Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A pesquisa Quaest que mostrou a desaprovação a Lula maior que a aprovação pela primeira vez mostra momento de instabilidade do governo, com muitos erros. Há mudança na comunicação, mas o erro de origem não está aí. Não será com outra estratégia nas redes sociais que os principais obstáculos serão contornados. A piora foi maior entre os mais pobres e no Nordeste, justamente onde está a fortaleza do PT. Praticamente desde a eleição, as pesquisas mostram opiniões muito divididas. A diferença entre aprovação e desaprovação fica na margem de erro. Outros levantamentos apontam situação parecida. Apesar da piora, o governo tem situação eleitoral favorável. Jair Bolsonaro (PL) está inelegível, mas evita quanto pode falar em substituição. Tarcísio de Freitas (Republicanos) teria de abrir mão de buscar uma reeleição em São Paulo que seria bem menos complicada. O problema para o PT é a imagem do governo seguir em deterioração, a ponto de bastar um candidato que vista o figurino de oposição para derrotá-lo.
Ciro também costuma repetir que não irá se candidatar mais
Cid Gomes (PSB) falou que não quer mais ser candidato a senador e Ciro Gomes (PDT) já falou a mesma coisa algumas vezes. A primeira de que me lembro foi em 2008. Ele afirmava que a última eleição que disputaria seria em 2010. Bem, tem sempre o argumento de que não chegou a ser candidato naquela ocasião, porque o PSB não deu legenda e preferiu apoiar Dilma Rousseff (PT). Em 2017, Ciro também dizia que concorreria pela última vez em 2018. Em 2019, afirmou que a última seria em 2022. E, passada a eleição de 2022, reafirmou que não pretende mais concorrer. Porém, fez uma ressalva que é verdadeira: “Essas coisas podem mudar”. Decisões como essa dependem de muito mais coisas que a vontade do político. O cenário determina decisões.
Tasso Jereissati (PSDB) dizia que não queria voltar ao governo do Ceará em 1994 e, depois, que não queria a reeleição em 1998. Acabou sendo. Luizianne Lins (PT) chegou a falar que, pela vontade própria, talvez não buscasse a reeleição na Prefeitura de Fortaleza em 2008, mas o fez.
Para Ciro, entretanto, a perspectiva de ser candidato a presidente mais uma vez parece hoje bem pequena. O PDT está dentro do governo e deve apoiar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não há muitas outras opções disponíveis.
Idas, vindas e permanências
Suplente de vereador pelo PDT, Rennys Frota voltou a ganhar abrigo no PSD. Ele foi nomeado, na semana passada, secretário executivo do planejamento e gestão interna da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) do governo Elmano de Freitas (PT). O secretário da SDE é Domingos Filho (PSD).
Os últimos anos têm sido marcados por idas e vindas para Rennys. Ele era secretário da Regional 2 de Fortaleza, na gestão José Sarto (PDT), na cota do PSD. Em agosto de 2023, Domingos Filho anunciou que o partido estava entregando os cargos e não apoiaria a reeleição de Sarto. O partido entregou os cargos, mas os ocupantes não. Sarto tampouco os exonerou, apesar da declarada retirada do apadrinhamento. Rennys ficou, assim como Moacir Soares, que era secretário da Regional 5. Rennys só deixou o cargo em abril,de 2024, quando se desincompatibilizou para concorrer a vereador. Ficou na 11ª suplência do PDT.
Um dia após o 1º turno da eleição, em 7 de outubro, Rennys foi nomeado de novo para a Regional 2. Ficou no cargo uma semana. Ele declarou apoio ao hoje prefeito Evandro Leitão (PT) no 2º turno e, em 14 de outubro, foi exonerado por Sarto.
Agora, o ex-secretário foi abrigado no principal órgão estadual sob comando atualmente do partido que o apadrinhou na Prefeitura no passado e com o qual se reencontrou. Não parecem ter ficado sequelas de quando o PSD anunciou que entregava os cargos, mas ele ficou na cadeira.
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