Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Divulgação/Ascom Capitão Wagner
UNIÃO Brasil está dividido no Ceará entre base e oposição
A eleição de 2026 no Ceará se prenuncia tremendamente competitiva, de forma como nunca foi numa campanha de reeleição de governador. Já houve chefe do Poder Executivo estadual não reeleito, mas nem aquela disputa, em 2006, foi acirrada. Resolveu-se no primeiro turno. O ingrediente novo para o próximo ano é o fato de haver conversas para unir três diferentes forças contra o governo: Ciro Gomes (PSDB) com Capitão Wagner (União Brasil) e o bolsonarismo. No pleito municipal de 2024, por exemplo, estavam divididas em três candidaturas. No Estado, as movimentações de pré-campanha costumam ser muito intensas.
Às vezes, os acordos de véspera praticamente resolvem a eleição antes de a campanha começar, pela montagem de coligações e, principalmente, desmontagem das alianças adversárias. Em 2022, por exemplo, a pré-campanha, com o rompimento entre PDT e PT, foi mais inflamada que a campanha em si, resolvida no primeiro turno. O mencionado pleito de 2006 foi perdido por Lúcio Alcântara menos em função do desempenho da administração e mais pelo desmonte da base de sustentação do então candidato à reeleição.
O União Brasil é oposição estadual desde que foi criado. Mas, após a vitória de Elmano de Freitas (PT), uma parcela importante aderiu ao governismo. Trata-se do grupo do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, que nunca se entendeu com os Ferreira Gomes. Foram contra Camilo Santana (PT) por considerá-lo cidista demais. Mas sempre tiveram boa relação com o PT e, com o petista raiz Elmano, pela primeira vez se tornaram base. O clã comanda as mais importantes máquinas administrativas do partido no Estado. Além de Maracanaú, tem a Prefeitura da vizinha Pacatuba. Mais recentemente, o prefeito de Sobral, Oscar Rodrigues, também aderiu à situação. Mais uma Prefeitura de peso.
O União Brasil formou federação com o Progressistas, que está desde a primeira hora na base de Elmano. Do lado oposto, há Wagner, a maioria dos deputados estaduais e o recém-filiado Roberto Cláudio. Também o deputado federal Danilo Forte, com quem o Palácio da Abolição também tem bom diálogo.
O presidente nacional, Antônio Rueda, está jogando com os interesses dos dois lados para tirar vantagem.
Mesmo em partidos contrários ao Abolição, há quem acredite que a federação tende a mudar de lado.
Perda da federação ameaça oposição
Uma coligação com União Brasil/Progressistas, PSDB e PL pode ter mais tempo de rádio e TV que Elmano. Porém, este último suspendeu as conversas com Ciro Gomes (PSDB). Se a oposição perder a federação, uma candidatura competitiva do bloco pode ser ferida de morte. Personagens importantes do bloco aceitam concorrer se houver uma coalizão unida. Com as forças divididas, qualquer candidato pode se tornar nanico. O Palácio joga todo seu peso para atrair União Brasil e Progressistas porque pode ganhar a eleição aí.
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