O ex-presidente Lula (PT) e o governador Camilo Santana (PT) são hoje as lideranças políticas com maior influência positiva no eleitorado de Fortaleza. O dado é da primeira pesquisa O POVO/Datafolha, que mediu impacto de "padrinhos" políticos na disputa. Enquanto o apoio dos petistas aumenta significativamente as chances de voto para uma candidatura, o presidente Jair Bolsonaro vai no sentido contrário, aumentando a rejeição ao candidato.
Questionados sobre Lula, 30% dos entrevistados disseram que o apoio do ex-presidente faria com que eles votassem "com certeza" em um candidato. Já 21% disseram que "talvez" votariam em uma candidatura apoiada pelo petista. No sentido contrário, 46% dos eleitores disseram que não votariam "de jeito nenhum" em um candidato apoiado por Lula.
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Mesmo com menos influência certa, o apoio de Camilo Santana acaba sendo mais positivo no saldo geral, já que não carrega junto a mesma carga de rejeição que o ex-presidente possui. Questionados sobre o apoio do governador, 24% disseram que votariam "com certeza" em um candidato indicado por ele, 34% afirmaram que "talvez" votariam na candidatura e 38% disseram que não votariam "de jeito nenhum" em um nome apoiado por Camilo.
Quem também sai bem entre o eleitorado no saldo geral é o prefeito Roberto Cláudio (PDT), com 24% dos eleitores dizendo que votariam "com certeza" no nome apoiado por ele e 30% respondendo que talvez votariam no candidato com o apoio dele. 42% dos entrevistados, por outro lado, disseram que não votariam "de jeito nenhum" em um candidato apoiado publicamente pelo pedetista.
Influencia de liderancas
Entre os líderes que mais atrapalham do que ajudam em Fortaleza, o com a pior influência é Jair Bolsonaro. Ao todo, 64% dos entrevistados disseram que não votariam "de jeito nenhum" em um candidato apoiado pelo presidente. Na influência positiva, apenas 16% responderam que votariam "com certeza" e 18% falaram que "talvez" votariam no indicado de Bolsonaro.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também acaba tendo mais influência negativa do que positiva entre os fortalezenses. Sobre o presidenciável, 53% disseram que não votariam "de jeito nenhum" em um candidato apoiado por ele. Já 15% disseram que votariam "com certeza" e 27% afirmaram que "talvez" votariam em um indicado do líder do grupo Ferreira Gomes.
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O Datafolha ouviu eleitores de Fortaleza entre a última quarta-feira, 14, e a última quinta-feira, 15. Ou seja, o resultado já capta acirramento provocado na manhã da quarta-feira após o governador Camilo Santana (PT) e lideranças do PDT apontarem relação entre Capitão Wagner e policiais militares que promoveram motim no Ceará em fevereiro.
A pesquisa foi encomendada por O POVO e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com número CE-09449/2020 e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 812 eleitores de Fortaleza de todas as regiões da cidade, com 16 anos ou mais. A taxa de confiança da pesquisa é 95%.
A pesquisa, publicada com exclusividade no O POVO deste domingo, aponta Capitão Wagner (Pros) na liderança da disputa com 33% das intenções de voto. Ele é seguido por Luizianne Lins (PT), com 24%, e por José Sarto (PDT), com 15%. Na sequência, aparecem Heitor Férrer (Solidariedade), com 5%, Renato Roseno (Psol), com 4%, e Célio Studart (PV), com 4%.
Os candidatos Anizio Melo (PCdoB), Samuel Braga (Patriota), José Loureto (PCO), Paula Colares (UP) e Heitor Freire (PSL) não pontuaram. 10% dos entrevistados declararam voto branco ou nulo e 4% disseram não saber em quem votarão na disputa.
A pesquisa também perguntou aos eleitores sobre avaliação de gestores em Fortaleza, Ceará e Brasil. Passados cinco anos e nove meses no Palácio Abolição, o governador Camilo Santana (PT) tem administração avaliada como ótima ou boa por 61% dos eleitores da Capital. Os que têm o desempenho dele como regular somam 27%, enquanto 11% o consideram ruim ou péssimo. 2% dos entrevistados não opinaram a respeito.
Já Roberto Cláudio tem 53% de avaliação "bom" ou "ótimo". Pouco mais de um terço (35%) dos entrevistados ouvidos pela pesquisa avaliam o desempenho de RC como regular e 10% como péssimo. 1% não opinou.
Já Jair Bolsonaro é avaliado como ótimo ou bom por 29% dos fortalezenses como regular por 28% e como ruim ou péssimo por 42%.