Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Antônio Costa Neto, conhecido como Toninho Neto, trabalhou para Tasso e Ciro antes de chegar a Luizianne. Nesta quinta-feira, 2, teve a primeira reunião com Waldemir Catanho, pré-candidato do PT em Caucaia
Pré-candidato à Prefeitura de Caucaia, o ex-secretário estadual Waldemir Catanho (PT) fechou contrato com o marqueteiro de campanhas da deputada federal Luizianne Lins, de quem o petista é aliado de primeira hora. Antônio Costa Neto (foto), conhecido como Toninho Neto, trabalhou com LL em 2022, quando a ex-prefeita postulou vaga na Câmara. Em 2023, o profissional coordenou a estratégia digital do mandato da parlamentar nas redes sociais.
Nessa quinta-feira, 2, Catanho e Toninho tiveram uma primeira reunião. Nela, o especialista em marketing político apresentou um esboço do plano de campanha para o pretendente ao Executivo do município da Região Metropolitana. Horas depois, uma peça audiovisual já foi veiculada nas redes.
Caucaia e Fortaleza
Em conversa com a coluna, Toninho, que conhece Fortaleza de outros pleitos e candidatos, avalia que Caucaia e a capital cearense detêm um eleitorado com perfil bastante distinto. À frente da disputa vitoriosa de Vitor Valim (hoje no PSB, à época no Pros) no segundo turno de 2020, ele admite: "Conheço Caucaia relativamente bem, são cidades que têm semelhanças, mas Fortaleza, por ser capital, é como se fosse uma vanguarda. É um público diferente. Caucaia é uma cidade grande, mas tem ainda muita coisa de interior".
Tasso, Ciro e Luizianne
Toninho tem currículo extenso no Ceará. Esteve com Tasso Jereissati, ainda jovem empresário egresso do CIC, na eleição de 1986 ao Governo do Estado. Dois anos depois, ajudou a alavancar Ciro Gomes como candidato, obtendo mais um bom resultado.
Em 1992, nova dobradinha com Ciro, agora rumo ao Cambeba. Seguiram-se ainda corridas em parceria com Beni Veras, Sérgio Machado (aquele mesmo) e novamente com Tasso. Apenas em meados dos anos de 2000 chegaria ao outro lado do espectro político, com nomes como o de Luizianne e, agora, Catanho.
No meio do caminho, deu uma mão para o então bolsonarista Valim, hoje repaginado como político de centro-esquerda após um lento processo de "harmonização ideológica" cuja culminância foi a entrada no partido de Eudoro Santana, pai do ministro Camilo Santana (Educação) - também destino de Cid Gomes e de seu grupo.
Um desafio pela frente
Questionado sobre o maior desafio que a cidade representa em termos de programa para os candidatos que já se colocaram no tabuleiro, Toninho aposta num tipo especial: o gestor, aquele cujo discurso deve se voltar sobretudo para a resolução pragmática dos problemas do dia a dia, sem gasto de energia desnecessário com ninharias.
"Caucaia é uma cidade que prioriza o candidato que tenha uma capacidade de gestão. Ele é que vai ser responsável por resolver problemas cruciais da cidade. As pessoas pesam muito isso. Em algumas cidades basta ser apenas carismático, mas sinto que esse fator de gestão é importante para Caucaia", responde.
O papel de LL
Outro ponto da entrevista do especialista à coluna foi o papel que Luizianne deve ter na campanha de Catanho, ex-titular da Articulação do governo Elmano. Segundo o marqueteiro, "com certeza a deputada vai ser muito importante" no processo eleitoral do município.
"Ela é muito bem-vinda para trabalhar no plano de governo e opinar na comunicação", indica Toninho, que presta assessoria também para o pré-candidato à Prefeitura de Iguatu Sá Vilarouca, ex-PT que deixou a sigla em meio a um racha causado pela escolha de Ilo Neto como concorrente da legenda de Elmano de Freitas e de Camilo ao cargo de chefe do Executivo - Ilo, que é filho do deputado estadual Agenor Neto (MDB), foi apadrinhado por lideranças petistas.
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