Cid volta e responde a várias perguntas, menos uma
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: FERNANDA BARROS
Cid Gomes participa de adesivaço
para Ciro e Camilo em Sobral
O sumiço de Cid Gomes (PDT) das articulações eleitorais tornou a sucessão no Ceará atípica em relação às últimas duas décadas, pelo menos, e gerou muita especulação. A reaparição do senador, no último sábado, foi elucidativa. Na entrevista concedida, foi claro, direto e não deixou dúvidas sobre a posição dele. Aliás, em mim deixou uma dúvida.
Ele disse três coisas, pelo menos, que considero muito significativas: 1) não irá se posicionar no primeiro turno para governador; 2) votará em Camilo Santana (PT) para senador e 3) Foi contra o fim da aliança e lamentou o rompimento.
Vou me deter sobre o ponto 3. Ele falou disso em pelo menos três momentos da breve entrevista. Primeiro: "Por razões alheias à minha vontade, contra a minha vontade, essa aliança se desfez agora." Pouco adiante, reforçou, com particular ênfase na entonação de voz: "Como isso foi contra a minha vontade, essa separação, a melhor conduta que eu achei foi essa." Por fim, complementou: "Eu não quero colocar em risco é a aliança que infelizmente apartou-se, mas eu tenho esperança de que ela se renove no segundo turno."
Teve, porém, uma coisa que ele não falou: por que ele se afastou das negociações quando ainda podia reverter o racha? Quando algo podia ser feito?
Se Cid entra nas articulações entre o fim de junho e o começo de julho, ele teria força para evitar o rompimento. Por que não o fez?
O senador foi perguntado no sábado sobre a razão do afastamento. Mas, a resposta enveredou por outra direção, voltou a 1996, no início da aliança em Sobral. E acabou não dizendo por que decidiu se distanciar quando poderia ser um agente não da reconciliação, mas para evitar o rompimento.
Fontes com acesso a pessoas que conversaram com Cid e a outros dos envolvidos nas negociações afirmam que o senador se afastou para não bater de frente com Ciro Gomes (PDT). Mais que isso, ele estaria disposto a não brigar com Ciro — e o gesto dele de ir para a rua pedir voto para o irmão, no sábado, atesta a disposição no sentido desse último ponto.
Quando Ciro disse, semanas atrás, que não queria falar sobre a posição de Cid no Ceará porque o assunto "me faz mal, dói no meu coração", ele indicou que há divergência entre os dois, de fato.
A posição assumida por Cid no sábado justifica por que ele não está na campanha para governador agora, mas não explica o afastamento lá atrás. Talvez apenas entrando na intimidade familiar para ter essa resposta.
Cid e Camilo
Sobre outro dos pontos manifestados por Cid Gomes no sábado, o apoio a Camilo Santana mostra que o senador não corrobora com as acusações de “deserção” e “traição” feitas por Ciro.
A eleição e o dinheiro para os municípios
A determinação do desembargador Raimundo Nonato Silva Santos para que não haja transferências do Governo do Ceará a municípios, salvo para “cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento”, apenas referenda o que diz a lei. Porém, a coligação de Roberto Cláudio (PDT), que moveu a ação, pede a instauração de investigação. O pedido, que não foi avaliado ainda pela Justiça, inclui até a cassação das candidaturas de Elmano Freitas (PT) e Camilo Santana (PT). O Estado nega irregularidades.
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