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André Fernandes ataca a imprensa em primeiro dia de suspensão
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André Fernandes ataca a imprensa em primeiro dia de suspensão

Ofensivas nas redes sociais a adversários deve dar o tom dos dias de afastamento do bolsonarista
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SUSPENSO por 30 dias do mandato, André Fernandes se manifestou pelas redes sociais para criticar a punição contra ele (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita SUSPENSO por 30 dias do mandato, André Fernandes se manifestou pelas redes sociais para criticar a punição contra ele

O deputado estadual André Fernandes (Republicanos) aproveitou o primeiro dos 30 dias da suspensão de mandato que lhe foi imposta na última quinta-feira, 20, pela Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) para atacar a cobertura do caso dele pela imprensa local, alvo costumeiro das insatisfações que expõe.

"A imprensa tentou, desde o início, criar a narrativa de que eu tinha feito uma acusação sem provas", escreveu numa rede social. Então classificou os profissionais da área de "canalhas." O deputado propôs o desafio a jornalistas e políticos de encontrarem qualquer tipo de manifestação pública na qual tenha acusado Nezinho Farias (PDT) sem provas.

Alvo de uma sanção inédita na história do Legislativo cearense, ele deve aproveitar os dias de suspensão para intensificar nas redes sociais a defesa do pensamento de que a punição nada mais foi do que uma arbitrariedade conduzida pelo grupo majoritário no Parlamento, liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, do PDT.

Atacar a imprensa e os colegas deputados, então, é uma frente de natureza política da argumentação que seguirá utilizando nos dias de afastamento. O tom que usou na última sessão é sintomático disso. Afirmou que atravessava aquele processo tão somente por ser diferente da maioria dos colegas, ou seja, um opositor. "Eu não faço parte do sistema, e isso incomoda", disse.

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O ultradireitista também estampou o rosto dos 29 parlamentares que votaram a favor da punição a ele, de modo a pressioná-los, como disse ao O POVO que faria.

Outra frente de defesa que se soma ao enfrentamento político é a de que pediu sigilo ao encaminhar ao Ministério Público do Ceará (MPCE) denúncia que estabelecia vínculo entre Nezinho Farias (PDT) e uma facção criminosa. "Encaminhar uma denúncia para que o órgão competente apure os fatos não é acusar, é exercer meu papel parlamentar", sustentou em outro trecho da postagem.

Fernandes ainda buscou o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) um dia antes da votação para que a Corte anulasse a sessão que lhe puniu. Na noite de quinta-feira, com a situação já encerrada entre os deputados, o desembargador Inácio Cortez Alencar emitiu decisão indeferindo o pedido do bolsonarista.

Ex-assessor e braço direito de Fernandes, Inspetor Alberto (Pros) afirmou ser possível que o amigo divulgue nesse período o nome das pessoas que lhe encaminharam a denúncia para que ele levasse ao MPCE.

Em plenário, Delegado Cavalcante (PSL) afirmara que o aliado foi alvo de pessoas que entregaram denúncia sabidamente falsa. Fernandes, porém, não detalhou a denúncia em plenário, como cogitou fazer.

Para Alberto, que também esperava esse detalhamento, Fernandes deve ter sido orientado pelos advogados a evitar o tema. Procurado, Fernandes não respondeu às perguntas do O POVO.

 

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