. O retorno é decisão que envolve Justiça Federal, Governo do Estado e Governo Federal. Se o Ceará vivesse calmaria na segurança já seria ruim. E o momento é de crise. É o maior para o secretário Mauro Albuquerque desde a onda de ataques em janeiro de 2019. Volto ao assunto amanhã.

Capitão Wagner: arriaram as calças

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), prestes a se lançar candidato a prefeito de Fortaleza, demonstrou no Twitter acreditar que a segurança vai sofrer com a volta dos chefes de facções. Ele foi duro - e não apenas com o governador. "Apertem os cintos, pois mais uma vez o Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo) arriou as calças para o crime organizado."

 Capitão Wagner:: qual o discurso para o meio ambiente?
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO
Capitão Wagner:: qual o discurso para o meio ambiente?

Meio ambiente no
governo e na oposição

Por falar em Capitão Wagner (Pros), comentei ontem sobre qual seria a posição dele sobre a Sabiaguaba. Eu não tinha visto, mas ele tinha, sim, comentado o assunto no Twitter. A rigor, não entendi se ele é contra ou a favor da obra. Mas, ele critica o prefeito Roberto Cláudio (PDT) por incoerência ao "bater nas questões ambientais nacionais e não olhar suas próprias ações." É fato que o grupo Ferreira Gomes é muito enfático em defesa do meio ambiente na oposição aos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro. Mas, no Governo do Ceará, Cid Gomes (PDT) via a atuação dos órgãos ambientais como um estorvo, que atrapalha o desenvolvimento. (Ele certa vez confidenciou que se sentia tratado como os vilões do Avatar, destruindo uma vida pura e inocente em nome do lucro.) Cid se queixava explicitamente de um suposto critério no Ceará muito mais rigoroso que Brasil afora. Incomodava-se em particular com o Ministério Público. Roberto Cláudio também se deparou com muitas polêmicas ambientais.

Como disse ontem, quero ver qual a formulação que a oposição alinhada ao governo Jair Bolsonaro fará ao grupo Ferreira Gomes nessa área. O vereador Sargento Reginauro tem se colocado de forma clara na crítica ao megaempreendimento na Sabiaguaba. É um dos setores nos quais as gestões pedetistas têm mais a responder. Mas, o que aliados do governo Bolsonaro têm a perguntar? E, mais importante, a propor? Neste momento, o Governo Federal afastou o chefe do setor que monitora devastação da Amazônia.

O que a gente tem visto é uma velha máxima da política brasileira em relação ao meio ambiente: desmata e degrada quando é governo e briga para proteger na oposição.

Por outro lado, é bastante capaz de essa incoerência entre posturas local e nacional passar despercebida ao eleitor. Numa escolha de prefeito, nada costuma pesar mais que a cidade, o que ocorre perto, na vizinhança.

Do outro lado da oposição

No lado oposto da oposição, no PT surge o questionamento mais previsível. Nome histórico do partido, embora hoje afastado das questões de cúpula, o ex-deputado Mário Mamede não ficou satisfeito com a posição do prefeito, segundo ele "fazendo-se desconhecedor das articulações e maracutaias que tinham como claro objetivo atender aos interesses imobiliários e dos grandes empresários da construção civil." Mário indaga se a secretária do Urbanismo e Meio Ambiente, Águeda Muniz, manteve-o alheio ao assunto. Caso sim, ele entende que a secretária não deve ficar no cargo. Caso contrário, Mário acha que a responsabilidade é do prefeito.

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