Apoios de Bolsonaro e Ciro mais atrapalham que ajudam e Lula racha opiniões
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Os números das pesquisas ajudam a entender algumas decisões das campanhas. Os grandes movimentos não se pautam apenas por intuição. As maiores estruturas têm pesquisas que guiam seus atos. Por que, ao agradecer pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro, Capitão Wagner (Pros) citou o Governo Federal? Por que não mencionou o nome do presidente da República?
Segundo a pesquisa O POVO Datafolha, 64% dos entrevistados em Fortaleza dizem que não votariam de jeito nenhum em candidato apoiado pelo presidente. Um destroço. Potencial para inviabilizar a vitória de um candidato. Os que com certeza votariam no candidato de Bolsonaro são 16%. Os que talvez fossem levados a votar pelo apoio do presidente são 18%. O potencial de influência positiva é de 34%. Wagner tem 33% das intenções de voto.
E, por que, na última quarta-feira, Capitão Wagner chamou Ciro Gomes (PDT) para a briga? Por que cobrou que o ex-ministro entrasse na campanha de José Sarto (PDT)? O Datafolha também ajuda a entender. Há 53% de eleitores que dizem que não votariam no candidato que ele apoia. Também é um percentual inviabilizante. São 15% os que dizem que votariam com certeza no candidato de Ciro, e 27% que talvez votassem em quem ele apoia. Potencial de influência positiva de 42%.
O número chama atenção. Em 2018, Ciro venceu em Fortaleza. Tudo bem, ele teve 40%. Está dentro da lógica da pesquisa. Mas, como a rejeição ao irmão de Cid Gomes chegou a esse patamar? Ocorrerá com Ciro o efeito que tantas vezes foi atribuído a Tasso Jereissati (PSDB)? Sobre quem tanto se discutia a aparição ou não nas campanhas aliadas na Capital? Até agora, Ciro não foi visto.
Fator Lula
O maior potencial total de influência positiva é do governador Camilo Santana (PT) - daí o apoio dele ser tão disputado. São 24% que com certeza votariam em quem ele apoia, 34% que talvez votassem, contra 38% que não votariam em quem ele indicasse. Potencial de influência positiva de 58%.
Roberto Cláudio (PDT) se sai pior pouca coisa. São 24% que certamente votariam, 30% que talvez votassem e 42% que não votariam de jeito nenhum em quem ele apoia. Potencial positivo de 54%.
Porém, a maior influência certa é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São 30% os que dizem que com certeza votariam em quem ele apoiar. Porém, Lula é o mais controverso dos caciques políticos pesquisados. Há 21% que talvez votassem em quem ele indicasse - potencial positivo de influência de 21%. E há 46% que não votariam de jeito maneira no nome apoiado por ele.
Rejeições
Obviamente que há diferentes escalas e gradações de influência dos líderes políticos. Porém, me chamou atenção, na pesquisa, a rejeição do fortalezense a essa coisa de votar por apoio. O que se sai melhor, Camilo Santana, tem 38% que não votariam de jeito nenhum no candidato dele. Não acho pouco. O bem avaliado prefeito Roberto Cláudio tem 42% de eleitores quem não votariam em quem ele apoia. Nada como Bolsonaro e seus 64%, claro.
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