Logo O POVO+
Um caminho que Evandro pode dar para a saúde
Foto de Érico Firmo
clique para exibir bio do colunista

Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Um caminho que Evandro pode dar para a saúde

O prefeito de Fortaleza pode aproveitar a inédita parceria com Estado e Governo Federal para deixar um legado sólido para a saúde
Tipo Opinião
 EVANDRO e Elmano: saúde talvez seja área em que parceria pode ser mais útil (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS EVANDRO e Elmano: saúde talvez seja área em que parceria pode ser mais útil

Tratei na coluna anterior do que faz a gestão de um prefeito ser boa e citei a saúde entre os pontos críticos. Dificilmente é algo que fará um governante ser considerado muito bom. Por mais que invista, é rara a gestão, ainda mais em grande município, que seja considerada de excelência em atendimento médico. Sempre há problemas, dificuldades. Porém, a saúde é capaz, facilmente, de tornar qualquer gestão um desastre. Vou desenvolver um pouco mais.

Há municípios com redes muito pequenas, sem estrutura para atender a população. E outros com muitos equipamentos, e dificuldade para mantê-los. Em Fortaleza, Evandro Leitão (PT) tem mencionado algo sobre o qual quase todos os antecessores falaram: o quanto a Capital tem muito mais unidades na comparação com outras capitais.

O prefeito enumerou: 10 hospitais municipais, 16 Caps, 6 UPAs, 4 policlínicas e 134 postos de saúde. Menino, é coisa. Tudo construído pela Prefeitura. Nada caiu do céu nem foi mandado fazer. Havia a um governante que resolvia fazer. Colocava placa, saía na foto, aparecia na propaganda. Mas depois tinha de manter.

Evandro tem uma grande oportunidade. De vez em quando se fala em federalizar ou estadualizar unidades como o Instituto José Frota (IJF). A conta é grande e dificilmente algum ente vai abraçar sozinho, ainda mais depois da ampliação, com o IJF 2, na época de Roberto Cláudio. Mas é necessária um novo pacto. Sempre há problema e prefeito só não reclama de governador quando são aliados políticos. Mas o problema está lá e é real.

Evandro hoje tem aliados no governo e na Presidência da República, mas daqui a algum tempo — se mais anos ou menos anos dependerá do eleitor — os três irão sair. Evandro poderia aproveitar a aliança, inédita nesses termos, para uma pactuação institucional e definitiva. Com compromissos permanentes, não coisa esporádica e circunstancial. Não com liberação de recursos hoje que não se sabe se vai haver daqui seis meses. Que não dependa de o governador ou o presidente gostar do prefeito.

Passou PSDB, PT, MDB e PL pela Presidência. PSDB, PSB e PT pelo Governo do Estado e nenhum fez isso. Seria um grande — talvez o maior — legado da “Fortaleza quatro vezes mais forte”.

Desenvolver as cidades

Um aspecto que não mencionei na coluna anterior, mas é relevante em diferentes escalas, é a economia. Na grande cidade, o prefeito tem papel relevante na atração de investimentos, no estímulo ao ambiente de negócios, na estratégia e na visão de longo prazo. No pequeno município, o olhar para a economia não é menos importante.

Há um monte de lugares que vivem de aposentadoria e Bolsa Família. É preciso desenvolver alguma atividade econômica, alguma vocação, como apontou o arquiteto e professor universitário Edilson Aragão em entrevista às Páginas Azuis do O POVO no ano passado. Se não, a tendência é de ir embora todo mundo que deseja buscar um futuro melhor. E permanecer quem não tem possibilidade, o que torna o lugar cada vez mais pobre, esvaziado e dependente.

Nem todo município terá uma indústria ou uma grande produção agropecuária. Mas todos têm alguma vocação, seja o comércio, a pequena agricultura, o artesanato, o turismo, a cultura. Com a interiorização das universidades, o ensino superior forma polos que podem ser indutores da economia.

Ser um animador da busca e da exploração dessas vocações é papel, sim, dos prefeitos.

Foto do Érico Firmo

É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?