Congresso se tornará o lugar mais seguro para criminosos?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Congresso se tornará o lugar mais seguro para criminosos?
No momento em que tanto se discute, teme e combate a infiltração de facções criminosas na política, o Congresso envia uma carta-convite para os membros de organizações criminosas se candidatarem
Foto: LEONARDO SÁ/AGÊNCIA SENADO
Congresso Nacional caprichou nesta semana
Integrantes de facções do Ceará usam a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, como esconderijo e pagam aluguéis entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, conforme O POVO revelou em março. Entre as opções de hospedagem estava a mansão com piscina, deck panorâmico e geladeiras de cerveja. Para aqueles acomodados em situação mais modesta havia também um prédio que servia de alojamento. Esses hotéis-bunkers das facções foram alvos de operação conjunta entre forças de segurança, Ministério Público e Poder Judiciário do Rio de Janeiro e do Ceará, no fim de maio. Agora, em Brasília, o que se votou nesta semana caminha para tornar o Congresso Nacional mais seguro para criminosos.
É um disparate que, a pretexto da guerra com o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados não tenham vergonha de aprovar mudanças na Constituição para impedir o avanço de investigações contra eles próprios. Parlamentar só poderá ser processado se eles próprios derem o aval. É a apoteose do corporativismo. A regra já existiu, mas mudou no começo do século, sob a pressão de crimes estarrecedores cometidos na época por políticos que usavam o mandato para se proteger da Polícia. Essa gente vai ter a cara lisa de, no próximo ano, apresentar-se ao eleitor para pedir voto.
Não apenas parlamentares são resguardados pela blindagem. Incluíram escudo até para presidente de partido. É ir além de qualquer pudor. Nem mandato eletivo é. Eles são escolhidos nas próprias agremiações. Alguns se perpetuam por décadas no poder São na prática os donos. E isso agora pode passar a protegê-los da lei.
No momento em que tanto se discute, teme e combate a infiltração de facções criminosas na política, o Congresso envia uma carta-convite para os membros de organizações criminosas se candidatarem. Um bunker como não se acha na Rocinha.
Santa Quitéria
A propósito, a luxuosa mansão do crime na Rocinha era usada por Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze. Ele é natural de Santa Quitéria e, conforme apontou o Ministério Público, teria recebido R$ 1,5 milhão para atuar na eleição para prefeito do Município. Não foi contratado para entregar santinho ou balançar bandeira. O trabalho era ameaçar eleitores adversários, proibir atos de campanha e comprar apoios com dinheiro do tráfico. Houve ameaça de incêndio a cartório eleitoral.
O prefeito reeleito no ano passado, Braguinha (PSB), foi cassado e está em prisão domiciliar. O atual prefeito em exercício é o filho dele, Joel Barroso (PSB). Santa Quitéria terá nova eleição e Joel tem plano de concorrer.
Causas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve divulgado diagnóstico de câncer de pele. Desejo boa recuperação.
Flavio Bolsonaro (PL) apontou o que considera ser a causa: “Pode ter certeza que isso é resultado da perseguição incessante desde que Jair Bolsonaro ousou desafiar o sistema de frente e lutar pelo Brasil”.
Já o médico do ex-presidente, Cláudio Birolini, atribui ao seguinte: “Por ter tomado sol a vida inteira sem muita proteção”.
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