Luizianne não dá trégua a candidato dos Ferreira Gomes
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Fez críticas em várias frentes. Ao comparar o governo dela ao de Roberto Cláudio, respondeu: "Nós governamos a cidade muito melhor". Até aí é do jogo. É normal ela achar que fez uma administração melhor. Quase todo político diria o mesmo do próprio governo. Mas, ela foi além. Desafiou a mostrar alguma obra da atual administração que não tenha sido deixada por ela, seja o projeto, a concepção ou o dinheiro. Tudo, ela diz, teve o dedo dela.
Mais grave: ao apontar a mortalidade elevadíssima em Fortaleza quanto à Covid-19, responsabiliza o que aponta como desmonte da assistência em saúde.
E foi além de questões administrativas. Entrou em questão política e ética. Citou o áudio do deputado Bruno Gonçalves (PL) oferecendo dinheiro para um pré-candidato a vereador aderir à base aliada. Luizianne diz que não atribui ao deputado, que considera mensageiro na política de Roberto Cláudio. "Quem compra, como compra, quanto paga, como faz e como arruma os partidos para apoiar na Câmara". E afirmou que pedirá investigação no Ministério Público e na Justiça Eleitoral.
Pela entrevista, não me parece haver clima algum para entendimento do PT com o PDT no primeiro turno. Haverá agressividade e não será pouca. Luizianne reedita a oposição ao atual prefeito que era feita pelo PT no primeiro mandato. As coisas esfriaram no segundo mandato, mas aparentemente não para ela.
Bolsonaro é o presidente que mais divide opiniões a essa altura do mandato
A pesquisa Datafolha trouxe um resultado espetacular para o presidente Jair Bolsonaro. Recuperação realmente muito significativa. A aprovação subiu e, mais ainda, a rejeição caiu. Não que seja uma aprovação excepcional: 34% de ruim ou péssimo. Dos presidentes eleitos, o último a ter percentual tão elevado de ruim e péssimo nessa altura do primeiro mandato foi Fernando Collor de Mello (41%). Porém, nenhum dos antecessores nas últimas três décadas dividia tanto as opiniões nessa fase do governo.
Bolsonaro tem 37% de ótimo/bom e 34% ruim/péssimo. Collor, a essa altura, tinha 18% a 41%. Itamar Franco e Michel Temer tinham reprovações maiores por volta de um ano e meio de mandato, mas eram vices que assumiram o posto. Nunca foram muito populares, na verdade. A maior aprovação de todas por essa época do primeiro mandato era de Dilma Rousseff (PT): 62% a 7%. A aprovação de Bolsonaro agora é maior que a de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com um ano e oito meses de governo. Lula tinha 35% de ótimo e bom. Porém, a rejeição a Lula era muito menor: 17% de ruim/péssimo. Destacava-se a avaliação regular: 45%. Fernando Henrique (PSDB) tinha 43% de ótimo/bom e 17% ruim/péssimo. Os dados são todos de pesquisas Datafolha realizadas mais ou menos na metade dos segundos anos dos primeiros mandatos.
Bolsonaro tem, enfim, rejeição ainda muito alta. Porém, o que chama atenção é o tamanho do apoio. Nenhum apoio tão rejeitado teve tantos apoiadores - e vice-versa. Manter tantos apoiadores e tão fieis e barulhentos é a chave da receita política de Bolsonaro. Voltarei ao tema.
Apenas um comentário adicional: os aliados de Bolsonaro, que tanto desacreditam pesquisas, comemoraram essa. Quando o número agrada, descrentes passam a crer.
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