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Empate entre Elmano e Ciro em pesquisa: bom e ruim para quem?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Empate entre Elmano e Ciro em pesquisa: bom e ruim para quem?

Ciro não atropela, diferentemente do que esperam os apoiadores mais entusiasmados. Elmano, sentado na cadeira, aparece empatado. É sinal de alerta
Tipo Opinião
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Palácio da Abolição será disputado em 2026 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Palácio da Abolição será disputado em 2026

O governador Elmano de Freitas (PT) e o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) empatam na pesquisa Real Time Big Data divulgada pela CNN Brasil. Na simulação com o senador Eduardo Girão (Novo) também candidato, petista e tucano aparecem ambos com 39% das intenções de voto. Hoje, é o cenário mais provável. O senador não reconhece Ciro como adequado representante do campo conservador. Atualmente, o PL tampouco. Na consulta só com Elmano e Ciro, o ex-governador tem 44% e o atual, 42%. Empate técnico.

A situação é de equilíbrio. Bom para Elmano ou para Ciro? A primeira coisa a considerar é que a eleição está bem longe, a campanha não começou e o eleitor menos afeito à política não tem noção dessas movimentações todas. Até a eleição, há margem para muita mudança. A considerar que a pesquisa foi capaz de captar o real sentimento do eleitor cearense, confirma-se o previsível equilíbrio.

Diferentemente do que fazem parecer acreditar alguns apoiadores mais entusiasmados de Ciro, ele não atropela. Não seria um passeio contra Elmano. Porém, pelo fato de o petista estar na cadeira e ainda assim estar empatado com um opositor é sinal de alerta.

As pessoas parecem esperar que as coisas estejam resolvidas antes de a campanha começar. Não é assim que funciona. Eleição se resolve no voto.

Espaço de Roberto Cláudio

No cenário com Roberto Cláudio (União Brasil) candidato, ele tem 26%. O petista aparece com 42%. Girão fica com 16%. O desempenho não é ruim e indica um candidato de oposição competitivo. Mas larga um tanto abaixo do tucano. Acaba por dar razão ao setor que se apega à ideia de ele como candidato, apesar do histórico de desencontros. O tucano, previsivelmente, larga com mais força.

Todavia, caso Ciro não seja o candidato da direita — e na conjuntura de momento tende a não ser — a eventual entrada de Roberto como alternativa será frustrante para a tentativa de bloco.

Bom para Girão

O lançamento da pré-candidatura de Girão acabou provocando um rebuliço político de alcance nacional. A pesquisa é boa para ele. Não indica que vai ganhar, mas mostra que tem sua relevância. Fica entre 14% e 16%. A imagem que ficou na eleição para a Prefeitura, em 2024, foi ruim. Os números o posicionam melhor. E sinalizam que, se divide os votos conservadores, a maioria dos que dizem votar nele não votariam em Ciro. No cenário contra o governador e o ex-governador, Girão tem 14%. Sem Girão, o tucano sobe 5 pontos e o petista, 3 pontos.

Públicos e discursos de Lula

Foi interessante, na visita de Lula ao Ceará na quarta-feira, 3, observar a diferença nos discursos do presidente entre os dois eventos dos quais participou. Mais cedo, em Fortaleza, a fala era direcionada a professores. Foi uma fala quente, no qual falou de ressarcimento aos aposentados pelo INSS, tornozeleira eletrônica e feminicídio, entre vários temas. À tarde, em Horizonte, o público era de empresários. O mais relevante não foi o que Lula falou, mas o anúncio de que um segundo veículo, o Captiva, será montado no novo polo automotivo, além do já confirmado Spark. Da fala de Lula, talvez o mais interessante nesse segundo momento tenha sido o destaque estrategicamente dado por ele ao vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (PSB) — que goza de mais simpatia que os petistas nos meios industriais e financeiros. O presidente enfatizou que o escalou para a negociação com Donald Trump.

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