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Bolsonarismo bem poderia apoiar os pré-candidatos governistas ao Senado
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Bolsonarismo bem poderia apoiar os pré-candidatos governistas ao Senado

Talvez a maneira mais simples de a oposição ter votos no Senado a partir de 2027 seja apoiar uma eventual chapa governista com Júnior Mano e Moses Rodrigues
Tipo Opinião
PLENÁRIO do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado PLENÁRIO do Senado

As declarações de José Guimarães (PT) esquentaram as articulações pelo Senado no Ceará no campo governista. O petista é parte interessadíssima, pois pretende ser candidato e afirmou que irá para a disputa interna se necessário.

Uma das vagas é hoje ocupada por Cid Gomes (PSB). Ele não quer a reeleição, mas indicou alguém para substituí-lo. Quer eleger o deputado federal Júnior Mano (PSB). Não será simples dizer não a ele. Os líderes do bloco repetem que o lugar estará assegurada se Cid concorrer. Se não for ele, a questão fica em aberto, pelo que dizem. Porém, o PSB tem manifestado intenção de manter o espaço e tem cacife de sobra para isso. O senador não é facilmente convencido a mudar de ideia. Em outros momentos, como na eleição municipal de 2008, já tentaram fazê-lo mudar uma indicação e ele fincou pé. O provável maior obstáculo para Júnior Mano pode vir do Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita inquérito contra ele.

Quanto à outra indicação, o governo tem dedicado as principais energias da articulação política a tentar atrair a federação União Brasil/Progressistas. Reforçaria a chapa e desfalcaria os adversários. Para isso, acena com a indicação de Moses Rodrigues (União Brasil) ao Senado. Não é a tendência. O mais provável é que os partidos fiquem contra a administração Elmano de Freitas (PT), embora uma reviravolta já tenha estado mais distante.

Mas, se esse plano der certo, uma possível chapa de situação para o Senado poderia ser Júnior Mano e Moses Rodrigues. Há outros vários interessados, como o próprio Guimarães, Eunício Oliveira (MDB), Chiquinho Feitosa (Republicanos), Luizianne Lins (PT) e outros mais.

A disputa pelas cadeiras na Câmara Alta está aquecida na base e também na oposição. No plano nacional, a Casa é considerada estratégica pelo PT e pelo bolsonarismo. Ela é fundamental para viabilizar ou inviabilizar praticamente todas as pautas, como anistia e impeachment de ministros do Supremo.

No Ceará, a eleição se prenuncia acirrada. A oposição também começa a enfrentar congestionamento de pré-candidaturas. Talvez a maneira mais simples de ter votos na Casa a partir de 2027 seja apoiar essa chapa governista com Júnior Mano e Moses. Afinal, na maioria das principais matérias, eles ficam contra a base. E olha que o PT está hoje no poder. Um deles se elegeu pelo PL e saiu expulso. Outro está no União Brasil. A trajetória de ambos não tem nada a ver com a esquerda.

Se Lula for reeleito, pelas convicções pessoais de ambos, devem seguir se posicionando contra o governo. Se o campo conservador vencer, eles terão muita facilidade em aderir. Já votam juntos agora que o bolsonarismo é oposição, imagine com poder e cargos.

Guimarães, por torcida ou análise, não acredita em acordo com o União Brasil. E afirma que não haverá apoio a quem foi contra o governo. Isso é um fator. Politicamente, interessa a composição com o PSB e ainda mais com a federação.

Voto de um

O ex-prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PSB), fez publicação crítica ao deputado federal Moses Rodrigues pela posição contra a MP 1303. “Votou contra o povo e a favor das bets, bancos e bilionários (...) Moses Rodrigues vota sim e ajuda a blindar bandidos no Congresso”, diz a publicação.

Há ingrediente de rivalidade local. O atual prefeito de Sobral e sucessor de Ivo é Oscar Rodrigues, que impôs derrota ao grupo da família após 28 anos de hegemonia local. Ele é pai do deputado criticado por Ivo.

Voto de outro

Ocorre que voto igual teve Júnior Mano, deputado federal que tem pré-candidatura a senador apadrinhada por Cid Gomes, irmão, e aliado político, de Ivo Gomes.

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