Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Fala-se da qualidade do serviço público. Com monopólio privado, a Enel não tem bom desempenho. Ao longo do tempo, foram muitas as oscilações, tal qual ocorre hoje com a rede elétrica. Na época da privatização, os próprios compradores reconheciam que o serviço era de qualidade. Em dois anos, já havia pedidos para cassar a concessão, por causa das constantes faltas de energia, oscilações na rede e queima de equipamentos. Com o tempo, houve aprimoramento, até piorar de novo. Agora, perto do fim da concessão, investimentos têm sido feitos. O serviço ainda não é bom. O padrão da Enel é tal que alguém sugeriria privatizar — se já não tivessem feito isso antes.
Se o povo do Ceará tivesse voz, não creio que a concessão da Enel seria renovada. Como não acho que a Coelce teria sido privatizada. A promessa, na época, era de criar um fundo de pensão para os servidores estaduais, de forma a resolver o déficit previdenciário. O fundo nunca existiu e o serviço é ruim. Ou seja, não foi bom para o Estado nem para a população. Bom negócio parece que fez quem comprou, pois quer renovar.
A mobilização contra e a favor da anistia pelo 8/1
Ocorreram em algumas cidades do País, no domingo passado, manifestações contra a anistia aos presos pelo 8 de janeiro de 2023. Em São Paulo, alguns milhares de pessoas foram à Avenida Paulista — 6 mil, no cálculo do monitor da USP. Foi o maior ato no Brasil. Em outros lugares, inclusive Fortaleza, houve públicos menores.
Sim, eram muito mais em Copacabana naquela ocasião que os presentes à Avenida Paulista no domingo passado. Mas, o paralelo não é bem exato. No ato pela anistia estava Jair Bolsonaro (PL). Na manifestação contrária, não estavam os principais líderes da esquerda. A principal figura era Guilherme Boulos (Psol). Estivesse o presidente Lula presente, certamente mais público teria comparecido, nem que fossem os babões.
Diante das diferenças, não consigo tirar dos dois atos uma conclusão sobre se a opinião majoritária é favorável ou contrária à anistia. O que me parece é que não é um tema que, de qualquer dos lados, esteja envolvendo as pessoas e mobilizando multidões.
O risco da anistia
A estratégia das redes conservadoras consiste em questionar as penas aplicadas a condenados pelos atos de 8 de janeiro. Apontam pessoas cujas punições seriam desproporcionais aos atos praticados. Com essas figuras específicas, busca-se anistia a todos. Na cadeia de transmissão, pode-se chegar até Bolsonaro.
O grande perigo desses discursos é tratar 8 de janeiro como algo que não foi tão grave assim. Foi coisa menor, não é para tanto barulho. O que ocorreu naquela data foi uma guerra campal no coração da República, com ataques violentos às sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Foi um movimento organizado, patrocinado, que transportou gente de todos os lugares a Brasília. Era um levante de irresignação com o resultado eleitoral. O alvo era o governo estabelecido, e não pelos seus atos, pois mal tomara posse.
O 8 de janeiro foi um acinte, um risco para o Brasil, para as instituições e para o povo. O recado imprescindível é que de foi inaceitável e não poderá se repetir, jamais.
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