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"Existe dificuldade objetiva na aliança com o PDT", diz Luizianne
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

"Existe dificuldade objetiva na aliança com o PDT", diz Luizianne

Tipo Notícia
Luizianne Lins, deputada federal (PT-CE), pediu que o partido defina logo o representante na corrida eleitoral em Fortaleza. (Foto: Júlio Caesar) (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Luizianne Lins, deputada federal (PT-CE), pediu que o partido defina logo o representante na corrida eleitoral em Fortaleza. (Foto: Júlio Caesar)

Escolhida como pré-candidata do PT em Fortaleza nas eleições de 2020, a deputada federal Luizianne Lins disse neste domingo, 5, que “existe dificuldade objetiva na aliança com o PDT aqui”.

“E não é por minha causa”, continuou a parlamentar, “a causa não é o PT. Todas as vezes em que há tratativa nesse sentido, a gente é surpreendido ou golpeado com declarações estapafúrdias, com agressões, desde petista sendo chamado de babaca até o episódio o Ciro mandando petista pra PQP.”

Para a ex-prefeita da Capital, nesse cenário, uma aliança, como deseja o governador Camilo Santana (PT), “fica difícil”.

“Nós vamos buscar uma frente das forças anti-bolsonaristas, vamos tentar dialogar, e o PT vai apresentar seu nome”, declarou Luizianne. “Mas existe de fato muita queixa e dificuldade do PT nacional de todas as grosserias e ataques que o Ciro vem fazendo ao Lula, não perde a oportunidade de dar sempre um showzinho na imprensa.”

Ao POVO em maio passado, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) defendeu a tese de frente de esquerda com o PT para enfrentar o nome do bolsonarismo, mas “o PT de Camilo”, delimitou o pedetista.

Em entrevista ao programa “Roda Viva” semanas depois, Camilo subscreveu a avaliação cirista e pregou aliança ainda no primeiro turno, se possível – o governador chegou a exonerar dois secretários (Élcio Batista e Nelson Martins) como aceno à própria sigla.

Questionada sobre como devem ser as conversas com o governador a partir de agora, a deputada afirmou: “O Camilo é do PT, vamos buscar conservar com ele, o Guilherme (Sampaio, vereador e presidente do PT na Capital) vai comigo conversar no sentido de chamar para poder somar nessa frente antifascista. Nós queremos todas as forças que quiserem se juntar contra Bolsonaro”.

Sobre alianças com outras legendas, Luizianne disse que definirá calendário de discussões com siglas, uma a uma, na tentativa de construir essa frente.

A deputada foi acolhida hoje como postulante do partido em reunião virtual do PT em Fortaleza. Agora, seu nome segue para avaliação da executiva nacional, que deve endossá-la como representante no pleito.

Luizianne já concorreu outras três vezes à Prefeitura: em 2004 e 2008, quando foi eleita e reeleita para o Paço, e em 2016, quando não chegou ao segundo turno.

Candidata a deputada federal em 2018, foi a terceira mais votada do Ceará, atrás apenas de Capitão Wagner (Pros) e Célio Studart (PV), ambos pré-candidatos à Prefeitura.

Em sua fala, a primeira de quem entrará novamente na briga pela Prefeitura, Luizianne criticou especificamente a rede de saúde da capital cearense.

Segundo ela, “estamos discutindo eleição de quem vai cuidar do povo pós-pandemia”.

“Não adiantam fórmulas mirabolantes”, acrescentou. “A fome está voltando, o sarampo, febre amarelo. Estamos passando por momentos difíceis. Não é à toa que aceitei esse desafio da candidatura.”

Ouça análise dos jornalistas do O POVO no podcast:

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