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Os recados do último Datafolha antes da eleição
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Os recados do último Datafolha antes da eleição

Datafolha candidatos (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Datafolha candidatos

A 24 horas do pleito, o Datafolha contratado pelo O POVO e divulgado nesse sábado, 5, apresentou cenário cristalizado no qual André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) medem forças no 2º turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza.

Entre uma sondagem e outra, ambos saltaram três pontos percentuais, alcançando respectivamente 33% e 31% dos votos válidos, enquanto os demais (Capitão Wagner, do União Brasil, e José Sarto, do PDT) apenas oscilaram negativamente, batendo 17% e 14%.

Salvo reviravolta ou deslize grosseiro na captura do humor do fortalezense, trata-se de quadro relativamente estável. Nele, André e Evandro avançam no mesmo ritmo, equilibrados e mantendo-se próximos, mas com o deputado federal à frente.

Nisso reside um aspecto interessante da nova pesquisa: o nome do PL cresce a despeito da bateria de investidas dos adversários, que se mostraram ineficazes em suas táticas.

Dos vídeos escatológicos explorados exaustivamente no horário eleitoral a seus vínculos com Jair Bolsonaro, nada do que foi usado contra o candidato até aqui surtiu efeito significativo na intenção de desgastá-lo. Para usar linguagem familiar ao deputado, André parece "vacinado" contra esse receituário, ainda que vacina não seja lá o forte do seu grupo.

Distanciados num segundo pelotão, Wagner e Sarto empreendem últimos esforços para reduzir a margem dos líderes, mas sem grande sucesso, achatados pela reedição da lógica que predominou em 2022.

A dupla, no entanto, detém uma terça parte do eleitorado. Caso o levantamento divulgado ontem esteja correto, essa fatia terá peso decisivo na fase subsequente da corrida pela sucessão ao Paço, desequilibrando a batalha a favor de André ou de Evandro.

A se considerar essa hipótese de 2º turno, tenderia a vencer aquele que fosse mais bem-sucedido nas estratégias de atração das bases do ex-deputado federal e do atual prefeito, cujos votos talvez tenham traço relevante em comum: um caráter anti-PT.

 

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