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Temperatura em Fortaleza sobe, e não falo do calor
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Temperatura em Fortaleza sobe, e não falo do calor

Tipo Opinião
 Capitão Wagner tem denunciado corrupção que estaria associada ao grupo Ferreira Gomes (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO  Capitão Wagner tem denunciado corrupção que estaria associada ao grupo Ferreira Gomes

Dentro de um mês - a rigor, em 31 de agosto - começa o período de convenções para definir os candidatos. Chegará ao fim uma das mais prolongadas pré-campanhas que já tivemos, devido ao adiamento da eleição. A animosidade se acelerou na última semana. Mais do que costuma ocorrer um mês antes das convenções começarem.

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Ontem, no lançamento da pré-campanha de Alexandre Pereira (Cidadania), Roberto Cláudio (PDT) voltou a criticar a oposição. Numa crítica ao Capitão Wagner, sem citar o nome dele, o prefeito atacou "aventuras que flertam com a milícia, que flertam com a intolerância e não respeitam a democracia", e a "indústria do ódio, das fake news e da negação da atividade política democrática", conforme mostrou o jornalista Henrique Araújo. O prefeito tem recorrentemente batido no Capitão, basicamente pela associação ao presidente Jair Bolsonaro. Roberto Cláudio já havia falado em milícia e falou novamente. Outros pedetistas, pré-candidatos e Cid Gomes, seguem o script.

Ora como ação, ora como reação, Wagner também eleva o tom. Cobra os Ferreira Gomes sobre o áudio no qual o deputado estadual Bruno Gonçalves oferece dinheiro para pré-candidato a vereador se filiar ao PL e ingressar na base do prefeito. Há meses denuncia a compra de respiradores.

Sobre a associação a Bolsonaro, Wagner não renega. Ao contrário, toma para si. Cid Gomes havia dito terça que não podemos ter prefeito "vinculado a essa coisa terrível que é o governo Bolsonaro". Parafraseando-o, o Capitão respondeu no Twitter: "Não podemos ter prefeito vinculado a essa coisa terrível que é a corrupção."

A campanha será agressiva. Bem mais que em 2016. O tiroteio até agora é entre Wagner e os caciques do grupo Ferreira Gomes. Vai ficar mais duro. Um dos enredos da campanha será se o escolhido do PDT terá estofo para segurar esse tranco.

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O bolso do colete do senador Cid

Ao mediar o debate dos pré-candidatos na terça-feira, o senador Cid Gomes disse: "O PDT quer escolher o candidato que não seja do bolso de colete, que não seja discutido na intimidade de uma conversa a dois."

Realmente, nunca um debate de candidatura foi tratado dessa forma na Capital. O PT tem tradição de muita abertura, mas o máximo que houve foi em 2004, quando se debatia se teria candidatura de Luizianne Lins ou se apoiariam Inácio Arruda (PCdoB). A lição não foi boa, pois os derrotados não aceitaram e boicotaram Luizianne, que acabou vencendo. Sobre o PDT, resta ver qual o impacto prático dos debates para a escolha.

Sobre o bolso do colete, Cid já fez escolhas assim. Não há melhor exemplo que a definição de Camilo Santana (PT) para concorrer a governador em 2014. Em 2012, os partidos aliados votaram em Roberto Cláudio para ser candidato da aliança - mas isso quando todos davam a opção como certa.

Cid mesmo falou da inovação que o PDT traz. Como não começaram ontem na política, não podem os Ferreira Gomes se excluir da prática dos candidatos de gabinete.

Brasil tem uma Fortaleza inteira com Covid-19

Ontem o Brasil teve maior número de novos casos confirmados de Covid-19, em torno de 70 mil, variando pouco entre diferentes contagens. São 2,5 milhões de casos confirmados desde o início da pandemia. Praticamente uma Fortaleza inteira foi contagiada pela doença em todo o País. Isso são os dados oficiais. A considerar a subnotificação, são muitos mais.

O País chegou a assombrosas 90 mil mortes. Os óbitos são mais numerosos que a população inteira de um município como Quixadá, um dos dez maiores do Estado.

A pandemia não acabou. Melhorou em alguns lugares, em outros piorou. Na média brasileira, é tão grave quanto nos piores momentos. Cuidemo-nos.

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