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O novo voto começa a ser decidido pela rejeição
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

O novo voto começa a ser decidido pela rejeição

Pesquisa Datafolha para a Prefeitura de Fortaleza (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Pesquisa Datafolha para a Prefeitura de Fortaleza

O cenário de primeiro turno começa a se consolidar de uma maneira que algo muito forte terá que acontecer nos próximos dias, e só temos mais três até que chegue o momento do eleitor transformar a intenção em voto, com possibilidade real de mudar o desenho que está posto para a disputa em Fortaleza.

O que parece é que acabou o espaço para fatos novos ou situações inesperadas que provoquem grandes alterações de posicionamento das forças e candidaturas envolvidas.


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No entanto, também é necessário entender que teremos no próximo domingo apenas uma etapa de um processo um pouco mais longo no caminho que levará à escolha do novo prefeito de Fortaleza.

Um pouco do que aparece agora nas pesquisas, como informação, e do que se revelará depois dos votos depositados e apurados, ajudará a formular as estratégias que serão tocadas pelas campanhas que chegarem ao segundo turno. Aqui começo a discutir um pouco as perspectivas que temos à frente.

É difícil, por exemplo, que o Capitão Wagner, do Pros, não esteja na próxima fase.

O fato de chegar ao atual momento numericamente à frente do adversário José Sarto, do PDT, é um belo sinal de resiliência, bombardeado que tem sido, ao longo de toda a campanha, pela acusação de ter liderado um motim de policiais militares do começo do ano no Ceará que deixou a sociedade entregue ao medo e à violência.

Problema mesmo para o candidato do Pros, talvez problemão, é a tendência de crescimento que mantém de uma pesquisa para outra, desde o começo, no índice de rejeição. Um pouco pelo episódio do motim, muito, hoje, pelo apoio que recebe do presidente Jair Bolsonaro.

Sem reverter esse ponto será muito difícil a sua caminhada na próxima etapa, quando, imagina-se, seu vínculo à rejeitada figura de Bolsonaro será ainda mais acentuada por quem estiver disputando com ele, muito provavelmente, a preço de agora, o próprio Sarto.

O eleitor que não tiver o seu candidato presente ao próximo turno da eleição começa a decidir seu novo voto por critérios de excludência.

O mundo ideal da política sugere, diante disso, que se busque de pronto eliminar qualquer motivo que pareça capaz de induzir um sentimento de rejeição.

A questão para o Capitão Wagner, porém, admita-se, é a dificuldade que qualquer um teria para dizer ao presidente da República que o apoio dele não interessa. Caso, claro, independente das inconveniências eleitorais evidentes, de fato não interesse.

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