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Sem previsão de acordo, Camilo tenta apaziguar PT e PDT na campanha
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Sem previsão de acordo, Camilo tenta apaziguar PT e PDT na campanha

Apesar de ainda defender união entre partidos da base, Camilo tem defendido tese de centrar críticas em candidatos ligados a Bolsonaro em Fortaleza
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EXPECTATIVA é que Luizianne e Camilo se encontrem para discutir rumos da campanha ao Paço Municipal (Foto: EVILÁZIO BEZERRA (em 6/5/2017))
Foto: EVILÁZIO BEZERRA (em 6/5/2017) EXPECTATIVA é que Luizianne e Camilo se encontrem para discutir rumos da campanha ao Paço Municipal

Com pouca probabilidade de um acordo que reúna PT e PDT na mesma chapa em Fortaleza, o governador Camilo Santana (PT) tem tentado ao menos garantir clima de "agressividade controlada" entre os candidatos dos dois partidos na disputa deste ano. Pela estratégia, as siglas centrariam críticas na campanha não entre si, mas a candidatos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na última segunda-feira, 10, o governador se reuniu com diversas lideranças petistas, como os deputados José Guimarães e Elmano de Freitas, o presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio, e o presidente do PT Ceará, Antônio Filho. Era esperada a presença da pré-candidata da sigla à Prefeitura, deputada Luizianne Lins, que não conseguiu participar da conversa.

"O Camilo continua dizendo que acha que deveria unificar toda a base aliada em Fortaleza", diz Elmano de Freitas. "No entanto, o processo que o Camilo está defendendo também é ter a possibilidade de construção de uma relação um pouco menos áspera entre as forças progressistas. Eleger aqueles que defendem o Bolsonaro como nossos adversários centrais em Fortaleza".

Elmano diz ser consenso que, ainda que em um eventual 2º turno, forças da base do governo do Estado precisarão se unir algum momento na disputa em Fortaleza. "Nós temos que buscar o máximo de aliados para enfrentar uma força tão ameaçadora para a democracia. Isso já está claro para o PT e para os outros partidos progressistas, até mesmo o Psol", diz.

O deputado ainda rebate tese de Luizianne, de que petistas não deveriam se unir a Ciro Gomes (PDT) por conta de ataques do pedetista aos governos Lula e Dilma. "O Ciro faz crítica ao PT, a gente faz crítica ao Roberto Cláudio, tem petista que faz ao Ciro. A gente tem um bocado de coisa para fazer autocrítica, e o Ciro também. Mas isso não está acima do mal que o projeto do Bolsonaro representa ao povo do Brasil", afirma.

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Elmano destaca que o interesse pela aproximação da base não diz respeito apenas a PT e PDT, mas também com os demais partidos da base. "Em um segundo turno entre o PDT e um candidato do Bolsonaro, por exemplo, eu não tenho certeza se o MDB do Eunício (Oliveira, ex-senador) iria com o PDT".

"Veja por exemplo em Recife, teve crise entre o PSB e o PT lá. O pessoal do PSB está magoado, ataca o PT, mas é evidente que isso não estará acima dos interesses da população. Ou em Belém, que pode ocorrer Psol, que nunca foi da nossa base, contra a direita do Bolsonaro. Não temos nem dúvida, estaremos com eles, e acho que o mesmo vale para eles".

Prioridade de Camilo na disputa, a possibilidade de uma chapa unindo siglas da base aliada, como PT, PDT e até o MDB, parece hoje cada vez menos provável. Pré-candidata que já passou por diversas fases do processo interno de candidaturas do PT, Luizianne admite hoje abrir mão da disputa apenas no caso de uma composição em torno do petista Nelson Martins, até junho articulador político do governo Camilo Santana no Legislativo.

O PDT, por sua vez, já iniciou um processo de escolha interno de seu candidato à disputa, com debates entre cinco pré-indicados - Ferruccio Feitosa, Idilvan Alencar, José Sarto, Salmito Filho e Samuel Dias. É difícil imaginar, portanto, que qualquer um deles desista da candidatura em torno de um entendimento com o PT.

Hoje, pedetistas farão inclusive novo debate entre os pré-candidatos do partido. Dessa vez, o encontro será mediado pelo deputado federal e presidente estadual da sigla André Figueiredo.

 

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