Três dias depois do anúncio de abertura do processo de intervenção no diretório do PDT no Ceará, o senador Cid Gomes segue despachando como dirigente da legenda no estado.

À frente do posto, o pedetista convocou reunião extraordinária da sigla para o próximo dia 9 de novembro, a partir das 17 horas, na sede do partido em Fortaleza.

O tópico principal da pauta da assembleia é, conforme o edital que institui o chamamento, a “avaliação e deliberações sobre a situação político-administrativa do diretório e da executiva estadual”.

Durante a agenda, o bloco cidista deve discutir possíveis caminhos diante do impasse que se instalou desde julho deste ano, quando a chefia no âmbito estadual começou a ser disputada de maneira mais acirrada.

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Na sexta passada, 27, no entanto, a executiva nacional ampliada do PDT, em encontro tumultuado no Rio de Janeiro, aprovou a tutela do PDT-CE à cúpula da agremiação, sob a presidência interina do deputado federal André Figueiredo.

Pela decisão, em tese, a condução dos trabalhos no Ceará seria transferida de Cid para um interventor, a ser nomeado nos dias seguintes. Até esta terça, 31, porém, o PDT não havia ainda informado quem assumiria as funções de Cid localmente.

Enquanto isso, o grupo do senador mantém o controle da legenda no estado, mesmo com o resultado da agenda partidária da última sexta.

Aliados de Cid com quem a coluna conversou disseram, por exemplo, que, na prática, “nenhuma notificação de intervenção” foi encaminhada.

No próprio documento de convocatória da reunião extraordinária expedido nessa segunda (30), argumentam, consta o nome do ex-governador como atual presidente da sigla.

Por esse motivo, avalia um pedetista, “não há que se falar em nomes (de interventor)”, salvo aqueles que “devem ser colocados para a eventual disputa de chapa na próxima convenção em dezembro para o diretório dos quatro anos seguintes”.

Até lá, conforme entendimento dessa ala, Cid continua na dianteira do PDT cearense, com amparo tanto dos registros da Justiça Eleitoral quanto de decisão liminar que assegurou a validade do diretório estadual trabalhista.

A coluna procurou o deputado André Figueiredo para comentar o assunto, mas não houve retorno do parlamentar até agora.

Caso se realize, a reunião extraordinária do dia 9/11 será a segunda convocada por Cid desde julho, quando foi alçado ao comando do diretório do PDT-CE, como previsto em um acerto informal com Figueiredo.

De lá para cá, o deputado suspendeu a sua licença, retomando a presidência e, em seguida, dissolvendo o colegiado.

Em seu lugar, foi criada uma comissão provisória, a cargo de Cristhina Brasil, que ficaria pouco tempo no posto. Dias depois, a Justiça restabeleceria a validade do diretório.

Cid então agrupou os membros da executiva, que, em reunião, elegeram o senador como novo presidente em substituição a Figueiredo.

O lance mais recente nesse vaivém foi o da intervenção no diretório local em sessão partidária tensa da qual participaram tanto Cid quanto seu irmão, Ciro Gomes.