Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Capitão Wagner (Pros) apoiou Jair Bolsonaro desde 2018, integrou a coordenação da campanha. Mas também desde 2018 enfatiza que não concorda com Bolsonaro em tudo. Entrevistado ontem na série com pré-candidatos na rádio O POVO CBN, ele expôs uma das divergências. Foi questionado por ouvinte se acredita que a Covid-19 é uma gripezinha. Respondeu que a doença é "extremamente grave" e que é a favor de toda medida para diminuir o risco às pessoas. Disse que as ações tomadas pelo Governo do Estado têm sido reconhecidas.
Ele, porém, afirmou discordar de algumas ações do governo Camilo Santana (PT). Notadamente, algumas atividades voltarem e outras não. Negócios permanecerem fechados enquanto há ônibus lotados. Sobre a Prefeitura de Fortaleza, ele afirmou discordar do "superfaturamento em algumas compras".
A posição de Capitão Wagner sobre o motim dos policiais
Capitão Wagner também falou da paralisação dos policiais. Disse que não era a favor, até por saber que o governo viria com muita força. Realmente, Wagner articulou para que houvesse acordo e a Polícia não parasse, sem sucesso. Quando começou o motim, ficou a certa distância. Porém, a imagem é muito ligada à categoria e a esse tipo de movimento. Parece-me difícil convencer a população desse distanciamento.
Não roubar é o mínimo e não é o bastante
Na sessão que suspendeu seu mandato, o deputado André Fernandes (Republicanos) falou muito de honra. Repetiu que não há contra ele nenhuma acusação de corrupção. É verdade. Ocorre que não roubar não é o bastante. Não roubar é o básico, o elementar, o mínimo. Verdade que, muitas vezes, esse mínimo não é cumprido. Mesmo assim, honestidade é pré-requisito. Não é o bastante. Não basta ser honesto e, por exemplo, ser incompetente, ou ser relapso, ou não ser responsável, ou faltar com o decoro. Não estou dizendo que o deputado fez isso. Menciono problemas que vão além de envolvimento com corrupção.
Tive um professor que brincava que, no Brasil, ética é programa de governo. O sujeito diz: "Prometo não roubar". Ora, é o mínimo. Cumprido esse básico, há outros critérios a atender.
Fernandes é novo na política. Espero que, na carreira, siga sem ser acusado de corrupção. E que isso não seja forma de diferenciar dos outros, pois é o que se exige de todo agente público.
Pegadinha santa de Jesus
O deputado Apóstolo Luiz Henrique (PP) disse que a votação que suspendeu o mandato de André Fernandes era uma "pegadinha de Jesus, pegadinha santa". Jesus, segundo ele, pôs os deputados para serem juízes. E disse que o critério que usaram será usado contra eles.
Não é propriamente novidade - nem do Ceará, nem do Brasil - que deputados julguem os pares sobre decoro. A pegadinha é antiga.
Pegadinha profana
Ao pedir para falar em nome do PSL, na sessão sobre André Fernandes, Delegado Cavalcante foi questionado pelo presidente José Sarto (PDT) se ele ainda era filiado à legenda. Ele confirmou que sim. "Fui vítima da pegadinha não", disse o delegado. Refere-se a Fernandes ter recebido aval do PSL para deixar o partido e depois a sigla ir à Justiça pedir o mandato de volta. "Se eu não tivesse a experiência que ele não tem, hoje eu estaria em outro partido, mas sendo perseguido por um idiota que hoje é o presidente do PSL", disse Cavalcante, sobre Heitor Freire.
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