Datafolha: Wagner despenca e fica mais longe do 2º turno
Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Datafolha: Wagner despenca e fica mais longe do 2º turno
No final de agosto (dias 20 a 21), o concorrente tinha 29%, que logo se reduziram a 23% (11 a 13/9) e agora a 17%. O ritmo de queda foi de seis pontos a cada nova rodada
No intervalo de um mês, Capitão Wagner (União Brasil) viu desaparecerem pouco mais de dez pontos percentuais de intenção de voto na corrida pela Prefeitura de Fortaleza, segundo o Datafolha divulgado hoje pelo O POVO.
No final de agosto (dias 20 a 21), o concorrente tinha 29%, que logo se reduziram a 23% (11 a 13/9) e agora a 17%. O ritmo de queda foi de seis pontos a cada nova rodada, o maior entre os nomes mais competitivos.
Nem mesmo José Sarto (PDT), que também desidrata, está erodindo em velocidade tão acelerada.
Antes líder das sondagens na briga pela sucessão, Wagner está matematicamente mais distante do 2º turno, a se confirmar esse cenário revelado pelo Datafolha neste momento.
Há jogo pela frente, claro, mas a partir de agora o candidato passa a depender de uma espécie de “bala de prata”, já que suas estratégias até aqui não têm surtido o efeito estimado para deter a ascensão de seu principal adversário, André Fernandes (PL).
A pouco mais de uma semana do pleito, a tarefa de reverter esse movimento de subida concomitante do representante do PL e de Evandro Leitão (PT) se torna mais difícil.
Sobretudo o do petista, que foi o único a crescer de fato no levantamento, avançando seis pontos e indo de 19% para 25%, enquanto Fernandes apenas oscilou, de 25% para 27% - o que talvez se possa até creditar à artilharia de Wagner, cuja consequência direta seria o potencial aumento de rejeição do bolsonarista.
Tudo somado, o que se pode concluir é que o plano de campanha traçado pelo ex-deputado federal e ex-secretário vem se mostrando insuficiente para alterar o desenho que a disputa eleitoral na capital cearense está tomando, qual seja, o da polarização entre André e Evandro.
Há algo a se fazer para modificar esse curso? A 11 dias da votação, o fator tempo pesa, evidentemente. Considerando-se que os principais trunfos contra André já estão sendo explorados exaustivamente, restaria uma aposta duvidosa nos debates, de um lado, e numa ênfase mais explícita ainda nas vulnerabilidades do candidato André (e não do ex-youtuber), de outro.
No entorno de Evandro e do petismo em geral, por exemplo, já se sabia desde o início do pleito que o 2º turno dos sonhos do governismo estadual (leia-se, de Camilo Santana) seria contra André Fernandes. Por quê?
Esse elemento, por enquanto mal trabalhado por Wagner e seu grupo, pode eventualmente produzir algum resultado mais concreto do que os vídeos escatológicos do candidato, levados à propaganda dia sim e outro também, mas sem grandes estragos para o hoje deputado federal.
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