Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Pré-candidato da oposição ao governo do Ceará está perto de comandar uma das maiores potências políticas no Brasil, e isso muda bastante o cenário estadual
Foto: Aurelio Alves
CAPITÃO Wagner busca reunir quem é contra os Ferreira Gomes
O pedaço do novo União Brasil aliado aos governistas no Ceará ainda trabalha para manter o controle da legenda, mas o grupo do Capitão Wagner já age com a convicção de quem ganhou a parada. Wagner confirmou que irá se filiar. O bloco de Roberto Pessoa no PSDB irá acompanhá-lo. Isso muda o panorama da oposição cearense. Uma coisa é Wagner ser candidato pelo pequeno Pros. Ex-partido, a propósito, do grupo Ferreira Gomes. Coisa bem diferente é concorrer pelo União Brasil, legenda “parruda”, uma potência política, que dará a ele tempo no horário eleitoral e estrutura partidária. Isso não o colocará em igualdade de condições contra o bloco governista no Ceará, mas diminui a desvantagem.
Se a coisa está mesmo definida eu não tenho certeza. Na época de DEM, antes da fusão com o PSL, já chegou a ser dado como certo que o partido iria para as mãos de Wagner, mas houve reviravolta. Agora, o capitão negocia com a parte do PSL na aliança, com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar. Daí a confiança de que agora é diferente.
Ex-dirigente do antigo DEM Ceará, o senador em exercício Chiquinho Feitosa segue se articulando.
O teste de Izolda
A base governista tem pela frente uma situação inédita no Ceará. Desde que a reeleição foi instituída, em 1998, pela primeira vez uma potencial candidatura ao governo do Estado poderá ser testada no cargo. Refiro-me a Izolda Cela (PDT), que assumirá o governo em abril, e poderá ser escolhida para concorrer à reeleição em outubro. Como apontado ontem, o fator determinante para definir se será ela a candidata ou não serão as pesquisas com ela já no cargo de governadora. Esse tipo de avaliação nunca antes foi feito no Ceará.
Desde que a pessoa que assume o cargo no Poder Executivo passou a poder concorrer a um segundo mandato, apenas um vice-governador herdou o mandato. Foi Beni Veras, vice que substituiu Tasso Jereissati (PSDB) em 2002. Como deverá acontecer com Camilo Santana (PT) em abril, Tasso saiu para concorrer a senador. Porém, Beni nunca foi cotado para ser o candidato a governador. Na disputa interna tucana de então, a opção foi Lúcio Alcântara.
Lúcio só ficou um mandato e perdeu a reeleição. Tasso e Ciro Gomes chegaram a propor a ele que renunciasse e não disputasse mais quatro anos. A ideia não era abrir espaço para o então vice-governador, Maia Júnior, mas sim para que Cid Gomes (PDT) fosse candidato. Lúcio bateu o pé e não aceitou. O PSDB rachou. Cid concorreu pela oposição, com o consentimento velado de Tasso. Ganhou no primeiro turno.
Quando Cid saiu, em 2014, ele sinalizou intenção de renunciar. O vice era Domingos Filho, que era pré-candidato a governador. E aí a coisa pegou. Porque Cid queria que tanto ele quanto Domingos renunciassem. O vice não aceitou e Cid também não saiu. O candidato escolhido foi Camilo Santana. Domingos mais à frente se desentendeu feio com a base aliada, foi para a oposição, mas se recompôs em 2018.
Cid não queria deixá-lo porque não queria que Domingos fosse o candidato. E sabia que deixá-lo no cargo faria dele forte demais.
Bolsonaro e o Exército Vermelho
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu recentemente proibir o comunismo, assim como se faz com o nazismo. Ontem, visitou monumento em homenagem aos soldados do exército de Joseph Stalin que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Winston Churchill, um conservador mais legítimo e mais qualificado, bem sabia que não há equiparação possível com Hitler nem mesmo para Stalin. Quando teve de um lado os nazistas e do outro os comunistas, aliou-se a esses últimos, embora fosse anticomunista.
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